segunda-feira, 29 de junho de 2020

Financeirização: Sistemas de Crédito e Juros * Reinaldo Conceição da Silva / SP

 Financeirização: Sistemas de Crédito e Juros


O Neo Liberalismo instigado pelo capital em sua fome irracional de se auto valorizar nos faz desenvolver uma análise criteriosa e sobre tudo se faz necessário uma crítica da economia política em tempos em que o Capitalismo se fragiliza ao ponto de se auto-corroer.
  O Dólar como exemplo já não possui mas nenhum lastro sólido desde 1971 com o fim do padrão ouro impulsionado pelo então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, fazendo com que as moedas do mundo inteiro entrassem de vez pela livre especulação cambial.
 Os governos que se sucederam a Nixon desenvolveram processamentos estruturais com base de apoio jurídico que vise que o Banco Central dos Estados Unidos se comprometesse com a seguridade estrutural de garantias a aplicações e investimentos em sua economia. Isso justifica o do porque o dólar ainda é a moeda de referência no mercado internacional  mesmo não tendo mais nenhum lastro com o ouro (o que deu potencialidade ao dólar).
 O dólar hoje é a livre "confiança" embora o Euro seja mais valorizado que o próprio Dólar.
  Porém precisamos entender que a Europa é um continente que concentra marcas conceituadas no mercado e embora a China seja mais industrializada tecnologicamente e tenha mão de obra mais barata, as agências financeiras concentram bases de atuação sistemática na Europa e suas respectivas atuações econômicas são bem mais requisitadas que os Estados Unidos.
  Porém vamos voltar um pouco no tempo, precisamos entender o do porque o mundo se financeirizou e porque os juros sobre o crédito tem pesado peso como resposta a essa financeirização.
 Antes da entrada do Neo Liberalismo, o capitalismo vivia sua utopia social em contrapartida com o comunismo representado pela esquerda radical da esfera da Ex União Soviética.
  O New Diow... Acredito que seja assim a pronúncia, proporcionou um acordo entre o governo com a Burguesia da época e o Proletariado americano de modo que o Estado emita fortes subsídios as corporações fabris garantindo estabilidade de emprego de uma classe média altamente crescente que possibilitasse em legislação vínculos fortes a Sindicatos não alinhados a movimentos comunistas fomentando uma forte indústria fabril amplificando salários e estruturando bases de consumo.
 Claro isso levou a crise do padrão ouro e a penetração do Neo Liberalismo já que as dívidas estavam se amplificando acima do que se seria produzido em ouro, mas isso é uma outra história.
  •  Mas aqui temos uma alusão ao livro de Karl Marx, O Capital volume 1 na qual ele enfatiza, e também enfatizarei a questão da mais valia em sua forma relativa que divide a jornada de trabalho em trabalho necessário (remunerado) e mais trabalho (não remunerado) pelo processo de produção que se potencializa com a tecnologia e a maquinaria.
Todas as ramificações produtivas foram claramente mecanizadas, virtualizadas, robotizadas de modo que todas as indústrias tivessem um processo produtivo altamente artificial, e isso tem um motivo simples: o poder coercitivo do capital exige a seus porta vozes (a Burguesia) que seus respectivos produtos tenham um maior espaço de circulação no mercado para que os Capitalistas possam manter suas respectivas atividades econômicas comparadas com a concorrência, nesse processo os produtos e seu trabalho socialmente necessário se desvalorizam de modo a baratear seu custo monetário ou seja preço.
 Mas o capitalismo se auto contradiz o tempo todo... Essa aceleração produtiva descontrolada desenvolveu um efeito contraditório pautado no desnível de consumo pela desvalorização do valor de uso das mercadorias dadas pela demasiada oferta mas principalmente pelo processo de demissão massiva desenvolvida pela maquinaria.
Isso fortemente empurrou a maior parte da classe operária da maior parte dos países a informalidade, por sua vez precarizando suas condições de vida.
Precisamos ressaltar claramente que a informalidade e a auto-exploração não garantem ao trabalhador individualizado, meios seguros de manutenção da vida e nem de provisões de futuro.
Há também um fator muito relevante a ser mencionado aqui que também se revela como processamento necessário a desindustrialização.
Empresas fabris de grande parte dos países em suas respectivas áreas de atuação não conseguiram se manter estruturalmente com as concorrências já hegemônicas no mercado relativos ao forte desemprego crescente.

Lembramos que em termos simples se um possuidor de meios de produção e reprodução da vida material despende dinheiro para sua conversão em capital, o capitalista precisa especular suas projeções de lucro de acordo com um dado período de tempo até repor os custos tanto de seu capital constante (meios mortos de produção) quanto variável (capital humano).
Ele vai utilizar essa projeção base para comprar pacotes de ações na bolsa com plataformas medias de aplicações e mesclam esses pacotes de ações com as suas, assim revendendo suas ações no mercado financeiro, mas com maior valorização... Assim se a especulação inicial se cumprir devido a variados fatores com ações valorizadas, o capitalista terá um valor de mercado excede na qual ele pode amplificar seu espaço de ações de modo secundário para a compra de novos pacotes, assim valorizando seu capital. As bolsas de valores do mundo inteiro registrarão maiores movimentos amplificando os riscos.
Eu demonstrei agora o método simples de atuação capitalista na qual observamos que o método produtivo se secundarizou comparado ao método financeiro.
Dinheiro como mercadoria em troca de dinheiro.

Explicado isso vamos agora a uma nova fase desse texto, explicado aqui que as fábricas foram levadas ao suicídio pelo aumento das forças produtivas dadas pela fome do capital e a Financeirização do Capitalismo, vamos explicar agora as propensões de juros sobre os sistemas de crédito.
Antes de tal preciso explicar a meus caros leitores que o Neo Liberalismo foi amplamente difundido pelo mundo através da Ex primeira ministra do Reino Unido Margareth Thatcher e do Ex presidente dos EUA Ronald Regan como prerrogativa base de contenção de gastos governamentais assim supervalorizando as ações bancárias no mercado. Aqui só quero dar as claras que a maior parte do PIB dos países através de sua solidificação econômica produzida pelos impostos vai para movimentar suas economias financeirizadas através do enxugamento do caixa dos Bancos internacionais, produzindo títulos do tesouro que são revendidos de modo que haja liquidez nos sistemas financeiros.
Isso aleatoriamente porém fatalmente produz sucateamento dos serviços públicos, estimulando privatizações, reformas previdenciárias que agridem os trabalhadores e afins...
Porém focarei nisso em outro texto.
Voltando aqui ao nosso foco principal, como já dito o processo de aceleração das forças produtivas nas fábricas provocou demissões massivas na qual também devido a sucessivas crises desenvolvidas estruturalmente estimulou uma desindustrialização de maior ou menor intensidade dependendo dos regimentos sócio-estruturais de cada país.
Isso proporcionou aos sistemas bancários e suas linhas de crédito propensões de juros correspondentes a essas variações.
Por que ??? A resposta é bem simples, nos países aonde os subsídios a empresas fabris e o regime industrial ainda movimentam maior parte de suas atividades econômicas, aqui com destaque a China, Japão, Coréia do Sul, Alemanha, Algumas regiões da Califórnia, Texas, Vancouver, e afins fornecem ao operário condições estruturais de repor sua força de trabalho, assim as linhas de crédito para consumo nesses países se torna algo secundário, suas posições estruturais permitem normativas de pagamentos com maior seguridade.
Isso faz com que os juros sobre os sistemas  de crédito sejam relativamente baixos nessas regiões.
Lembrando que nos Estados Unidos como exemplo os juros se tornam autos a dívidas relacionadas a créditos universitários e a planos de saúde, e especulação imobiliária.
São setores onde as operações financeiras possuem maiores riscos, pois há maior valor agregado a insumos de manutenção tecnológica, materiais diversos de pesquisa e valorização especulativa de imóveis em zonas de atuação corporativa.
Já nos países aonde a desindustrialização foi mais severa na qual maior parte de suas economias são baseadas em meios primários a vida ou seja... Em meios de consumo base como petróleo, alimentos e meios de comércio, gaz natural, devido a tal regência sócio-economica como a maior parte do Planeta suas massas operarias foram empurradas a informalidade, portanto carregam condições estruturais de vida precarizadas não havendo condições estruturais de cumprirem as normativas bases de pagamento aos sistemas de crédito por sua vez, fazendo dos Juros a sistemas de crédito desses países a taxas abusivas.
Portanto os rendimentos lucrativos a sistemas de crédito de países com economias mais frágeis são bem mais expansivas do que os rendimentos a sistemas de crédito em países com economias mais estáveis.
Os países a esse exemplo se encaixam o Brasil, Bolívia, Angola, Indonésia, Argentina,Equador,Índia e até o Chile (que seria o "melhor" modelo Liberal) entra nessa.
Para finalizarmos aqui é bom ressaltar que no chamado capital fictício, ou seja no capital não advindo da produção os juros são o preço da mercadoria (dinheiro).
Um equivalente universal pelo dinheiro que se complementa com dinheiro. Prova que o Capitalismo está se auto corroendo !!! 



REINALDO CONCEIÇÃO DA SILVA/SP

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro