MOVIMENTO
NACIONAL DAS FAVELAS
“Quem Não se Movimenta, Não Sente as
correntes que o Prendem ”
Rosa Luxemburgo
Nós, ativistas, moradores de favelas, nos
dirigimos aos irmãos e irmãs, que vivem nas favelas e nas periferias para
propormos que nos unamos com o objetivo de construirmos um mundo, justo,
fraterno e igualitário, que só nós, moradores das comunidades podemos
construir!
Não é mais possível vivermos num
território de vigilância e punição, onde somos vítimas da violência policial e
o Poder Público só nos atende com o braço armado policial que até forja
flagrante para justificar suas ações autoritárias. E por isso, a necessidade de
nossa autodefesa, para que possamos garantir nossas vidas e nossa integridade
física se torna mais que necessária!
Aqui tudo falta! Educação de qualidade,
creches, postos de saúde, rede de água e serviços de saneamento básico,
cabeamento de redes de internet e de energia elétrica que acabe com as
perigosas “gambiarras”. Áreas de lazer e cultura, política cultural abrangente,
Os direitos básicos, mais simples, comuns
nos bairros da elite e dos patrões aqui, é negligenciado. O Poder Público se
exime de suas responsabilidades repassando às ONGs, OSs, igrejas e a própria
comunidade, o atendimento da população. Fato agravado com a crise sanitária,
provocada pela crise econômica, consequência do esgotamento do capitalismo que
abandona os mais pobres e, ainda, coloca-nos em risco em transporte público
lotados de péssima qualidade, sem o devido isolamento social, facilitando o
contágio, condenando muito de nós à morte!
Nada mudará se não mudarmos, ao
protegermos as crianças, garantimos o futuro da humanidade. É necessário
atenção especial com o cuidado e apoio a elas. Famílias periféricas são em sua
maioria chefiadas por mulheres, mães “solo”, Trabalhadoras informais e
sem acesso a direitos tais como a licença maternidade (diaristas, por
exemplo), dificultando o estabelecimento de vínculos/amamentação com os bebês
porque não pode parar de trabalhar , ou deixando de ter renda, para cuidar
do bebê, uma situação cruel que precisa ser combatida.
Nesse sentido a luta anticapitalista é
fundamental para construirmos um mundo nosso, que atenda aos nossos anseios,
direitos e reivindicações, ou seja, um governo de trabalhadores e
trabalhadoras, para reaver, inclusive, nossos direitos trabalhistas e
previdenciários.
O sistema carcerário não
ressocializa os presos, mas, sim, trabalha como escola e faculdade do crime,
sem proporcionar a tal ressocialização negando ao preso o direito de retomar
sua vida de forma digna, assim como a juventude, em particular pobre e preta,
que são os moradores de nossas favelas, que atuam no varejo do crime por
absoluta falta de oportunidade, pois, o CEP determina o desemprego.
Ainda por cima, vivemos uma sociedade machista
e fundamentada no racismo estrutural que explica que maioria do povo brasileiro
não se vê representado em cargos de relevância da sociedade e na política!
Os piores trabalhos e a grande maioria dos
trabalhadores precarizados estão entre os pretos
Nossas quebradas já vive o socialismo!
Vive por conta da dividirmos um prato de comida quando o irmão da casa ao lado
não tem o que comer. Vive o socialismo quando acolhemos uma criança de nosso
vizinho quando é necessário ou no empréstimo de uma xícara de açúcar ou pedaço
de pão!
Precisamos na verdade de muito pouco, nada
além do nos nossos direitos. Só queremos justiça e dignidade!
A Revolução Socialista só poderá se dar à
partir das favelas, pois, moram lá os que nada tem a perder a não ser os
grilhões que os prendem.
- Por Uma Política Cultural Inclusiva e
que crie e amplie espaços de valorização da cultura forjada nos becos e nas
quebradas tais como o hip-hop, os saraus, os slam, rodas de samba, os bailes
funk, a pichação. Que todas as artes periféricas sejam livres!
- Por um Sistema de Transporte Público
eficiente e que não nos exponha a risco!
- Por Postos de Saúde, Escolas, Área de
Lazer e Esporte Para nosso Povo e Nossa Juventude!
- Acesso Decente a Energia Elétrica, Rede
de Internet, Água e Saneamento Básico!
-Pela erradicação das moradias precárias e
insalubres!
- Pela Unidade Nacional das Favelas do
Brasil!
- Por um Governo de Trabalhadores Para os
Trabalhadores!
Alex
André Constantine – Mov. Favela Não se
Cala & Babilônia Utopia - RJ
André Silva – Movimento de Defesa das
Favelas – Vila Prudente - SP
Audino Vilão – Ativista Digital –
Historiador – Campinas - SP
Biro – Morador e ativista do Jaguaré e
outros regiões
Carolina Patrícia (Carol) - ativista
na favela Brasília Teimosa Recife PE
Caroline Trindade - Moradora do
Jardim Peri – membro da Gaviões da Fiel
Flávio Casimiro (Casimiro Oitenta) –
Cultura Hip-Hop, Conselheiro Tutelar – SP – Jardim Peri - SP
Gaspar Du Norte – MC, Mov. Hip-Hop,
Grafiteiro – Bairro da Terra Firme – Belém do Pará
Galo – Entregadores Antifacistas
Givaldo -
Igor Jorge Militante do Combate Pelo
Socialismo – Estudante – Morador do Jardim Peri - SP
João Vitor – Militante do Combate Pelo
Socialismo – Estudante – Morador do Jardim Peri - SP
Josi Nascimento – Ativista na Favela de
Heliópolis – Secretária de Juventude do PT-SP
Luis – Militante do Combate Pelo
Socialismo – Estudante – Morador do Jardim Peri - SP
LPR – Ativista morador de Barigui –
Curitiba - Paraná
Marlene:
Natalie C. – Moradora e ativista na
Plataforma Salvador – Bahia
Orpd – MC, Produtor Musical – SAES Lapa –
Torcida Rasta Alviverde - SP
Professor Davi – Coletividade Periférica –
Ocupação da Casa Hip-Hop do Jaçanã – Bloco de Ocupação Mov. Cultural das
Periferias
Professor Heitor – Professor do
Macalão/Jardim Peri – militante do PT e do Combate Pelo Socialismo e
Conselheiro Estadual da APEOESP.
Vitória – Mutirão no Jaguaré - SP
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro