quarta-feira, 10 de junho de 2020

Notas introdutórias sobre Bolsonaro * André Almeida - BA

Notas introdutórias sobre Bolsonarismo:

quando o fascista se olha no espelho

 

Os discursos de ódio da extrema direita nos trouxeram até aqui. Eles tentam em todo momento justificar que não são iguais. E que também não somos iguais a eles. Realmente, não somos! Enquanto progressistas valorizamos a vida, o ser humano e toda capacidade objetiva e subjetiva de tornar o sujeito melhor. Diante disso, a Arte, a Ciência e a Filosofia não cabem nos ambientes virtuais e sociais deles, pois eles no campo político só sabem repetir frases prontas como papagaios. No campo científico são como avestruzes, pois colocam sua cabeça dentro dos buracos e repetem o mantra negacionista. No que compete a Filosofia quanto na Arte se apresentam como tartarugas, tendo como horizonte se escondem no casco. 


Os seguidores do bolsonarismo são subservientes ao que o seu líder messiânico defende. Não se importam com verdades, mas em criá-las em suas fábricas de Fake News. Esses aos quais classificamos como fascistas se olham no espelho, porém acusam o outro de tudo aquilo que eles observam refletido. Suas falas nada mais são do que sua face oculta, pq só quem não aceita a si mesmo por compreender o quanto nefasto ao mundo torna-se é capaz de criar uma ideia de si que não condiz com a realidade, sem fazer uma autocrítica. Não podemos observar acontecendo ao nosso redor e normalizar e legitimar tal feito. O papel do historiador é problematizar o passado para compreender o presente. Em outros é preciso problematizar o presente para compreender suas relações com o passado. E assim fazer com que as pessoas se lembrem daquilo que pretendem esquecer.


Dessa forma, a História é uma das Ciências mais odiadas pelos fascistas. Ela realiza um Raio – X da sociedade ao longo do tempo. E põe nas retinas aquilo que as pessoas gostariam de esquecer. No nosso caso, tratamos das relações do governo bolsonarista, com o fascismo e suas características de diálogo. Entre elas podemos destacar: o armamentismo, o totalitarismo, o culto a raízes que nunca existiram de fato, a imposição ou tentativa de impor oposição a crítica e problematizações ao governo, a obsessão por conspirações, a crença em um líder, o controle e repressão a sexualidade a imposição da ação sem reflexão com sua linguagem repetitiva de inimigos internos e externos, enfim um ódio a democracia e tudo que ela venha a expressar ou representar!


Além disso, mesmo sendo intolerante o bolsonarismo projeta isso nos outros, ou seja, tudo aquilo que eles defendem estar nos outros, nas verdade encontra-se em si mesmos! Como exemplo podemos citar que ao idolatrar ditaduras. Eles defendem que grupos querem implantá-las. Diante disso, com fascistas não podemos dialogar, mas destruí-los. Os fascistas não querem entender o movimento da História. Eles sempre estão criando narrativas que partem do movimento, porém não para compreendê-lo, e sim para recriá-lo como farsa. Enquanto historiador relembrarei o pensamento de Darcy Ribeiro:

“Não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A história será implacável com eles"



André Almeida - professor de História, Coordenador Pedagógico e vice-coordenador da APLB-Sindicato de Teixeira de Freitas/BA

Twitter: @GerminalAndre Instagram: germinal.historia


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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro