segunda-feira, 27 de julho de 2020

O Objetivo fundamental filosófico e estrutural do Socialismo * Reinaldo Conceição da Silva / SP

O Objetivo fundamental filosófico e estrutural do Socialismo
Da literatura simplesmente inspirativa á Movimentos de articulação Popular 

Reinaldo Conceição da Silva/SP

Quem é que nunca houviu dizer como resposta ao defender posições marxistas ou defender ideários igualitaristas ou até mesmo defender posições de esquerda até moderada que o socialismo foi uma tragédia para humanidade ???
 Não funciona devido ao fato de ter uma conotação utópica ???
Que o socialismo promoveu os maiores "regimes de fome" já registrados ???
Que o socialismo cerceia a natureza humana em sua "plenitude" ???
 Já pararam para pensar que o regime sistemático que promove tudo isso nunca foi o socialismo ???
Já tentaram sair do senso comum só para analisar a questão da falha fundamental das experiências revolucionárias reais que realmente geraram toda essa tragédia ser fundamentada em fatores estruturais promovidos pela dinâmica instituida internacionalmente.
 Bom... Hoje eu quero trazer um texto questionativo para vocês, vocês podem usa-lo sabiamente para refutar qualquer Babaca reacionário que vir com discursos prontos.
 Para entender a dinâmica do que seria de fato uma sociedade socialista em trânsito para o comunismo, e das experiências reais me proponho a vir com duas frentes e uma resolução, com respaldo materialista para identificar as falhas fatais das experiências anteriores e o objetivo materialista filosófico fundamental do socialismo.

*Falhas fundamentais do chamado "Socialismo real" a centralização da III Internacional na esfera de Moscou

A Comuna de Paris deu ao mundo um primeiro vislumbre de um movimento operário em escala, tornando as obras marxistas um temor para as elites na Europa.
 Daí a primeira frase do Manifesto Comunista: Anda um espectro pela Europa, o Espectro do Comunismo.
O Comunismo já é reconhecido pelas forças reacionárias como um movimento de poder.
 Mas os burgueses do mundo tomaram uma pancada certeira na nuca com a Revolução Russa e com um primeiro bloco nação com ideário Revolucionário da história. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
 Lênin já deixava bem claro que aquela experiência estrutural jamais foi de fato socialista, o socialismo tinha que ser desenvolvido por etapas.
 Assim como em outras nações que tiveram movimentos políticos com o mesmo alinhamento ideológico, Coréia do Norte, Vietnã, China Maoísta, Cuba, Alemanha Oriental, Iugoslávia e afins...
 Porém o Próprio Lênin deixa claro que aquelas experiências iniciais não eram socialistas e tem gente hoje achando que até a ONU é comunista.
 Mas essas nações sempre se identificaram como tal. Na época quem falasse contra um Mao ou um Stalin era enviado a campos de Trabalho forçado e readequação ideológica. Fora os períodos de fome intensa que embora por curtos prazos de tempo, geraram vítimas incontáveis.
 Porém temos que entender os fatores desenvolvidos articulamente, combinados com as condições sócio-estruturais daquelas localidades específicas para compreender de modo complementar que esses regimes nunca foram estruturalmente socialistas, e mais... Ouso a dizer que estruturalmente as grandes falhas das experiências revolucionárias foram claramente promovidas pela dinâmica do capital, ou seja... Por relações estruturais do uso Capitalista dos meios produtivos daqueles Estados.
 O Holodomor na Ucrânia foi um fator resultante do acirramento da luta de classes naquele período de tempo naquela localidade específica.
 A culpa não pode ser atribuída a Stalin (embora o método violento). Os proprietários de terras ao resistir ao movimento revolucionário de expropriação de fazendas, queimaram os estoques e as fileiras de grãos e trigo produzidas gerando fome em massa por 1/4 da população rural ucraniana.
 Isso foi uma aleatoriedade, porém a segunda légua de fome massiva vinda dos gulags e das crises dos Expurgos eram sim oriundas do uso capitalista dos aparatos sistemáticos do Estado sobre controle de Stalin.
 Coisa semelhante foi com o grande salto de Mao Tsé Tung na China e o manejo de operários e recursos do campo agrícola para a indústria têxtil e as metalúrgias de ferro, aço e alumínio.
 Na Coréia do Norte ou Coréia popular temos o manejo estrutural de recursos das zonas agrícolas para a indústria nacional de automóveis e recursos bélicos. A Fome na Coréia se deu entre 1994 a 1997 pela perca de apoio econômico da Ex URSS e por fatores econômicos estruturais internos.
 Mas todos esses dados apontam uma coisa bem clara. Nunca houve socialismo em nenhuma dessas localidades, pelo contrário, nesse processo podemos entender que a sofisticação estrutural das economias desses países é consequentemente um fator do uso capitalista desses Estados.
 Aqui podemos recorrer ao Capital de Marx especificamente do volume I sobre mais valor em sua forma relativa.
 Nesse sentido os Capitalistas desenvolvem e aperfeiçoam suas máquinas de modo a descentralizar trabalho acumulado, intensificando as forças produtivas de modo a fazer com que o objeto de trabalho tenha um percurso menor de confecção e a mercadoria seja barateada.
 Os regimes de Ideologia socialista fizeram exatamente isso !!! De modo a baratear o valor monetário de suas mercadorias industriais inicialmente, extraindo ao máximo dos insumos agrícolas para obterem um maior espaço de circulação de seus insumos no mercado internacional de modo com que o custo monetário delas seja barateado ao ponto de competir com as potências capitalistas no auge do padrão ouro, agravados ao fato dos países do oriente mal saírem de um Regime semi-feudal e a desconexão estratégica dos movimentos populares dispersos no mundo e desarticulados de todas as maneiras possíveis.
 Por essa análise das co-relações materialistas estruturais fica bem claro a causa essencial da burocratização ditatorial desses regimes de um capitalismo sombrio que se penetrou nos movimentos revolucionários do século XX disfarçados de socialistas, forçados a aderir a dinâmica do capital.
 Até porque o Proletário em sua luta não tem Pátria, o capital também não.
Motivo pela qual é impossível o estabelecimento do socialismo em um só país.

* O Objetivo fundamental filosófico e humano do socialismo

Você já leu o Manifesto Comunista de Marx e Friedrich Engels ??? Já leu mas especificamente na página 110 na qual se é desenvolvido uma tabela de programas que são descritos para o desenvolvimento de uma sociedade comunista como, realocação de recursos para o campo igualitarizando meios de trabalho nas áreas industriais e agrícolas e agropecuárias, coletivização dos meios de produção com diretórios populares das empresas aos partidos de comando democratizando as relações contratuais, pesado Imposto progressivo para a universalização do mesmo aos meios de produção das riquezas, extinguindo o imposto sobre consumo, publicização dos meios de transporte, monopólio exclusivo de um banco central que corresponda ao estado que desenvolva plataformas de redistribuição de renda aos cidadãos, escolas gratuitas de ensino de qualidade e afins... E passou a utilizar tudo isso como um manual de instruções para vida ???
 Se você lê o Manifesto Comunista como um manual de instruções você está lendo errado !!!
 O Manifesto foi desenvolvido por Marx e Engels não como um manual de instruções políticas mas como um manifesto inspirativo. Assim como a Bíblia para os cristãos e as palestras motivacionais de Mário Sérgio Cortella para políticos e pequenos e médios empresários. O Livro não pode ser tomado como algo impositivo mas tão somente inspirativo tão somente.
 Que seja base inspirativa e não impositiva de movimentos populares de rua de todas as reivindicações possíveis uma vez que o livro é um manifesto posto pela Liga dos Comunistas na qual Marx e Engels foram incubidos de expor o texto inspirativo. Portanto não pode ser tomado com critério técnico como o capital.
 No Socialismo seu objetivo filosófico consiste na soberania dos homens sobre as articulações materialistas de modo que essas sejam desenvolvidas pelo objetivo de suprir os desejos e necessidades humanas de modo a regimentar processamentos igualitários como método processual para esse fim.
 O igualitarismo subsequente nesse processo é um mecanismo de estabilização das relações humanas de modo que as articulações materialistas não degradam e nem conduza riscos de precariedade progressiva das condições estruturais de vida do homem.  Tudo isso finalizado desenvolvemos bases estruturais para o fim do Estado como meio de dissuasor comunal e a questão do valor será estabilizado pela mútua confiança conjunta, base de extinção da materialização do valor em forma de dinheiro e do produto disponibilizado como mercadoria. Dai poderemos prosseguir ao comunismo.
 Toda a filosofia tem uma conotação utópica, portanto não pode ser posto como algo impositivo, porém inspirativo. Que vise o combate conjunto da atual situação de coisas, como vale o ditado: O mal só prevalece quando bons homens não fazem nada !!!
 A Utópia é fonte inspirativa para o combate a degradação de si próprio como a dos nossos irmãos portanto necessária.
 O Marxismo tem uma conotação científica ao Socialismo uma vez que parte de pressupostos as modificações conjunturais revolucionárias em fatores sensitiveis e empíricos do funcionamento da sociedade capitalista.

* Resolução, o que aprendemos com isso ??? Como os trabalhadores devem agir em uma agitação política.

O Comunismo sempre será o objetivo final das lutas sociais conjuntas, não importa se a literatura tem conotação utópica ou não, como o Liberalismo teve no passado. Isso se dá pela natureza destrutiva das relações capitalistas que sempre degradam as condições estruturais de vida das classes mais frágeis. Embora como texto inspirativo, os trabalhadores não tem outra base inspirativa que tenha raízes em sua situação real, e sua degradação real.
 Por isso é necessária a politização conjunta dos Trabalhadores que se articulam mutuamente para defender suas condições estruturais de vida.
Tendo o Manifesto como um livro inspirativo em suas lutas.


Reinaldo Conceição da Silva/SP

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro