quinta-feira, 9 de abril de 2020

*Sobre a Dança do Alto Comando* Delos - AM

*Sobre a Dança do Alto Comando*

Impressiona a rejeição sofrida por Bolsonaro no decorrer dos tempos. Em 27 anos no Congresso, não conseguia aprovar os seus Projetos-de-Lei - até porque as ideias dele somente seriam aprovadas no ReichStag nazista, e não em Brasília.

Agora, o mandatário do Planalto parece desconfortável e inseguro com os comandantes que, assim como os deputados, o rejeitam, não partilham da visão-de-mundo dele.

Sempre que tenta dar um golpe de Estado para instalar a sua tão desejada ditadura, os comandantes em volta dizem não. E negam simplesmente porque têm interesses próprios: não querem incensar na Presidência um subversivo líder terrorista, inimigo do Alto Comando.

Agora, com toda a troca do Alto Comando, o presidente tentará afirmar a sua autoridade sobre eles para, aí sim, deflagrar um Estado de Sítio e, conforme o caos social aumente, um posterior golpe de Estado.

A transformação do Brasil numa Venezuela, algo desejado pelo bolsonarismo para que alcance o tão sonhado golpe bolivariano, é a melhor aposta dos que querem o caos do Covid-19 para inaugurar um regime de exceção.

O problema todo é que o caos total também constitui um tiro no escuro. Pois pode tanto significar 1️⃣ avanço do autoritarismo; ou 2️⃣ perspectivas de rebelião popular.

*_Ora, se tivermos 100 milhões de brasileiros - que antes compravam notebooks_* - disputando lixo na rua, tentando achar um rato pra comer etc., significa que os poderes entrariam rm sério risco. E os militares não quereriam enfrentar, sozinhos, a fúria popular.

Que poderiam fazer os menos de 500 mil militares contra uma população faminta e furiosa, morrendo pelo vírus? Uma hora, a bala acaba...

São estas lições, expostas no texto, que o Alto Comando, certamente, compreende. *Mas o presidente, como qualquer transtornado, ainda não o entende.* E vai seguir com a sua agenda golpista, como se nada estivesse ocorrendo. Como se a atual aguda crise global fosse uma "gripezinha".

Mas a "gripezinha" militar e cívica pode ser até menos incurável do que a "gripezinha" vital. Vejamos.

Quanto a esta ideia de que 3/5 da população é uberizada e aderirá ao discurso dele,

é preciso lembrar que os italianos poderiam também aderir a tal discurso...

até faltar madeira pra tanto caixão. Porque, no momento em que surgem um milhão de mortos nas calçadas, o discurso bolsonarista tem de dar o seu adeus.

O medo do povo voltou, agora: com o holocausto viral de 2020, e o potencial de revolta popular embutido, governos já estão aprovando auxílios-reclusão para as populações.


(DELOS)

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro