sexta-feira, 12 de junho de 2020

O Grito da Batalha: Quem Espera Nunca Alcança * Pedro César Batista - DF


“O grito da batalha: Quem espera, nunca alcança! ”



Pedro César Batista - DF

Unidade de Classe contra o opressor e seus lacaios.

A classe dominante conseguiu muitos aliados no meio dos explorados. Repete-se regularmente que não há mais luta de classes, que é preciso avançar na defesa dos interesses e empoderamento de categorias e setores, o que permitirá melhorar o capitalismo, dando-lhe uma face mais humana, e assim avançar na busca de outra sociedade, onde não exista mais explorados e exploradores.

Não faltam organizações e militantes que atuam exclusivamente em busca da hegemonia, protagonismo e empoderamento, na maioria das vezes com a perspectiva eleitoral, eleger seus quadros e ocupar espaço dentro do estado burguês. Não questionam o modelo de produção ou distribuição da sociedade capitalista, atuam apenas em torno de seus interesses específicos.

Em tempo de paz, no lugar de avançar a consciência de classe, possibilitar aos setores produtivos o protagonismo da história, fortaleceu-se uma concepção de empreendedorismo, individualismo, consumismo e da luta de setores identitários, sem destacar que a sociedade é formada pelos detentores dos meios de produção, controladores das armas, leis e do Estado, e pelos que vendem o seu trabalho, manual ou intelectual, dedicam sua energia e inteligência para produzir e prestar serviços que são apropriados pelos ricos que ficam cada vez mais ricos, ao mesmo tempo que os pobres mais pobres se tornam. Para estes deixam o sonho em comprar um novo modelo de automóvel, possuir altos salários e integrar a classe dominante, usufruir e consumir produtos e serviços produzidos por eles mesmos. Uma poderosa máquina de propaganda alimenta esta ilusão.

O empoderamento individual e de grupos setoriais substituiu a busca pela transformação da sociedade, a construção do poder popular e a conquista da revolução, a ruptura entre explorados e exploradores. Torna-se comum trabalhadores traírem sua classe em busca do status e micro poder, que nada altera as relações sociais e econômicas entre as classes.

Os partidos ligados aos interesses da classe trabalhadora, no lugar de forjar uma consciência baseada na história do desenvolvimento humano, propagam a ilusão de que basta votar, fortalecer sua corrente e hegemonizar movimentos que se avançará rumo a emancipação da classe trabalhadora. Lembram os encantadores de serpente, mágicos de quinta categoria ou pastores falastrões, que curam qualquer doença. Ilusionistas da crendice popular e falta de consciência sobre as contradições que permitem fazer a sociedade se desenvolver.

O desejo é cada um ter uma organização para dizer que é sua. Fazer um movimento para dizer que é seu. Ter uma corrente ou segmento que esteja sob a sua direção. Não levantam a bandeira da emancipação de classe, criam seguidores que aplaudem e repetem o que seus chefes afirmam. Verdadeiros oportunistas e demagogos se espalham. São substituídos pela revolta inconsciente da juventude, rebeliões de massas que não mais se sujeitam a opressão burguesa, apesar de muitos sonharem em substituir os senhores, não em destruí-los.

Aproveitando-se da despolitização, falta de coesão e consciência entres a classe trabalhadora a burguesia avança, fortalece seus setores mais violentos e reacionários, realiza cruéis ataques aos direitos sociais, políticos e econômicos conquistados ao longo de lutas na história. Neste quadro, usam, inclusive, a pandemia para dividir, desarticular e eliminar a resistência dos pobres contra os poderosos.

Paz entre nós, guerra aos senhores, afirma verso de A Internacional, que segue tão atual quanto necessária para derrotar os parasitas que se nutrem de nosso sangue, suor e trabalho. Por isso, forjar a união e organização da classe trabalhadora é a garantia de avançar na história e derrotar os inimigos de classe, começando pelos fascistas que estão no poder.
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro