sábado, 15 de maio de 2021

Poesia Palestina em combate * Observatório Proletários / BR

 POESIA PALESTINA  EM COMBATE 


O fim do ódio que você plantou

Autor: Yasser Jamil Fayad

Foi você!
Eu sei que foi você!

Você me evitou
Nascer em casa
Dos meus ancestrais
De pedras resistentes
Com vinha ao fundo.
Em vez disso,
Uma loja da Cruz Vermelha.

Você roubou minha infância
Eu sei...
Jogos inocentes
Nos jardins da minha casa
Avós paternos em Haifa.

Você usurpou meu café da manhã
A mesa abundante de afeto
Na casa dos meus avós maternos
Em Hebron.

Em vez disso, fome
Isso nos fez ver o sol e a lua
Como pratos de comida.

Foi você!
Eu sei que foi você!

Você matou minha adolescência
Pelas ruas de Tulkarm.

Sua
você me roubou
O direito de viver
Gratuito no meu país.

Ir para a escola como todo mundo
Crianças,
andar pelos mercados,
para conversar com meus amigos!
E quantos deles
você me impediu de saber!

Foi você!

Você destruiu meu amor
Para a mulher que ele deveria ter conhecido ...
Aquele com quem eu iria casar ...
Você roubou minha alegria
Para ter na Palestina
Para meus filhos

Em vez disso,
Você ... Sim, você!

Nas incontáveis
lugares de exílio para os quais você me jogou
de país para país,
de casa em casa,
você me negou casa.

Foi você!
Eu sei que foi você!

Você confinou meus pais
Para viver no eterno
Desejo de voltar ao passado
- doces lembranças -
Tempo livre de sua existência em nossas terras.

Você assassinou
Para meus irmãos que não nasceram
Pela miséria dos campos de refugiados.
Você matou aqueles que nasceram e lutaram contra você.

Tantas vezes você
Você queria nos destruir
Você desejou nosso fim
Nosso enfraquecimento.

Apesar de tudo,
Eu quero que você saiba...

Nossos corações vão vencer
o ódio que você plantou ...
A) Sim,
No dia seguinte
Que a Palestina esteja livre de você!
À MINHA MÃE



Tenho saudades do pão da minha mãe, Do café da minha mãe,
Do carinho da minha mãe...
Estou a crescer,
De dia para dia,
E amo a vida, porque Se morresse,
Teria vergonha das lágrimas da minha mãe!

Se um dia voltar, faz de mim
Uma sombrinha para as tuas pálpebras. Cobre os meus ossos com a erva Baptizada sob os teus pés inocentes.
Ata-me
Com uma mecha dos teus cabelos, Um fio caído da orla do teu vestido... E serei, talvez, um deus,
Talvez um deus,
Se tocar o teu coração!

Se voltar, esconde-me, Lenha, na tua lareira. E pendura-me,
Corda da roupa, no terraço da tua casa. Falta-me o ânimo
Sem a tua oração diária.
Envelheci. Faz renascer as estrelas da infância E partilharei com os filhos das aves,
O caminho do regresso... Ao ninho onde me esperas!



MURAL

(Primeiros versos)

Eis o teu nome, Diz uma mulher
Que depois desaparece na espiral do corredor.
Vejo ali o céu à mão de semear
E a asa de uma pomba branca transporta-me A uma outra infância.
Não sonho que sonho. Tudo é real.
Sei que me esqueço de mim... e que vou voar. Serei aquilo em que me vou tornar
No último céu. Tudo é branco.
O mar suspenso sobre o telhado de uma nuvem branca E o nada no céu branco do absoluto. Estive e
Não estive.
Estou só à entrada dessa eternidade branca. Chegado antes da minha hora,
Não me aparece algum anjo que me diga:
“Que fizeste, lá em baixo, na terra?”
E não oiço nem as aclamações dos bem-aventurados
Nem as lamentações dos pecadores. Estou só na brancura. Só...
Nada me faz mal à porta da eternidade, Nem os dias nem os sentimentos.
Não sinto nem a leveza das coisas Nem o peso das obsessões.
Não encontro ninguém a quem perguntar:
“Onde está o meu onde, daqui em diante?
Onde está a cidade dos mortos? Onde estou eu?” Não há nada, Aqui, no não-espaço... no não-tempo,
Não há existência.

Como se já tivesse conhecido a morte... Conheço esta visão e sei que parto Para o que não conheço. Talvez
Esteja ainda vivo em algum lado, Consciente do que quero...

Um dia serei o que quero.

Um dia serei uma ideia que nenhum gládio levará À terra desolada, nenhum livro...
Uma ideia semelhante à chuva sobre uma montanha Rasgada pelo rebento de um pé de erva.
E a força não terá ganho, Nem a justiça fugitiva.
Um dia serei o que quero.

Um dia serei pássaro e, do meu nada,
Tirarei a minha existência. Sempre que as minhas asas se consomem
Aproximo-me da verdade e renasço das cinzas. Sou o diálogo dos sonhadores.
Renunciei ao meu corpo e à minha alma
Para cumprir a minha primeira viagem ao sentido, Sou a ausência. Sou o perseguido
Celeste.

Um dia serei o que quero. Um dia serei uma vinha.
O verão que me esprema já,
Os passantes que bebam o meu vinho Sobre os lustres do espaço açucarado! Sou a mensagem e o mensageiro,
As pequenas moradas e o correio. Um dia serei o que quero.
Eis o teu nome, Diz uma mulher
Depois desaparece no corredor da sua brancura. Eis o teu nome. Guarda-o bem!
Não se descomponham por uma carta
E não te importes com as bandeiras das tribos. Sê o amigo do teu nome horizontal,
Testa-o sobre os vivos e os mortos,
Condu-lo à boa dicção na companhia dos estrangeiros, Traça-o na parede da caverna.
Ó meu nome: tu crescerás quando eu crescer, Tu me levarás e eu te levarei,
Porque o estrangeiro é um irmão para o estrangeiro. Apresaremos a fêmea com a vogal longa devolvida às flautas. Ó meu nome: onde estamos agora?
Diz! O que é hoje? O que é amanhã? O que é o tempo, o espaço,
O antigo, o novo?

Um dia seremos o que queremos.

MAHMUD DARWICH 

ESCURIDÃO


A escuridão tem um buraco.
Com espaço para uma mão,
Negra, com cinco dedos e um braço. A escuridão possui uma casa, Assombrada pelos mortos,
Que tornam a sepultar os seus segredos nos tijolos. A escuridão mata as vozes
Que clamam das pedras,
Sufocando em urtigas no fundo do poço. E um grito,
Um violento grito de protesto,
Eleva-se do coração sombrio da floresta.


UM ESPELHO

Dois rostos assomam na catástrofe –
O meu pai e o seu cavalo; uma pequena lua Cujas velas prenderemos sobre a nossa casa.
Se ao menos pudéssemos recuperar a nossa infância, Agarraríamos a lua por um tempo entre as nossas mãos.
E deixá-la-íamos fugir, quando tivéssemos os corações abertos.


UM INCIDENTE

Vi uma mão acenando do rio,
Que tremeu antes de desaparecer,

Sumida algures – um rasto luminoso de ar, Cheiro de cravo.
Os dedos continuavam a mexer, agitados, Traçando à superfície palavras desesperadas, Mas cansaram-se e afundaram-se.
Como nos alegramos sozinhos, Enquanto debaixo de água
Existem florestas submersas de desejos – O território dos vencidos.

GHASSAN ZAQTAN
*Vidas palestinas importam!*

*Aliás, todas as vidas deveriam importar.*


Por Keithe Hamid*


Diante do cruel absurdo que acontece em Jerusalém, 

não podemos ficar reféns, 

não podemos nos calar. 


Esperamos que o mundo possa mais que nos escutar. 

Não queremos apenas ser ouvidos, queremos ser mantidos vivos 

e do nosso direito gozar. 


Uma luta contra a crueldade sionista vamos travar.  

Das nossas terras eles querem se apropriar. 

Estão promovendo massacre em Gaza e em  Sheikh Jarrah. 


Não se importam de o humano nem o sagrado desrespeitar. 

Seremos resistência a tudo que ferir a nossa existência e tentar impedir o nosso livre caminhar, o nosso direito de na nossa terra ficar. 


Opressão vamos sempre combater e rejeitar.

A ocupação ilegal de Israel precisa parar. 

A resistência palestina não vai se apagar. 


Convidamos o mundo a se humanizar. 

Informe-se, reaja, 

para, diante da injustiça, 

neutro não ficar.  


Quem escolhe a justiça  

sabe que a Causa Palestina 

é uma causa para se apoiar. 


Chega de Apartheid! 

Queremos Liberdade!


Salve Sheikh Jarrah!

Palestina Livre Já!


**Keithe Hamid é professora de língua portuguesa e leciona na rede pública de Brasília-DF*

É TEMPO DO CAVALEIRO TRIUNFAR

À sombra das oliveiras Na folhagem do limoeiro Nos olhos dos pássaros Nas lágrimas das crianças Procuro-te

No cume do vulcão vermelho Sobre a terra plantada de tomilho Ó minha grande alegria
Ó minha imensa alegria
Ó pátria da tristeza, irrompe em erupção!

Se prestarmos culto a outros deuses À sombra das tuas cinzas
Seremos pendurados na forca!

Poderemos esquecer
Que pertencemos à terra em gestação? Poderemos esquecer
Que provimos de uma raiz mais profunda? Ó pátria da tristeza, irrompe em erupção! Ó pátria da tristeza, irrompe em erupção!

Guevara, aproxima-se.
O revolucionário de rosto tisnado Desencadeia a insurreição.
Guevara beija-lhe a testa
E vislumbra leões invencíveis.

Gaza, ó minha mãe Ó Gaza

Cresce a chama da saudade.
Na tenda do avô ressoa um cântico Feito de sonhos de pobreza Entoado por grãos de luz
E pelo som das foices a ceifar os campos.

Eis a minha mãe: ela possui um segredo Leva-me para a areia amarela
Para o amor perfumado do meu país natal, Numa cabana
Sobre a encosta verde da montanha.

Abril!
Proclama que o meu sangue exala o perfume Da terra dos meus antepassados.


ÚLTIMAS PALAVRAS DOS MÁRTIRES NA PALESTINA

Não estejas triste. A noite deixou cair o seu pano,
A madrugada apertou o coração exprimindo tristeza.
Quando o sol desaparecer no horizonte, não fiques triste Porque a nossa alma está a transbordar de amor E de desejo ardente.
Não chores, alegra-te pelo combatente Que procurou a glória para a sua pátria.

Ó Jerusalém, símbolo de eternidade para um povo generoso, Símbolo que perdurará até ao fim dos tempos.
Ó Jerusalém, a tua chaga é a nossa chaga, Arma-te de paciência e consola-te.
O nosso mar e as nossas areias
Ergueram-se para abater os inimigos e a tirania.
Como poderíamos viver quando sangram as nossas feridas,
Quando a nossa terra permanece sequiosa e suportamos o martírio? A morte, ou mesmo o inferno das grades das prisões,
É preferível a uma vida humilhante.

Não escrevemos poemas pela fama,
Pela riqueza ou por uma posição invejável. Mas é o hino do coração que
Se confunde com o espírito do sacrifício ilimitado.

Juro pelos revolucionários, pela chaga
Que trazemos dentro de nós, pela terra, pelo homem; Juro pelos homens livres, pelo amor que
Habita em nossos corações, pela luz e pelo fogo. Juro que defenderemos a nossa pátria
Tal como ela nos ensinou.

HANAN AWAD
MORTE POR ENTERRAMENTO

Este local não é Próprio para plantar. Aqui a terra é
Dura, seca, irritante – Agulhas de folhas mortas Arranham.
Fecho os olhos, o pó Sufoca-me a garganta, Nunca pensei que a terra Pudesse ser tão pesada, Talvez se eu
Levantar um braço Alguém venha atravessar
Um dia a minha sepultura e,
Como nas noites dos filmes de terror,
Veja uma mão sem vida, uma palma aberta. Dedos meio enrolados...
E grite.

Eu não morri nesse dia – Outra coisa sucedeu
E ainda permanece Na sepultura pútrida
Fermentando o conhecimento das trevas.

HANAN ASHRAWI
BASTA-ME

Basta-me morrer na sua terra Ser sepultada nela
Desfazer-me e desaparecer no seu solo
E depois renascer como um rebento de erva
Como uma flor na mão de uma criança que cresceu no meu país. Basta-me permanecer
No amplexo do meu país
Como terra, rebento de erva e flor.

Durante as primeiras semanas após a guerra de Junho de 1967, jornais estrangeiros e estações de rádio veicularam notícias que deixavam entrever a calamidade como se o fim do povo árabe tivesse sido decidido por esse desastre. Dessa situação nasceu o seguinte poema:

O DILÚVIO E A ÁRVORE

Quando a tempestade satânica chegou e se espalhou No dia do dilúvio negro lançado
Sobre a boa terra verdejante “Eles” contemplaram.
Os céus ocidentais ressoaram com explicações de regozijo: “A Árvore caiu!
O grande tronco está esmagado! O dilúvio deixou a Árvore sem vida!”

Caiu realmente a Árvore?
Nunca! Nem com os nossos rios vermelhos correndo para sempre, Nem enquanto o vinho dos nossos membros despedaçados
Saciar nossas raízes sequiosas

Raízes árabes vivas
Penetrando profundamente na terra.

Quando a Árvore se erguer, os ramos Vão florir verdes e viçosos ao sol
O riso da Árvore desfolhará Debaixo do sol
E os pássaros voltarão
Sim, os pássaros voltarão com certeza Voltarão.

FADWA TUQAN
O impossível

Aqui estaremos
com uma parede em nosso peito,
enfrentando a fome,
lutando com fiapos,
desafiando
cantando nossas canções,
invadindo as ruas
com nossa raiva,
enchendo nossas cabanas de orgulho,
ensinando vingança às novas gerações
Como milhares de prodígios que
vagamos
por Jaffa, Lidda, Ramallah, na Galiléia.

Aqui estaremos,
lavando pratos em seus bares,
enchendo os copos dos mestres,
limpando suas cozinhas fuliginosas
para dar uma mordida em suas presas azuis
para alimentar as crianças famintas.

Aqui estaremos com o coração de gelo
ardente , o inferno nos nervos e na alma,
tiramos água da rocha para matar nossa sede
e jogar fora a fome com o pó.
Mas não vamos embora.

Aqui vamos derramar o sangue mais amado,
aqui temos um passado, um futuro,
aqui estamos nós o invencível,
então vá fundo, vá fundo
em minhas raízes.

Eu aperto suas mãos

Eu convoco
você , eu aperto suas mãos.
Beijo a terra sob seus sapatos
e digo: "Eu te resgato,
eu te dou a luz dos meus olhos
e o calor do meu coração eu te dou,
porque a tragédia que eu vivo
é parte da tua tragédia."
Eu convoco
você , eu aperto suas mãos.
Eu não era insignificante para minha nação
e não abaixei minha cabeça.
Parei diante da face dos meus opressores
- órfão, descalço, nu - Eu
carreguei meu sangue na palma da minha mão,
eu não coloquei minhas bandeiras a meio mastro
e eu protegia a grama que cresce
. Na sepultura dos meus antepassados
I convocar você ...! Eu aperto suas mãos!

Um vento do leste

Algumas lágrimas deste vento que
vem do oriente
carregadas de gritos de meus entes queridos ausentes,
gritos cortados pela saudade,
sinceros, sem gritos,
encheram a terra e os horizontes.
Eles vêm carregados com a dor do vale
e o cheiro de orvalho, sangue e escravidão. As lágrimas deste vento que ... Vem do Oriente
caem no meu rosto e nos meus olhos,
na minha alma e na minha garganta .

Tawfīq Zayyād 
TRES MUROS PARA LA SALA DE TORTURA

Al alba

Yo resistiré...
Mientras haya en el muro una página en blanco
y no se derritan los dedos de mi mano.
Aquí, alguien pulsa
un mensaje a través del muro.
Nuestros hilos se han convertido en nuestras venas,
las venas de estos muros.
Toda nuestra sangre se derrama
en las venas de estos muros...
Un mensaje a través del muro:
Ellos han cerrado una celda,
han matado a un prisionero,
han abierto otra celda
y han llevado a un prisionero...


A mediodía


Ellos me han puesto delante el papel,
me han puesto delante el lápiz,
me han puesto en la mano la llave de mi casa.
El papel que han querido manchar
ha dicho: ¡Resiste!
El lápiz cuya frente han querido mancillar en el barro
ha dicho: ¡Resiste!
La llave de la casa ha dicho:
En nombre de cada piedra
de tu humilde casa ¡Resiste!
Un golpe en el muro
es el mensaje de una mano rota
que dice: ¡Resiste!
Y la lluvia cae
golpeando el techo de la sala de tortura.
Cada gota grita: ¡Resiste!


Al ponerse el sol


Nadie está conmigo,
nadie oye la voz de este hombre,
nadie lo ve.
Cada noche, cuando los muros
y las puertas se cierran...
él sale de mis heridas sangrantes
y camina por mi celda.
Soy yo.
Es como yo.
Le veo de niño
y con veinte años.
Es mi único consuelo,
mi único amor.
Es la carta que escribo cada noche
y el sello para el amplio mundo
y el pequeño país.
Esta noche lo he visto
saliendo de mis heridas
sombrío, torturado, triste,
caminando en silencio, sin decir
nada, como si dijera:
No me volverás a ver si confiesas,
si escribes...

Muin Basisu
UN PAÍS

Traducido del árabe por: María Luis Prieto

Tomó su nombre del agua
Y comenzó a fluir.
La espuma que vimos sobre las olas
Era su gente
Y la hierba sobre las dunas
Sus costillas.
Un país
Cuyos hombres se habían marchado.
Por eso las mujeres se habían casado
Con los árboles.

Wadih Saadeh
(Del poemario: Intento de llegar a dos riberas con una voz (1997)
POEMA PARA GAZA

Un abrazo de libertad
Se deja llevar por las olas
y surca los mares eternos
hasta besar el mar silente
frente a las puertas de GAZA.

Se deja llevar por el viento
y surca los mares infinitos
hasta pintar el azul del cielo
y el blanco de las espumas
frente a las puertas de GAZA.

Una mujer del mundo
se sube a la Flotilla de la Libertad rumbo a GAZA.
En sus manos cultiva una rosa
y su pecho guarda un abrazo de LIBERTAD.

Para construir un paraíso de sueños
y alcanzar la utopía del AMOR.
Para romper los silencios del miedo
y cubrir de sonrisas el camino de una lágrima.
Para silenciar el grito desgarrador de la muerte
con la voz reverdecida de la PAZ.

Una mujer del mundo.
Un abrazo de libertad
frente a las puertas de GAZA.

Obs.: Kmagem - Iris Serrano ; Poema  Ana Herrera
*
*
OCULTO


Si pones un helecho debajo de una piedra al otro día será
casi invisible como si la piedra lo hubiera tragado.
Si escondes el nombre querido bajo tu lengua
por demasiado tiempo sin pronunciarlo
se convierte en sangre suspiro
el pequeño aliento halado al aire oculto dondequiera
en el fondo de tus palabras.
Nadie ve
el combustible que te alimenta.

Naomi Shihab Nye
*
*

"Vá e roube o último pedaço de minha terra,
deixar meu jovem corpo nas masmorras,
saqueie minha herança, queime meus livros,
alimente seus cachorros com meus peixes,
vá e espalhe sua teia de medo
nos telhados da minha aldeia,
inimigo do homem,
não haverá trégua e terei que lutar até o fim,
então você apaga seu fogo em meus olhos,
então você me enche de angústia,
então você falsifica minhas moedas,
ou a raiz corta o sorriso dos meus filhos,
então você levanta mil paredes,
e acertar meus olhos humilhados,
inimigo do homem,
não haverá trégua
e terei que lutar até o fim "

Samih Al-Qasim

2 comentários:

Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro