Editorial

EDITORIAL -
OBSERVATÓRIO PROLETÁRIOS
nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro. Essas preocupações se acenderam graças às reflexões sobre a formação política dos comunistas como um todo, sobretudo ante os acontecimentos que resultaram na dissolução da 3ª Internacional e eclosão da 2ª Guerra Mundial. 

Desde a ascensão  de Stalin à direção do PCUS, os rachas no interior do Movimento Comunista Internacional e a morte de Lênin, aliados ao cerco capitalista à URSS, a orientação política dirigida ao proletariado sofreu imensas perdas. Inicialmente, graças  a sua divisão interna entre seguidores de Stalin e Trotski, mas em seguida devido à necessidade de alianças para enfrentar o ataque nazi-fascista durante a guerra. 

Assim, é que vemos surgir a política de "frentes populares" com o consequente abandono do que consideramos "raízes marxistas", A partir daí, os partidos orientados desde Moscou passaram a desenvolver aproximações com as chamadas "burguesias nacionais", o que resultou em alianças politico-eleitorais com frações burguesas numa tentativa de barrar avanços nazistas. 

No entanto, não podemos asseverar em relação a outras regiões do mundo, mas na América Latina e especialmente no Brasil, essa política travou os partidos comunistas, o que os impediu de avançar na organização da classe operária, no combate ao imperialismo e no seu fortalecimento como opção de classe rumo à revolução socialista. Ou seja, todos eles, sem exceção, se tornaram apêndices da burguesia local e meros propagandistas das campanhas do PCUS.

Considerados esses poucos fatores, queremos ressaltar nossa atenção sobre o legado desses partidos comunistas às novas gerações. No Brasil, durante o período de auge da guerra fria, anos 60, revolução cubana, os comunistas brasileiros sofreram as suas maiores derrotas, principalmente no campo tático, quando negligenciaram o avanço da contra-revolução em todo o continente em prol - quem sabe - da governabilidade Jânio-João Goulart para a seguir sofrer um golpe pela cara - o golpe militar de 1964.

 Nesse momento, o partido histórico de nosso país não tinha política sequer para proteger pelo menos os seus quadros dirigentes. Posterior a esse descaso, vieram os rachas à direita e à esquerda. Estes foram - ainda - fazer treinamento militar para desenvolver a resistência contra a ditadura civil-militar já instalada sob orientação do pentágono. Não seria o caso de perguntarmos: cadê a mamãe PCUS? Mas não sobrou ninguém para responder.

Por isso, hoje, quando vemos os melhores "filhos da classe operária" se debatendo no pântano dito esquerda, ficamos estupefatos. E nos interrogamos pelo legado da ex URSS, de tantos PCs e tanta gente dita "marquicista". Onde tudo foi parar? Corremos nossos olhos infantis pelo cenário e notamos não partidos da classe operária, mas uma feira de produtos no mercado da política, todos disputando um lugar ao sol com nomes PCB, PCDOB, PT, PSOL,PSTU,PCO, UPS, PSB, PDT etc, todos legitimadores da ordem e sócios do resultado. Haja visto o mais recente golpe de 2016, em que se juntássemos todos, não daria pra segurar uma faixa com os dizeres bizarros "NÃO VAI TER GOLPE!", mas que já comemora cinco anos e nada de reação. 

Não queremos ressaltar aqui os estragos feitos pela Revolução Chinesa,  o 20º Congresso do PCUS, a Primavera de Praga, a Revolução Cubana, O Maio de 1968, A Revolução Vietnamita, a corrida espacial e armamentista, a dissolução da URSS, a queda do Muro de Berlim etc, até porque seria matéria para uma semana de congresso. Mas nos interessa chamar a atenção para uma coisa mais fundamental, o surgimento de organizações revolucionárias baseadas no marxismo, marxismo sim, puro, não adjetivado. Mas ao contrário, uma nuvem de agrupamentos seguidores deste ou daquele PAPA: Stalin, Trotski, Mao tsetung, entre outros menorzinhos. Por quê isso? Seria para fazer avançar a LUTA DE CLASSES? Se assim fosse, poderíamos nos satisfazer com a contribuição de cada um no interior do movimento operário mundial e locais. Mas seria suficiente?  Ou seria mais frutífero buscarmos os benefícios e malefícios de cada um? Bom, dada a nossa situação histórica, acreditamos ser mais produtivo a última proposição, pois o próprio marxismo aponta a necessidade de análise crítica incessante.

Por ouro lado, consideramos imensamente desgastante nos determos no sectarismo ou numa avaliação apenas do negativo em relação a essa ou aquela tendência do interior do marxismo. E pensamos assim por entendermos que a melhor performance do sujeito politico é seu resultado para o nossa classe, o proletariado. Dito isso, esclarecemos que não fazemos o jogo capitalista de nos dividirmos e/ou contribuir ainda mais para isso fortalecendo o anti-stalinismo ou o anti-trotskismo só para nos etiquetarmos de ortodoxos ou puristas, uma vez que preferimos provar da mistura e apostar na UNIDADE E LUTA do que marchar sozinhos no deserto da exploração capitalista. 
(EM CONSTRUÇÃO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro