Calaram a Voz de Mais Um Silva
No início da tarde de 9 de julho, quinta-feira, calaram a voz de mais um Silva. Um Silva que tinha o sangue vermelho e o coração do lado esquerdo do peito. Um Silva que também sonhava em fazer um Brasil mais justo foi derrubado com um balaço em sua cabeça na cidade de Palmares, interior de Pernambuco.
Paulo Marcio da Silva foi detido, junto com seu cunhado, Cláudio, durante uma blitz na terça-feira, 7, às 17h, em Sirinhaém, acusados de que o automóvel gol, que estavam, era clonado. O veículo, de propriedade de sua namorada, estava devidamente legal, como foi comprovado somente na quinta-feira, 9, às 11h, sendo imediatamente liberados. Tinham sido levados para a Delegacia de Palmares. Saíram da cadeia e foram pegar um transporte coletivo para Sirinhaém, quando estavam no ponto de ônibus foram fuzilados por dois pistoleiros em uma moto.
Uma versão que não cola
Segundo a versão divulgada pela imprensa local, os dois foram assassinados devido terem realizado um assalto na quarta-feira em Sirinhaém. Como isto poderia ocorrer se eles estavam presos?
Paulo era teólogo, filósofo e pré-candidato a vereador pelo PSOL, em Palmares, para a eleição municipal de novembro próximo. Ele tinha o projeto em ser eleito e seguir seu trabalho na construção de um mundo mais justo. Mesmo com curso superior trabalhava como operário da construção civil, atuando junto aos operários desenvolvendo o trabalho de organização e conscientização de classe entre a categoria.
Ele possuía uma grande capacidade oratória, com fundamentação marxista-leninistas, motivo que o levou a se filiar ao PSOL para concorrer a uma vaga na Câmara. Possuía reais possibilidade de sair vitorioso na campanha. Tinha a esperança de que poderia ajudar a fazer outro mundo via parlamento.
Como na história dos Silvas nada é fácil, ele recebeu a oferta de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para não sair candidato e renunciasse à campanha. Este valor subiu. Chegaram a lhe oferecer R$200.000,00 (duzentos mil reais). Ele não aceitou.
O sistema capitalista e seu aparato repressor acusou, prendeu, matou e calunia em Palmares – PE. Mesmo se o veículo que estavam fosse clonado não era motivo para permanecerem presos por dois dias. No máximo o delegado poderia arbitrar uma fiança e soltá-los. Nada disso, os deixou encarcerados.
O crime, ainda insolúvel, deixou dois corpos estirados no sertão. Paulo e seu cunhado, alvejados por assassinos de aluguel e condenados pela mídia por um crime impossível deles terem feito, pois estavam encarcerados quando o assalto aconteceu.
Um militante revolucionário
Horas antes de ser assassinado, Paulo deu uma entrevista ao repórter Márcio Roger, do Microfone Aberto, quando declarou que a sua prisão se devia ao fato de não ter aceito a quantia oferecida para que não fosse candidato, sabia quem tinha armado para que fossem presos, mas não tinha provas concretas. Na entrevista afirmou que temia por sua vida. Esta entrevista foi divulgada e depois apagada, não estando mais na página do programa.
A direção do PSOL em Palmares disse ter perdido um excelente quadro, que muito lhes entristece.
Paulo Marcio sempre fazia analogia entre Marx e Jesus, seu discurso começava a despertar interesse do campesinato e operariado no sertão que se animava a lutar pelos seus direitos. Mesmo sendo teólogo, não era um religioso, era um homem de fé e um tanto romântico. Acreditava que por dentro do curral coronelista, pela via eleitoral, conseguiria dá um pontapé inicial, alimentar a ruptura com o sistema capitalista. Um jovem, inteligente, socialista, comunista, revolucionário, negro e audaz, que se dispôs a combater dentro do terreno dos opressores, os chefes fascistas do sertão. Não foi perdoado.
Silenciaram um Silva, mais um Silva eliminado, arrancaram uma flor do nosso jardim, mas não deterão a primavera, são milhões de Silvas que carregam o sangue vermelho e coração do lado esquerdo do peito e a disposição de enfrentar o opressor, seja no sertão, na cidade grande ou em qualquer campo.
PAULO MARCIO DA SILVA PRESENTE!!!
Cristiane Galarza
Pedro César Batista.
Triste realidade que se encontra o nosso rico e empobrecido Brasil.Quem pensar num sistema inclusivo, é excluído por não se submeter às regras perversas das RACHADINHAS dos FDPs que se julgavam melhores que o mundo, despeividos de caráter sensibilidade humana, ciências equilíbrio e sensatez, não respeitam a família a pátria e nem amam a Deus. Buscam seus interesses a qualquer custo, pois os fins, para esses justificam os meios. Assim agiram is EUA, França, Inglaterra, China, Russia, os 5 que tratiram quem ousa pensar fora do sistema que impoem ao mundo. Sadan Russein, Kadaf que não eram flores que se cheirassem, foram elimibados por não aderirem ao sistema. Tentaram fazer isso com o Lula que tb é silva e não conseguiram. É pobre servindo aos ricos eao sistema. Vamos elumibar da nossa mente o medo dos militares que se prestam de vassalos aos interesses dos EUA.
ResponderExcluirO coronelismo continua se impondo, não só no nordeste, pela política, mas no interior matando e ameaçando militantes do MST e de movimentos sociais.
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