ANÁLISE DE CONJUNTURA FEITA ÀS PRESSAS
-hora de dar tchau-
A ESTRATÉGIA DA CLASSE DOMINANTE:
Bolsonaro não é o imbecil que aparenta ser, ele ir à televisão falar que o coronavírus não passa de uma gripezinha e que está errado o povo ficar confinado, na verdade é a sua maior estratégia ou jogada política para se manter no poder com o apoio de um setor da população.
Primeiro é importante entendermos que na verdade, nesse momento é quase impossível ele ser derrubado, isso devido a duas razões principais. A primeira é relacionada ao fato que mesmo embora um setor da burguesia e várias instituições de poder, estejam na prática e objetivamente se posicionando contra ele, a consciência geral da burguesia, mais do que nunca, nesse momento de crise abrupta do capital, está absolutamente ciente da necessidade que esteja no poder, justamente um governo como esse, que seja capaz das mais absurdas medidas e que mesmo assim goze de um apoio incondicional de um setor da população, capaz de sustentá-lo. Por isso, a burguesia, aquela que sempre fica escondida atrás da vitrine (e que é a que de fato manda) não vai permitir que ele seja derrubado, por mais que seja instaurado um impeachment, pois não é atoa que foram colocados cabrestos de dinheiro na maioria dos deputados do congresso por esses senhores.
A outra razão fundamental que aponta que ele não será derrubado é o fato de que isso só poderia acontecer, se ocorresse grandes manifestações de rua, capazes de ao menos sugerir a possibilidade de uma insurreição popular. Mas justamente nesse momento da crise é do medo gerado pelo aumento da proliferação do coronavírus, sabemos que esse tipo de manifestações não ocorrerá.
Portanto, creio que podemos afirmar que ao menos, nesse momento da conjuntura, Bolsonaro não será derrubado.
Para compreendermos essa conjuntura que vivemos é importante entendermos que a estratégia de Bolsonaro, para o momento que vivemos, não é só de Bolsonaro, mas do conjunto da classe dominante, pois essa estratégia está à serviço dos interesses dessa classe enquanto um todo. Ocorre que para uma sociedade de classes existir, ou seja, para uma classe social extremamente minoritária e que vive às custas da maioria da população, se manter no poder, são necessários vários fatores e condições, mas principalmente uma certa sincronia entre os parasitas sociais, mesmo quando não exista acordo total entre os mesmos, postura essa absorvida e aperfeiçoada pelas suas lições e experiências históricas obtidas pelos séculos de evolução dessa classe social.
Assim, quando Bolsonaro fala que devemos ser contra o isolamento social das pessoas, ele tá dizendo para o setor mais alienado da população, que esse não é um problema tão grande assim e por essa razão, logo, tudo isso vai passar, ou seja, Bolsonaro continua fazendo o que sempre fez, falando o que o povão quer ouvir. Logicamente, ele faz isso porque sabe que não é só ele que governa o país, existem outros atores que também participarão desse jogo, justamente se contrapondo a ele, esses atores são principalmente os governadores que não seguirão as orientações estapafúrdias de Bolsonaro e manterão o isolamento social, impedindo que se proceda uma tragédia maior.
Se lá na China, país com uma densidade geográfica bem maior que a Brasileira, eles conseguiram conter a proliferação do vírus e isso, mesmo sem eles não terem tido como se preparar anteriormente de forma adequada para enfrentar o problema. Já aqui no Brasil, embora nosso país seja bem mais atrasado em vários aspectos, diferentemente da China, as expectativas são que também ocorrerá um grande número de mortes, tal qual na China, mas proporcionalmente, com bem menos vítimas, ou seja, o Brasil também conterá a epidemia, mas com melhor êxito. Sendo assim, podemos prever Bolsonaro aparecendo na televisão dizendo: "eu não disse que era só uma gripezinha" e mais que isso dirá: "Se tivessem seguido minha recomendação, não teríamos tantos prejuízos na economia, agora para nos recuperamos o sacrifício do povo terá que ser maior".
Temos que ter clareza que a classe dominante é uma classe parasitária e que para existir precisa justamente ser um parasita social que suga com sua simples existência, toda e qualquer possibilidade dos trabalhadores desfrutarem de uma vida digna. Não podemos ter dúvida que para essa classe social defender seus interesses de classe ela é capaz de fazer qualquer coisa, pois para eles morrer por conta de um vírus não é muito diferente deles perderem suas fortunas, o que também meio que simbolizaria a morte dos mesmos. O que, no entanto, eles estão fazendo no momento, não é nada disso, não estão AINDA arriscando suas vidas, o que estão fazendo na verdade é blefando com o povo e formaram uma equipe na mesa desse pôquer para combinar o jogo contra os trabalhadores. Um (Bolsonaro) diz que vai fazer uma jogada suicida, mas os outros (Governadores e a grande mídia) o bloqueiam para assim o time deles continuar no controle absoluto da mesa, no final do jogo, embora grande parte do povo tenha sobrevivido, ninguém de fato terá ganho esse jogo e poderá ser difícil a reconstrução da sociedade aos moldes da dominação de classe anterior à crise. Para isso eles precisarão de alguém dizendo que tudo tá assim porque não quiseram fazer sacrifícios e esse alguém terá um bando do próprio povo apoiando suas idéias.
O que devemos fazer: Esse é o momento da propaganda agitativa. Precisamos convencer o povão que crise do vírus só provoca crise econômica nessa sociedade capitalista, onde a propriedade privada é dominante. Essa na verdade é uma grande oportunidade para a consciência da classe voltar a se propagar entre os trabalhadores, afastando assim, inclusive a crise ideológica. Temos que deixar claro para o povo que as mortes de vidas humanas proposta por Bolsonaro não é para impedir que mais seres humanos morram de fome no futuro, ele tá defendendo isso justamente pra justificar uma política de fome que matará milhares de pessoas, exclusivamente para salvar suas fortunas.
Valdi Gonçalves - PA
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro