Por uma Frente Nacional de Mobilização da Classe Trabalhadora
FNMT
Diante do agravamento da crise capitalista: um sério chamado por uma Frente Nacional de Mobilizações dos trabalhadores
Diante do agravamento da crise capitalista: um sério chamado por uma Frente Nacional de Mobilizações dos trabalhadores
1-
A crise geral do capitalismo se acentua. A pandemia global do novo coronavírus
que já matou dezenas de milhares de pessoas pelo mundo, foi o elemento de
"estalo" para a derrocada da economia capitalista, que já estava em
profunda crise de acumulação e superprodução em todo o Globo. O agravamento da
crise econômica potencializada pela pandemia viral, se alastra pelo mundo,
intensificando o colapso dos serviços de saúde pública, deixando um rastro de
caos e desastre sanitário e aumento radical do desemprego, falências, miséria,
fome, etc;
2-
O capitalismo mundial entrou num período de decadência generalizada agigantando
o desemprego estrutural, devido aos efeitos da terceira revolução industrial,
resultando numa situação de barbárie social extremada. Se uma ordem social
agrava cada vez mais as contradições entre as forças produtivas por ela
engendradas e as relações de produção, excluindo cada vez mais seres humanos,
constitui sério indício de que ela encontrou seus limites como modo de produção
e de vida;
3-
No Brasil a burguesia vive um impasse: diante do recrudescimento da crise, tem
se acirrado as disputas inter-burguesas que se expressa na "guerra"
entre todas as instituições do Estado capitalista, inclusive no interior das
Forças Armadas. O presidente proto-fascista Jair Bolsonaro está cada vez mais
isolado pelas classes dirigentes, que buscam no país uma saída de tipo bonapartista-policial,
ou abertamente fascista para dar conta da crise do regime político;
4-
O grande capital está jogando sobre os ombros das massas trabalhadoras o peso
do declínio capitalista. Diante da iminência de um colapso da sociedade
brasileira, Bolsonaro e seu ministro da economia Paulo Guedes mantém intocados
os princípios da austeridade neoliberal, recusam-se investir pesadamente na
preservação da vida dos trabalhadores e suas famílias, privilegiam os bancos e
grandes magnatas, enquanto as massas estão sob o risco da mortandade e da fome;
5-
A conjuntura grave exige uma resposta dos explorados. A classe trabalhadora
brasileira não pode tolerar passivamente os efeitos da crise criada pelos
próprios capitalistas, sob pena de decomposição em suas fileiras. Não podemos e
não vamos aceitar nos tornarmos párias e "mendigos" de salário.
Trata-se da classe criadora de toda a riqueza e única capaz de levar adiante a
emancipação de todos os explorados e oprimidos pela barbárie capitalista;
6-
Na atual etapa, as organizações operárias e populares, encontram-se
relativamente paralisadas ou fragmentadas, sem condições de ter protagonismo
diante da catastrófica situação;
7-
Diante da gravidade do momento, fazemos um sério chamado a todas as
organizações de luta da classe trabalhadora e do povo brasileiro, visando
contribuirmos para a articulação de uma Frente Nacional de Lutas contra o
governo genocida de Bolsonaro e o projeto escravista que ele representa contra
a classe trabalhadora. É preciso darmos um firme passo para estabelecermos de
fato uma Frente Nacional de Mobilizações que ponha abaixo o regime burguês
decadente, que somente tem a oferecer mais miséria e morte ao povo brasileiro.
Chamamos
a CUT e as demais centrais sindicais, sindicatos de base, MST, FNL, LCP, MTST,
UNE, associações de bairros, movimentos de favela, etc., a batalharmos para
organizar uma Conferência nacional nas próximas semanas se as condições
sanitárias permitirem, visando deliberarmos um plano de ação urgente dos
trabalhadores;
Apresentamos
às organizações operárias e populares, bem como ao conjunto do povo
trabalhador, algumas propostas programáticas, tendo como eixo os interesses de
nosso povo para o enfrentamento da crise capitalista:
*
Diante do desemprego estrutural, propomos a redução imediata da jornada de
trabalho para 35 horas semanais, sem redução salarial;
*
Não ao pagamento da dívida pública, que seus recursos sejam imediatamente
alocados no aparelhamento geral do SUS e num grande projeto de obras públicas e
habitação popular;
*
Não podemos tolerar o parasitismo cínico e improdutivo dos grandes bancos
privados, que concentram a maior parte da renda Nacional. Defendemos a
estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores e um programa
de crédito facilitado aos pequenos produtores;
*
Revogação sem indenização de todas as privatizações, das contrarreformas
previdenciárias, trabalhistas e pelo cancelamento da Emenda Constitucional 95
(do teto dos gastos);
*Proibição
de demissão aos trabalhadores empregados, ocupar as empresas que demitirem;
*Criação
de uma renda mensal para todos os desempregados e trabalhadores autônomos,
ancorado na média salarial vigente no país;
*
Congelamento dos preços dos alimentos e insumos básicos de consumo dos
trabalhadores;
*Cancelamentos
das cobranças dos serviços de água, energia elétrica e boletos bancários;
*Construção
da greve geral, como instrumento para acumular a força necessária ao
enfrentamento com a burguesia e o sistema capitalista;
*
Desapropriação de todos os latifúndios, com a realização da reforma agrária e o
assentamento de todas as famílias que lutam por terra, assegurando o
financiamento, estrutura e a segurança adequadas aos assentados;
*
Fortalecer a luta anti-imperialista e internacionalismo proletário, exigindo o
fim imediato dos bloqueios econômicos a Cuba, Venezuela, irá, Síria e
concedendo o apoio devido aos povos palestino e saharui pelas suas libertações
e a soberania sobre seus territórios;
*
Defesa do socialismo, única forma de assegurar a soberania dos povos, paz mundial
e a plena dignidade humana.
Abaixo
o governo Bolsonaro, Mourão e todos os seus ministros burgueses!
Criar
já os comitês de emergência e autodefesa nos locais de trabalho e moradia!
Por
uma Frente Nacional de Mobilizações!
Por
um governo dos trabalhadores da cidade e do campo!
Por
uma Frente Nacional de Mobilização da Classe Trabalhadora
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