A crueldade capitalista e a covid-19 em Brasília
Cresce diariamente o número de contágios e mortes provocadas pela covid-19 na
capital federal, acompanha o país. A localidade que tem mais casos é Ceilândia,
onde o “presidente” esteve logo no início da quarentena no DF, visitando uma
feira, comendo churrasquinho e espalhando o vírus. O “presidente” havia acabado
de chegar dos EUA, com um grande número de contaminados. Por ordem judicial, o
jagunço da morte, apresentou dois exames com outros pseudônimos.
Nos últimos dias vivi a situação de uma pessoa com sintomas do corona.
Fui ao Posto de Saúde da 612 sul, lá rapidamente fui atendido por um médico,
que me orientou a tomar um remédio para as dores, excetuando o AAS, assim como,
informei-lhe dos medicamentos usados por um casal de amigos que foi
contaminado. O médico disse que não havia protocolo médico, mas que tomar não
causaria nenhum problema.
Comecei a me medicar com um antibiótico, um anti-inflamatório e analgésico.
Deveria fazer imediatamente o exame. Eram duas as possibilidades. Fazer no HRAN
e aguardar pelo menos 20 dias para ter o resultado. O outro caminho seria fazer
em um laboratório particular.
Hoje fui a um laboratório privado, o preço do exame R$350,00, para isso
enfrentei uma fila de mais de duas horas, mesmo com o mal-estar, dores e
tontura. A fila era enorme. Quando fui preencher a ficha, conversei com a
atendente, fizemos rapidamente as contas. Ela havia entrado no trabalho 7h da
manhã, no momento que estava sendo atendido era perto de 17h. Portanto, ela
estava cerca de dez horas seguidas trabalhando. Comentei-lhe, se estou cansado,
aguardando este tempo para ser atendido,
imagina você. Perguntei-lhe indiscretamente qual era o seu salário. Ela
não quis falar. Perguntei diferente: 20 exames pagam o seu salário. Ela fez as
contas na hora e me respondeu: - bem menos. Menos de um dia de serviço para o
patrão pagar o salário da trabalhadora.
No tempo que estive lá, mais de 100 pessoas preencheram fichas e coletaram
material para o exame. Um trabalho exaustivo e tenso, com a trabalhadora
fazendo a limpeza do balcão, da prancheta e da caneta a cada novo atendimento.
Brasília está com 980 óbitos e 73.654 pessoas contaminadas, o Brasil já conta
com mais de 74 mil mortos e mais de 1 milhão e 800 mil contaminados. A
propaganda estatal diz que tem exames na rede pública, o que não é completamente
verdade. Uma pessoa que precisa de tratamento por apresentar os sintomas da
covid, somente saberá sua real situação depois de passar o tempo necessário
para que tenha os primeiros cuidados. Completa-se a este assustador quadro a
lotação quase total dos leitos de UTI nas redes pública e privada de saúde na
capital federal.
Isto é o capitalismo e seus agentes. Aprofundam a exploração da classe
trabalhadora, mantem o Estado privilegiando os Bancos e o grande capital, não
faz testes massivos para saber a real situação da contaminação do covid-19 em
Brasília e no Brasil.
Se na capital do país está assim, o que esperar do interior do Brasil, que tem
na presidência um mercador da morte, que desestimula a medicina, a ciência e
nega a pandemia?
A vida e a dignidade humana não têm valor no capitalismo, o que vale é o lucro,
quem pode consumir, servir aos interesses de acumulação dos parasitas
burgueses.
Por outro lado, os países socialistas asseguram a sua população integralmente
saúde, os cuidados necessários e a defesa da vida. Destaca-se Cuba, que tem
espalhado solidariedade, coragem e amor, mesmo sofrendo ataques criminosos dos
EUA, como o mais longo bloqueio econômico da história.
Por isso, justamente por todos terem igualdade e dignidade no acesso aos
serviços públicos os capitalistas mentem e propagam inverdades seguidamente
acerca do socialismo, sinônimo de vida, enquanto o capitalismo é o mesmo que a
covid-19, mata impiedosamente.
Pedro César Batista/DF
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro