terça-feira, 31 de março de 2020

Bolsonaro está virando suco * Crispiniano Neto - RN

Bolsonaro está virando suco...
O mandato continua, mas o governo acabou

A frase é do ator Bemvindo Siqueira: “O mandato continua, mas o governo acabou”, mas já pode ser pronunciada por todos os brasileiros. Foi dita um dia depois do haitiano que disse cara a cara com a fera: “Bolsonaro acabou”. Também já se parafraseia a frase histórica dos parlamentaristas ingleses: “Reina, mas não governa”

O presidente brasileiro chama a atenção do mundo nesta crise do Coronavírus. Tem se comportado como um exemplo. Um péssimo exemplo. Um exemplo de tudo que não deve ser feito. Transmite insegurança para a nação por ele governada, transmite ódio para seus seguidores, politiza, ideologiza e partidariza uma luta que está acima dos partidos e das ideologias, das religiões e das torcidas. Age como irresponsável, criminoso, inconsequente. As medidas corretas que são tomadas pelo seu ministério acontecem praticamente contra a sua vontade. Chuta na canela dos governadores a cada minuto, somente em busca do “direito” de querer aparecer.

Arrogância, vaidade, mesquinharia. Déficit cognitivo, autismo político. Numa palavra: inépcia, que quer dizer: falta de inteligência, estupidez, imbecilidade, incapacidade, estultícia, estupidez.

Como bem disse um banner que roda na internet: “Não tem gel que limpe a mão que digitou 17”.

Como se dizia das saúvas no passado: “Ou o Brasil acaba com Bolsonaro ou Bolsonaro acaba com o Brasil.

O governo derreteu sob a égide do Gabinete do Ódio que funciona dentro do Palácio do Planalto e é dirigido por um vereador do Rio de Janeiro, que não por acaso é filho de Bolsonaro e que já açambarcou toda a política de comunicação do Governo. E o fez, não para comunicar, mas “trumbicar” o Brasil, como diria, o velho palhaço Chacrinha.

O governo derrete como em Caravana de Geraldo Azevedo, como “pedra de gelo ao sol”.

O ministério virou manteiga em frigideira. Por onde andará o hiperministro Paulo Guedes? Acuado em casa, infectado e infectante, ajoelhado ante a brutal derrota da sua política privatista ultraneoliberal. Robin Hood pelo avesso, de repente não mais que repente viu o mundo inteiro defender que tem que salvar os pobres para poder salvar a humanidade. Ajuste fiscal, Deus Mercado, encolhimento do Estado, Bolsas de valores regendo a vida, tudo, tudo sua usa antiga cantava desceu pelo ralo, por que um valor mais alto se alevantou. Um vírus se tornou mais poderoso que toda a máquina de guerra dos Estados Unidos, da OTAN e dos otários. As bolsas e valores se rasgaram, as montanhas de dólares dos bancos centrais e do FMI, viraram mero papel bordado. O mundo teve que se ajoelhar aos pés da ciência, dos programas sociais, da solidariedade, da Fraternidade, da caridade e da misericórdia como valor humano e já nem tanto como pregação religiosa. Guedes foi dormir Tigrão e acordou Tchutchuca, tendo que ouvir Armínio Fraga, Maílson da Nóbrega, Míriam Leitão, Carlos Sardenberg, todos os economistas e comentaristas econômicos destoando do seu discurso cretino de que tem que privatizar tudo. Privatizada foi a vida, em confinamento, nações engaioladas em seus apartamentos, metrópoles fechadas para um balanço diferente, que só contabiliza perdas e danos.

Continuemos nas Notas Curtas.

Notas Curtas

Paulo Guedes, o verme


Um vírus fez de Paulo Guedes um verme. Ou seja, o pôs no seu lugar na lata de lixo da História. A histeria coletiva que o transformou em um semideus, de repente exibiu seus pés de barro. Parou para dar lugar à inteligência, à racionalidade, à reflexão de que, como “O sábado foi feito o homem e não o homem para o sábado”, assim é com a economia, que existe para as pessoas e não as pessoas para a economia... Só lhe resta o caminho da renúncia antes que venha a derrubada do chefe que virou piada no mundo. E olha que, nunca, jamais, em tempo algum. a expressão “todo mundo” foi tão real como agora. Nada de figura de linguagem. Hoje quando se diz todo mundo, é todo mundo mesmo.

Moro, chovendo no molhado

Cadê o superministro Sérgio Moro? Acovardado, chorando para não perder o emprego, depois de renunciar ao ambicionado cargo de juiz federal, “Falando de lado e olhando pro chão”, acoelhado. Virou bajulador do presidente e “Babá de miliciano”, como bem disse o deputado Glauber Braga. Sua única atitude nesta crise, que de longe é a mais grave deste século, foi decretar o fechamento das fronteiras brasileiras com os países que já tinham fechado as fronteiras com o Brasil. Ou seja, Nadica de nada, chuva no molhado, seis por meia dúzia, show de ridicularia;

General Heleno, múmia ambulante

O general Augusto Heleno, que dirige o GSI, aquele gabinete que informou ao presidente e aos governadores que o coronavírus iria matar 5.700 brasileiros até a primeira semana de abril se providências não fossem tomadas, vê o seu presidente jogando a favor do vírus e, como se não bastasse, foi com ele para a rua, fazer aglomeração e agito. Saiu de lá, doente e continua bangolando, transmitindo vírus e ódio por onde passa como múmia ambulante;

Damares e a violência

Damares vem a público dizer que a quarentena aumentou a violência doméstica. Mas não disse isto para combater a violência doméstica, mas para justificar criminosamente o fim da quarentena.

Wajngarten, entregando a bola

Fábio Wajngarten, Secretário de Comunicação Social da Presidência, além de ter sido o primeiro do entorno de Bolsonaro a ser confirmado com coronavírus e não dar uma declaração digna de nota, entregou a comunicação do governo a um louco nazista, o vereador filho do presidente.

Weintraub, irresponsável e nazista

O ministro da Educação, há tempos reconhecido como louco irresponsável e nazista, só tem boca para dizer que os alunos devem voltar às aulas, na contramão do mundo inteiro. Justifica imbecilmente que as crianças estão no grupo de menor risco, esquecendo, ou fazendo que esquece que são elas os mais perigosos transmissores para os pais e avós.

Mandetta, o pau mandado

Resta o ministro da saúde. Vinha bem, sendo elogiado por toda a mídia e seguido por todos os governadores e secretários de saúde. Parecia o último dos moicanos, a lanterna de Diógenes em meio às trevas de um governo de malucos. Eis que de repente, acovardou-se ao anticientificismo, ao olavismo mais reles do núcleo duro dos cabeças duras do governo.

Virando suco

Cabe-nos lembrar o título do filme de 1981e constatar que este é o governo que está virando suco...

(Coluna Prosa & Verso de 29 de março de 2020 – Domingo)
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro