NOTA - UNIVERSIDADES FEDERAIS EM RISCO
A pesquisa científica e o ensino superior no Brasil sofreram mais um duro golpe desferido pelo poder
executivo federal com aval do parlamento brasileiro: o orçamento anual do Governo Federal para 2021 (Lei 4.414/2021), aprovado pelo Congresso Nacional no dia 25 de março e sancionado pela Presidência da República em 22 de abril, determinou o corte de mais de um bilhão de reais nos recursos das Universidades Federais, o que representa uma redução de 18,16% em relação a 2020. Desse valor, R$ 177 milhões foram cortados da assistência estudantil, que é destinada para permanência de alunos de baixa renda. As Universidades Federais respondem por 60% da produção científica brasileira, realizando pesquisas de ponta em diversas áreas do conhecimento, e atendem quase meio milhão de estudantes de graduação, dos quais, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, cerca de 43% são de baixa renda oriundos das classes C, D e E.
Essa medida do Governo Federal, somada a outras tantas de intuito similar já adotadas, amplia e pavimenta caminhos que aceleram a recondução do Brasil à condição periférica e subalterna de um país nanico, pobre, com imensas desigualdades sociais e sem protagonismo em qualquer esfera de tomada de decisão de alcance global que norteiam os rumos da humanidade e do planeta. Seguindo nessa trilha, seremos, cada vez mais, meros fornecedores de matéria-prima mineral, energia e alimentos para países desenvolvidos.
As Universidades Federais, alicerces essenciais de desenvolvimento do nosso país, estão em risco. A continuidade de suas ações de excelência na formação de recursos humanos de nível superior e na produção de conhecimento científico estão ameaçados. As ações de inclusão, estabelecidas na política de cotas raciais e econômicas para o ingresso nestas instituições, estão sendo desmanteladas, pois a permanência e a conclusão de curso desses estudantes dependem em grande parte do auxílio estudantil. O que se vislumbra é o aprofundamento da desigualdade e injustiça social do Brasil, que já é uma das mais graves de todo o mundo.
A FEBRAGEO – Federação Brasileira de Geólogos manifesta veemente repúdio aos cortes de recursos às Universidade Federais impostos pelo Governo Federal e avalizado pelo congresso nacional, que vem ocorrendo de forma sistemática nos últimos anos. Sem investimentos públicos em volume adequado na educação e na pesquisa científica e sem políticas de inclusão social jamais alcançaremos o status de país, nação, desenvolvido e justo com nossos cidadãos e nossas cidadãs.
Diretoria da FEBRAGEO
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro