CORONAVÍRUS, BOLSONARO….E DAÍ
A cada dia vai ficando mais claro que o
Brasil, sob Bolsonaro, vai lidar com a Convid-19 do modo como as elites
historicamente lidam com os problemas que afligem a toda a população: dando
tratamento privilegiado aos ricos, assistindo a classe média e deixando a
grande maioria de pobres à própria sorte - o que, no caso da Covid-19,
significa condenação à morte, muitas vezes precedida de muito sofrimento.
Vejamos três casos:
Rio - Multiplicam-se os casos e os
óbitos nas favelas, onde nem o Samu nem a PM estariam indo e corpos já
apodreceriam ao relento, segundo reportagem de hoje d'O Globo;
SP - Duplicou o número de casos nas
maiores favelas da Zona Sul e aumentaram 50% as mortes na Brasilândia, área
muito populosa, indício que confirmaria o prognóstico de uma explosão de
contágio na Zona Norte nas próximas semanas;
Amazonas - Em Manaus e em Belém,
não só o sistema hospitalar já se encontra esgotado, mas também o sistema
funerário. Nem os enterros coletivos adotados na primeira cidade têm sido
suficientes para dar conta da demanda, o que açula o temor real de termos uma
nova Guayaquil, com corpos nas ruas, sob as altas temperaturas da região.
É triste, é inaceitável, mas de modo
algum é exceção. O esgotamento da rede hospitalar é realidade em diversas
regiões.
O diagnóstico dos especialistas é que a
diminuição dos índices de isolamento social - iniciada após o comportamento e
as falas irresponsáveis de Bolsonaro - tornou impossível precisar quando
exatamente será o pico de casos e qual o tamanho da mortandade.
O certo é que maio deve ser um mês
catastrófico, sobretudo nas periferias e favelas.
Com números oficiais que os cientistas
consideram de 7 a
8 vezes menores do que os reais, a bem-sucedida operação-subnotificação comandada
pelo Planalto deve lograr repetir, ainda, uma das práticas recorrentes da elite
brasileira: jogar o lixo para debaixo do debate, impedindo conflitos e
impossibilitando que o povo do país venha a saber qual a verdade sobre sua
própria tragédia.
MAURÍCIO
CALEIRO - SP
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro