Crítica ao Programa de Paulo Guedes em entrevista a CNN Brasil # Reinaldo Conceição da Silva / SP

Crítica ao Programa de Paulo Guedes

 em entrevista a CNN Brasil

Ontem, dia 7 de julho de 2020 tive a curiosidade de acessar via YouTube a entrevista direcionada ao ministro da economia Paulo Guedes pela CNN Brasil.

 A entrevista me veio ao conhecimento através de um Youtuber de esquerda e Filósofo que costumo a acompanhar para desenvolver um senso crítico sobre aquilo que posto em conteúdo como também debato.

 A entrevista me pareceu bem tranquila de modo que tudo já tivesse sido esquematizado sem nenhum contraponto por parte de William Waack e de nenhum jornalista da emissora aos programas econômicos citados por Guedes, de modo que não se haja críticas contundentes... A CNN Brasil já escolheu seu lado.

 Já deixei um texto argumentando exclusivamente sobre o trabalho ideológico da mídia e seu produto de mercado. Lembramos que a CNN Brasil tem como principal acionista o Douglas Macedo. Sobrinho de Edir Macedo na qual nesse processo utilizam a CNN Brasil como ponta de lança para arrebanhar setores Conservadores de uma classe média alta, a fileira de rebanhos da Igreja Universal.

 Lembramos que as igrejas Neo Pentecostais de grande porte também atuam no mercado financeiro...

 Mas isto é outra história !!! Nosso foco da crítica hoje é Paulo Guedes, Ministro da Economia do governo Bolsonaro.

 Eu quero citar alguns pontos de relevância na qual abro meu regimento de críticas a questões importantes tratadas pelo Guedes na Entrevista.

• Guedes quer confundir Keynesianismo com a proposta da Escola de Chicago.

Paulo Guedes em entrevista afirmou constantemente que a Escola econômica de Chicago fornece vazão social e de empreendimento. Precisamos entender que o capitalismo se financeirizou, o capital não se valoriza mais na fábrica, mas ele jamais vai citar que a palavra em questão "empreendedorismo" nada mais é do que um fetiche ideológico para os "novos empreendedores".

 Que de fato não há nada novo !!! Os trabalhadores se informalizaram nesse processo como "empreendedores" dado ao fato que o mercado de trabalho formal se desestruturou com a desindustrialização, e que os "empreendedores da vida" nada mais são do que trabalhadores com condições precárias de manutenção da vida !!!

 A Escola econômica de Chicago é Neo Liberal, e seu conteúdo é pautado em um capital fictício sem lastro na produção, onde a ordem é simplesmente aplicar e investir para que o dinheiro em sua forma fetichizada lhe apareça como passe de mágica. A Escola de Chicago não fornece por essa razão estrutural nenhum aporte social, e Guedes utilizou programas sociais e econômicas Petistas como retórica para a causa da Escola de Chicago... Consequentemente utilizando o Keynesianismo e reformas de projeções provisórias a defender suas teses. Até o entrevistador William Waack lhe informou que o que Guedes estava dizendo era uma social democracia keynesianista e que ele Guedes não gostava muito das obras de Keynes... Diga se de passagem... Um economista que gostaria de pesquisar mas não de segui-lo.

  Guedes precisou utilizar Keynes para fujir de um fato consolidado... A Escola econômica de Guedes não fornece aporte social e o próprio não apresentou nem se quer qualquer argumento que fornecesse alguma lógica a defender suas teses. Se fosse não se haveria tal corrida para a privatização de tudo.

• A questão da contenção de gastos, a velha babaquice de que Estado é um mau gestor e a Política da casa da Barbie Girl

O Estado movimenta sua economia estrutural gastando, aumentando sua liquidez em papel moeda impresso para as corporações e os finaliza com rigidez através dos impostos. O sistema tributário !  Então logo de cara as dívidas públicas não existem para serem quitadas, elas existem para serem roladas, ou seja... Qualquer governo do planeta sempre trabalhará com a manutenção da dívida.

 Ágora, o processo de manutenção da Dívida sempre será direcionada a setores específicos da sociedade em um Regime de estado burguês e aqui damos alusão a real natureza da política estruturada pela constante luta de classes entre Burgueses e proletários em uma sociedade do capital, e é aqui que tanto Michel Temer como Paulo Guedes entram em questão.

 Desde a gestão Temer as Políticas estruturadas deram maior vazão ao congelamento de gastos e reformas tanto tributárias como da Previdência.

 A desculpa esfarrapada está pautada para "cobrir o rombo dos cofres públicos" mas o "rombo" tecnicamente nunca existiu, já que a dívida sempre será constante.

-Mas porque então essa preocupação com as projeções de contenções de gastos ???

-Porque como já dito agora, o jogo político é pautado na ininterrupta luta de classes pela possessão da maior porcentagem da mais valia social extraída através dos regimentos tributários. Nesse quesito poderemos analisar que existem plataformas específicas que segundo normativas constitutivas abrem espaço a anúncio de gastos aos setores distintos da sociedade. Saúde, Educação, Segurança pública, Forças armadas, Zoneamento básico, urbanização, previdência e afins...

 Como eu disse nesse quesito especifico o capitalismo se financeirizou, a constituição Liberal permite que o Banco Central atue sem corresponder ao Estado com política monetária, ou seja aumentando liquidez econômica enxugando o caixa dos Bancos internacionais desenvolvendo assim um tesouro da dívida convertidos em títulos para revenda com projeções de lucros sobre as operações bancárias estipulados pela taxa SELIC com plataformas medias de pagamento dos juros da dívida.

 A Dívida está nesse momento em plena atividade porém com uma plataforma maior de pagamento desses juros da dívida e até mesmo com a compra de títulos podres dos Bancos internacionais por parte do Banco Central, acumulado ao fato das propensões dos próprios juros em países como o Brasil serem muito autos comparados com os de outros países que chega a ser negativo.

(A razão disso está em meu primeiro texto desse blog: Financeirização Sistemas de Crédito e Juros).

 Isso faz com que mais de 45% de toda a dívida pública seja concentrada nas operações financeiras dos mercados por parte dos agentes financeiros internacionais. De acordo com fatores estruturais de um regime de mercado em crises profundas as plataformas medias de pagamento desses juros da dívida aumentaram de acordo com sua manutenção, extraindo necessariamente rentatibilidade monetária de outros setores da sociedade como os serviços públicos de conjuntura popular e a previdência estimulando Privatizações agressivas.

 No caso da Previdência temos um fator de periculosidade. Apesar que segundo dados haja uma maior propensão de aposentados comparados com trabalhadores ativos divididos em sua maioria em informais o que desenvolve um desequilíbrio no processo de extração monetária ao setor previdenciário, as plataformas previdenciárias permanecem as mesmas uma vez que quando se há um menor número de contribuintes o valor monetário a ser extraído tende a aumentar. A simples exigência por um maior período de contribuição (na qual segundo as condições estruturais analisadas a maioria dos trabalhadores não poderá cumprir) nada mais é do que uma manobra de desviar recursos para o mercado financeiro.

 Por isso a política do Guedes e de qualquer liberalóide é baseada na economia doméstica da casa da Barbie.

Lembramos que na economia doméstica nunca podemos gastar mais do que arrecadamos, mas como estamos tratando de economia política é estritamente natural, (dados a fatores sócio-estruturais) de manutenção estrutural das sociedades que os gastos sejam maiores do que a arrecadação !!!

 Até porque o processo de extração monetária é constante e o rolamento da dívida também, mas o jogo está para onde a dívida será rolada.

 Prova do que falo é que o que sobra para a manutenção social é direcionada para a valorização de especulação imobiliária das áreas nobres do país.

 Mas tudo o que disse também é prova de que o Estado tem recursos estruturais para promover uma melhor sofisticação dos serviços públicos e melhor distribuição de renda e administração de riquezas. O Estado só não "funciona" devido a regimentação estrutural de um Capitalismo na qual Paulo Guedes se beneficia... Vamos falar a verdade, Paulo Guedes nunca trabalhou na vida.

• Crise na Venezuela. Paulo Guedes não sabe o que é divisão geo-estrutural do Trabalho.

Durante a entrevista que assisti na CNN Brasil que se direcionava a Paulo Guedes, o imbecil se achou em sua "magnificência de Economista de quinta" a ideologizar sem lógica estrutural a crise na Venezuela como algo do "Socialismo chavista". Venezuela nunca coletivizou meios de produção...

 Guedes nem se atentou ao processo histórico percorrido na Venezuela para compreender a natureza da crise.

 Precisamos compreender que o capital desenvolveu um rígido processo de divisão geo-estrutural do trabalho em âmbito internacional, nesse processo os países que basearam suas economias em meios primários de manutenção da vida como Alimentos em forma agrícola, agropecuária, gás natural, petróleo, indústria de pequeno porte são países fardados a serem países subdesenvolvidos como o caso da Venezuela. O fator se agrava pelo fato de que 95% de toda a economia Venezuelana é baseada na extração de petróleo, lembremos que a Venezuela tem as maiores reservas de Petróleo do planeta.

 Seu processo de consolidação estrutural e econômica em fatores históricos foi fardada a ser frágil. O período do chamado Caracazo não deixa-se negar.

 As Reformas trabalhistas de Hugo Chávez na Venezuela forneceram por um dado período de tempo uma melhor condição estrutural aos trabalhadores daquele país, precisamos lembrar que durante um dado período de tempo a maioria dos trabalhadores venezuelanos se especializaram no setor de serviços.

 Mas claro isso levou a um dado aumento dos custos do barril de petróleo Venezuelano desarmonizando as propensões de consumo.  Lembramos que os Estados Unidos são os maiores consumidores de Petróleo do mundo.

 É essencial ao mercado financeiro Estadunidense um custo barril eximiamente baixo, equilibrando os custos do barril de petróleo, transporte e variação cambial, a situação da Venezuela se agrava ao fato de que a Arábia Saudita e o Catar começaram a desenvolver um processo de extração mais acelerado vendendo seu barril a custos mais baixos. Para manter as políticas sociais desenvolvidas pelo chavismo a Venezuela abre zonas de crédito a população retirando as notas mais altas de circulação como medida de conter uma desestabilização geral de sua economia. Isso por consequência gerou uma hiper inflação no país.

 Lembramos que mesmo a uma média baixa no custo do barril de petróleo Venezuelano comparado com o de outros países, a hiper inflação desestimulou a produtores de insumos básicos tanto de alimentos quanto de medicamentos a atuarem na Venezuela assim produzindo desabastecimento massivo em localidades específicas com regimes de reabastecimento periódicos.

 Claro, o aumento do preço do barril de petróleo Venezuelano, desestimulando processões de consumo, estimulando métodos de crédito para movimentar uma economia frágil desabilitando qualquer seguridades de operações econômicas em um país as crises são inevitáveis. Qualquer política implementada em um país com fragilidade estrutural seja em qualquer área que seja, já o leva a instabilidades sem precedentes. Isso não se dá por nenhum método "Socialista" mas sim devido ao regimento estrutural de divisão internacional do trabalho.

 Guedes não se importa com isso.

• Karl Marx Era um Ricardiano menor. A Teoria do valor trabalho é invalidada para Guedes

Após desinchar todos os argumentos de um tal de Guedes que nem se quer pesquisa sobre o processo evolutivo das operações econômicas, ele se danou a dizer que Marx era um Ricardiano "menor". Sinceramente essa parte me fez vomitar e é claro alguém como o Guedes que é claramente um desonesto intelectual tinha que dizer algo do gênero... Alguém que para argumentar que a Escola de Chicago tinha vazão social apelou para Keynes... Vai se lá saber ... A Razão segundo a qual Paulo Guedes reforça a tese de que a teoria do valor trabalho não pode ser validada é o fato de que a teoria do valor trabalho não é deduzida em operações econômicas. Uma vez que a base das operações econômicas é estruturada pelos processos de oferta e demanda.

 São as vontades individuais que deduzem as operações econômicas....

Acho que Guedes nunca leu O Capital !!!

 Temos que lembrar que Marx nunca negou as processões de base em operações econômicas através da oferta e da demanda, mas o que o Guedes não entendeu é que a Teoria do valor trabalho não é uma teoria de operações econômicas. A Teoria do valor trabalho é uma teoria de dedução filosófica. Porque ??? Porque a Teoria do Valor trabalho implementada e desenvolvida por Marx se concentra na investigação que caracteriza o espectro do valor humanamente arquitetado em um objeto em forma de mercadoria.

 A teoria do valor trabalho sintetiza valor de uso programaticamente arquitetado para um fim específico e o valor de troca na qual se sintetiza em um equivalente universal que corresponda a uma necessidade humana sobre a existência do produto em circulação em forma de mercadoria.

 O valor de troca só é configurado em base monetária em forma de preço de acordo com um trabalho socialmente necessário em sua confecção ao dado período de tempo único.

 A teoria do Valor Trabalho é uma dedução filosófica uma vez que ela realiza investigações sobre as necessidades e desejos humanos e puramente humanos em um dado regimento estrutural materializado na confecção dos produtos como mercadorias. Nesse processo a teoria Marxista se espraia no meio econômico uma vez que ela tem origens ricardianas. Mas Marx deixa de ser um Ricardiano na medida que concentra suas investigações sobre a essência fundamental da existência das coisas em sua circulação constante.

 Se desconsiderarmos a Teoria do valor trabalho como a representação da essência das fragilidades humanas através dos produtos em sua auto confecção, os preços perdem sentido.

 Desconsiderando o trabalho socialmente necessário tanto em sua processão de troca como a natureza de seu uso, os preços perdem base de existência podendo aumentar ou diminuir sem nenhuma consideração com o trabalho aplicado a mercadoria como tal, nem com a natureza de seu consumo. O que sintetizei é a manutenção das necessidades humanas em regimentos estruturais materializadas na forma de produtos como mercadorias.

David Ricardo apenas explica a atuação mecânica do trabalho socialmente necessário a confecção. A Teoria do Valor Trabalho implementada por Marx deduz a essência fundamental das coisas como mercadorias através das necessidades de manutenção de homem como ser social.  

Neo Liberal não dá vazão ao homem em essência

Porque o Neo Liberal odeia o social !!!

Reinaldo Conceição da Silva/SP

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