segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Militarismo Utilitário e Escolas de Preparação Doutrinárias PARTE 3 * Reinaldo Conceição da Silva / SP

Militarismo Utilitário e Escolas de Preparação Doutrinárias 

PARTE 3 

Nos meus dois últimos textos referentes ao tema e nesse caso para encerrarmos com chave de ouro vamos primeiro aludir algumas questões abordadas ao tema na primeira e segunda parte. Nesse caso no primeiro e segundo texto. Serão necessários esse tipo de feedback para retomarmos em compreenção os elementos fundamentais que tornam o militarismo e sua defesa como algo meramente utilitário, portanto sem base de defesa plausível para a seguridade e sustentabilidade social frente as configurações de gerenciamento material humano em praticamente todas as ramificações de atuação em diversos países da periferia do capitalismo, e como o militarismo pela forma organizaçional sócio-cognitivamente instituida serve como um impecilio a estabilidade material de vida das classes que nada tem a oferecer a não ser sua força de trabalho condicionada como mercadoria.

 Até porque o Estado possui o monopólio legal da violência, e este é um produto necessário a forma burguesa de organização da vida material de modo com que o capital, estabeleça atrativos burocráticos a sua acumulação exponencial. Esse é o estado burguês, impulsionado pela corrente iluminista liberal que veio a substituir o modelo feudalista.

 Que fez surgir dos burgos a nova classe dominante a institucionalizar seus meios midiáticos de comunicação, ralações materiais universalizantes e a livre comercialização e exploração do homem pelo homem sem os condicionamentos restritivos do trabalho vigentes ao regime feudal.

(Karl Marx - O Capital volume l...... A assim chamada  acumulação primitiva)

E dos descendentes de servos vassalos e camponeses em trabalhadores assalariados, mas isso é tema para outro texto que farei.

 Ocorre que essa corrente processual desenvolveu novos métodos de conflitos, novos meios de promoção da guerra, e o impulso a esses novos métodos fomentados pelo capital em seu início fumegante promoveu uma série de invasões brutais e submissão pela força, foi nesse meio processual que os métodos positivistas Napoleônicos foram institucionalizados e promovidos pelos ideais iluministas da Revolução Francesa.

No primeiro texto demonstrei como as doutrinas são instituidas pelas possibilidades de gerenciamento material sobre processamentos históricos precisos de acordo com a soberania de uma lógica instituida a totalidade das relações materiais de uma sociedade. Comentei sobre as bases fixas de promoção das doutrinas positivistas Napoleônicos instituidas sobre os meios militares, e o modo conservador tal como a doutrina de Segurança Nacional, implementada sobre o acirramento emblemático que a luta de classes promoveu durante a guerra fria. Demonstrei também como tais doutrinas baseadas na submissão humilhante promove uma descompreenção condicional da realidade e mesmo com uma pedagogia de complemento base, ela própria é anulada pela imposição doutrinária. Um dos motivos que desestímulo qualquer ideia de militarização de nossas escolas.

No segundo texto, me foquei na aberração sócio-cognitiva resultante desse processo. Na despolitização Doutrinária promovida por bases da academia militar, na qual a humilhação é lei e o senso crítico é a exessão uma vez que a doutrina exige o estabelecimento da hierarquia e a hierarquia visa estabelecer a doutrina. É um ciclo vicioso.

 Só para se ter uma ideia, a pedagogia básica educacional em academias militares não segue as normativas de análise dos órgãos internacionais que avaliam nivelamento universal educativo, relativas a universidades públicas conhecidas internacionalmente. A doutrina obrigatória vem em primeiro e em último também.

Nesse último texto para complementar irei ilustrar uma compreenção estatística básica. Não é apenas a doutrina militar que faz a escola perder sentido de atuação. Escolas devem trabalhar com a promoção das disciplinas do saber e com a crítica política, no intuito da promoção do saber, e não com a imposição absoluta de uma doutrina de submissão. Mas também que a Escola Civil-militar se torna um centro de abatimento de crianças e adolescentes.

 Não disse errado, Escolas Civil-Militares são um risco de vida para os alunos, até porque polícias e militares são alvos de bandidos foragidos por diversos crimes possíveis. E nesse processo os alunos se tornam alvos aleatórios, fora que ao invés do aluno se afastar de problemas de saúde pública como as drogas por exemplo, os militares se tornam fontes atrativas a esse tipo de ocorrência ou por modo indireto através da proximidade de atuação de elementos na busca de execuções condicionais, e/ou por meios de recrutamento ao crime organizado sobre diversas formas de atuação, ou pelo modo direto através das milícias que compram os produtos dos traficantes e até mesmos empréstimos de agiotas e repassam tais conteúdos aos alunos.

 Claro que aqui estamos colocando em nota os riscos diretos a vida que as crianças e adolescentes adquirem ao prestar cursos em escolas Civil-Militares. Não apenas pelo desvio do fundamento elementar das escolas como já mencionei através da imposição doutrinária ineficaz mas como a ineficiência apresentada através dessas projeções a seguridade de vida aos alunos.

* O Destino necessário do Militares se faz Urgente !!!

Um camarada na qual tive um breve diálogo cujo o nome dele é Antônio uma vez me disse que os militares são mercenários e sempre estarão com o fuzil apontado contra os trabalhadores em momentos específicos de atuação.

 É verdade, mas os militares pela sócio-cognição instituida pelas doutrinas elementares são essencialmente idiotizados através desse processo.

 Poucos indivíduos se salvam, mas o modo como eles são instruidos pela histoicidade implementada torna-os um risco para os civis, principalmente os mais carentes através de preconceitos pré-estabelecidos sócio-cognitivamente (termo que tratarei também em um próximo texto. Sugiro que acompanhem), veja um exemplo, o General Heleno acusado de fuzilar haitianos aleatoriamente em uma operação no Haiti em 2010, um criminoso de guerra.

 Tivemos também a tentativa do ex Ministro da Justiça Sérgio Moro, de imputar uma lei anti-crime que desresponsabiliza o policial por prerrogativas emotivas, termos que não podem ser adjetivados a policiais porque eles jamais serão cidadões comuns que agem emotivamente.

Mas a questão é... Que as doutrinas implementadas institutivamente nas academias militares e sua histoicidade, torna esse setor corporativo um risco a sociedade, militares já possui um histórico de repressão contra sua própria população inerente ao condicionamento histórico de gerenciamento material das sociedades em localidades específicas.

 Recentemente na França uma lei imputada pelo parlamento proíbe a gravação de vídeos sobre acusações de Violência a corporação policial, tal ação resultou em protestos violentos.

 Já aqui no Brasil considero mais do que necessário a extinção das forças armadas, o fim das escolas militares e o encerramento de atividades das academias, a desmilitarização das polícias sobre julgamento de tribunais comuns, a publicação de brigadas populares com uma reformulação completa dos futuros integrantes, com diretórios exclusivos e novas doutrinas de atuação, asseguradas pela civilidade, de bases populares com seguridades estabelecidas. 

 O Brasil nunca precisou de militares uma vez que a divisão internacional do trabalho nos condicionou a ser um país dependente, exportador de commodits semi colonial, com investimentos, tropas e treinamentos ineficientes comparados com a histoicidade material das relações capitalistas em outros países.

Minha proposta das brigadas populares exige uma configuração reformulativa completa para os novos integrantes, com diretórios populares e novas doutrinas de aquisição ligadas a seguridade social civil. Treinamento combativo intensivo, com severa resiliência física, psquico-emocional e intelectual, minando preconceitos, em com aparato de gerenciamento tecnológicos expansivo, por assim agradeço a meus caros leitores, considero encerrado esse tema !!!

Reinaldo Conceição da Silva/SP

sábado, 23 de janeiro de 2021

Leonel Brizola, um patriota e revolucionário * Aurélio Fernandes / RJ

 Leonel Brizola, um patriota e revolucionário  

22/01/1922, Cruzinha, Rio Grande do Sul  

21/06/2004, Rio de Janeiro  

 Por Aurelio Fernandes*  

Novas ilhas, novos rios, novos vulcões fazem de nosso  

continente uma nova geografia.  

Queremos nova agricultura, outras forças juvenis, uma  

sociedade mais pura, novos protagonistas da história, que  

está nascendo e que temos o dever de construir.  

Quem pode estar contra a nova vida?  

Celebremos a chegada de Leonel Brizola no cenário da  

América como uma deslumbrante encarnação de nossas  

esperanças.  

Estamos cansados da rotina de miséria, de ignorância, de  

injustiça econômica.  

Abramos o caminho àquele que encarna hoje a possível  

construção do futuro. Pablo Neruda -  1959  

Brizola foi uma das grandes lideranças nacionalistas revolucionárias do Brasil no final do século  XX e no limiar do século XXI. Caracterizou sua atuação política pela crítica impiedosa ao modelo  econômico do capitalismo dependente e suas perdas internacionais e a concentração do poder  dos meios de comunicação de massa. Personificou a radicalização dos movimentos populares e  classistas nas lutas populares pelas chamadas “reformas de base” na primeira metade da década  de 60 no período imediatamente anterior ao Golpe de 64 e a defesa de um desenvolvimento  nacional voltado para as maiorias dentro de uma perspectiva socialista.  

Oriundo de uma família de camponeses pobres do interior do Rio Grande do Sul, viaja aos 12  anos para a cidade de Porto Alegre, onde concilia vários empregos – jardineiro, vendedor,  topógrafo, etc – com os estudos, conseguindo se formar em Engenharia em 1949, aos 27 anos. Em  1945 filia-se ao Partido Trabalhista Brasileiro - PTB - atuando em sua juventude, Ala Moça do PTB,  e elegendo-se deputado estadual em 1947. Aproxima-se das lideranças políticas de Getúlio Vargas,  líder histórico do trabalhismo brasileiro e de João Goulart, futuro presidente do Brasil, casando  com sua irmã, Neusa Goulart, que conheceu como militante na juventude do PTB.  

Em 1951, Leonel Brizola sofre uma grande derrota política ao perder a disputa pela Prefeitura  de Porto Alegre devido a divisões internas no PTB. Em 1952 é nomeado Secretário de Obras do Rio  Grande do Sul e retorna à Assembléia Legislativa daquele estado em 1954. No ano seguinte,  disputa novamente a Prefeitura da capital gaúcha. Desta vez, vence a eleição e desenvolve um  governo identificado com políticas voltadas para a educação popular, o saneamento, o transporte  público e apoiado pela maioria da população.  

Como reflexo de sua atuação na prefeitura, Brizola não teve nenhuma dificuldade nas eleições  de 1958, quando se elegeu governador do Rio Grande do Sul com mais de 55% dos votos válidos.  Marca sua gestão pelo compromisso com a educação, construindo mais de 6000 escolas, e pela 

implementação de políticas baseadas na lógica de desenvolvimento voltada para as maiorias, que  o levou a enfrentamentos diretos com multinacionais estadunidenses localizadas naquele estado.  Seu governo criou a Caixa Econômica Estadual e conquistou o controle acionário do Banco do  Rio Grande do Sul. Criou a empresa mista Aços Finos Piratini, articulou a instalação da Refinaria de  Petróleo Alberto Pasqualini e estatizou a Companhia Rio Grandense de Telecomunicações,  subsidiária da multinacional estadunidense International Telephone and Telegraph (ITT), e a  Companhia de Energia Elétrica Riograndense, filial da multinacional estadunidense American and  Foreign Power Company. Essas encampações foram consideradas pelo governo estadunidense um  precedente muito perigoso na América Latina e um mau exemplo para Cuba, que ainda não  nacionalizara nenhuma empresa estrangeira. O presidente Kennedy declara: esse homem não é  um amigo dos Estados Unidos.  

Além disso, incentivou a ampliação da mobilização popular no sentido de ampliar os limites da  democracia representativa. Ao assumir o governo, Brizola foi à sede do Departamento de Ordem  Política e Social e ordenou a queima dos fichários políticos e de todo o arquivo da polícia política.  Durante seu governo sindicatos, associações de moradores, bairros e vilas, agricultores sem terra,  professores e estudantes tiveram seus direitos democráticos e constitucionais garantidos. Brizola  cria a Secretaria do Trabalho com o objetivo de garantir o direito dos trabalhadores e implementa  a reforma agrária estimulando a formação do Movimento dos Agricultores Sem Terra – Máster.  

Em 1961 participa da delegação brasileira na Conferência da Organização dos Estados  Americanos, em Punta del Leste, Uruguai, onde conhece Ernesto “Che” Guevara. Durante o  evento, Brizola é o único delegado a aplaudir, de forma entusiasta, a intervenção de Che quando  este denuncia o papel do imperialismo estadunidense na América Latina. Brizola rompe com a  delegação brasileira quando esta apóia a resolução contra Cuba, mas não parte de Punta sem  antes se despedir de Che.  

Posteriormente, em agosto, quando da renúncia do Presidente Jânio Quadros, Brizola lidera um  movimento de resistência à tentativa golpista de impedir a posse constitucional do Vice presidente João Goulart, que se encontrava fora do país em visita à Republica Popular da China.  Através da “cadeia da legalidade”, Brizola convoca o povo brasileiro a resistir ao golpe. O III  Exército, o mais poderoso do país, adere à resistência democrática, milhares de pessoas em todo o  país se mobilizam para a resistência e em Porto Alegre Brizola distribui armas ao povo. A firmeza  de Brizola e o crescente apoio popular e militar à legalidade, retardou a conspiração da direita e  garantiu a posse de João Goulart.  

A “Campanha da Legalidade” fez de Brizola um líder nacional. Em 1962, pela primeira vez,  Brizola foi eleito deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, com uma votação recorde -  269 mil votos (cerca de 1/3 dos votos válidos). Como deputado federal, atuou veementemente na  defesa da implantação da reforma agrária e pela distribuição de renda no Brasil. Seu mandato foi  marcado pela articulação da Frente de Mobilização Popular, formada por parlamentares,  sindicalistas, estudantes, militares nacionalistas, camponeses obres e sem terra, dirigentes  comunitários dos vários movimentos sociais e políticos populares e classistas, que tinha como  principal objetivo pressionar para a realização das Reformas de Base que incluíam  fundamentalmente a reforma agrária, a reforma bancária, a restrição a remessa de lucros, o  combate a especulação imobiliária e a reforma universitária.  

Ao observar a resistência dos conservadores e do imperialismo estadunidense às  transformações em curso, Brizola convoca, através de uma rede de programas de rádio e do jornal  Panfleto, o povo a se organizar em Grupos de Onze em defesa das Reformas de Base. Nos Grupos  de Onze se encontram lutadores e lutadoras sociais das mais variadas organizações de esquerda -  comunistas, socialistas e nacionalistas revolucionários dos mais variados matizes – que iniciaram 

um embrionário processo de construção de uma vanguarda compartida da revolução brasileira em  torno ao jornal Panfleto.  

Uma vanguarda, liderada por Brizola, que na luta pelas Reformas de Base radicaliza as  bandeiras de afirmação nacional do nacionalismo - o protecionismo à indústria, a intervenção  estatal, a formação do mercado interno, a democracia política e social - dentro de uma visão  antiimperialista, revolucionária e popular e sustenta e aprofunda as lutas por uma transformação  social de caráter estrutural e de orientação socializante capaz de abrir caminho para o poder  popular e para o socialismo.  

No Comício da Central do Brasil, em 13 de março de 1964, Brizola defende a convocação de  Assembléia Constituinte de operários, camponeses, sargentos, marinheiros e homens  autenticamente identificados com as Reformas de Base que substituísse o Congresso reacionário e  abertamente golpista. Porém, a dinâmica golpista foi mais rápida e o confronto entre este projeto  de desenvolvimento voltado para as maiorias e os interesses das classes dominantes e do  imperialismo norte-americano resultou na instauração do regime militar.  

Brizola propõe a Jango que o nomeie Ministro da Justiça e ao General Ladário Telles Ministro da  Guerra para coordenar a resistência. Mas Jango descarta essa possibilidade e desarticula o apelo  legalista que ainda existia na oficialidade e nas massas populares. Com a deposição do presidente  João Goulart pelo Golpe de 1964, Leonel Brizola cai na clandestinidade antes de partir para o exílio  no Uruguai. Aos 42 anos vai viver o mais longo exílio vivido por um político brasileiro.  

Nos primeiros anos de exílio Brizola e outros remanescentes dos Grupos de Onze organizam o  Movimento Nacionalista Revolucionário, uma tentativa de resistência armada ao regime. A  derrota da tentativa de insurreição popular no Rio Grande do Sul e das guerrilhas de Uberlândia e  Caparaó demonstraram o quanto o campo popular estava desarticulado pela repressão e fez com  que Brizola, que desde o início não acreditava na tese foquista e defendia a tese de insurreição  popular, abandonasse a tese de luta armada contra o regime.  

Em 1978, o presidente-general Ernesto Geisel inicia a estratégia de “abertura, lenta, gradual e  segura” pela qual tudo “mudaria” para que não ocorressem mudanças profundas na estrutura de  poder e no modelo econômico do país. A linha dura do regime montou uma lista negra proibindo  o retorno de oito exilados: Brizola, Luís Carlos Prestes, Miguel Arraes, Paulo Freire, Francisco  Julião, Paulo Shilling, Márcio Moreira Alves e Gregório Bezerra.  

Esta lista indicava aquelas lideranças políticas que encarnavam de modo explícito a alegação  dos setores de linha dura que afirmavam que seu retorno poderia levar o Brasil de volta à  situação de “caos e subversão” que redundou no golpe militar de 64. Somente com a vitória da  campanha da anistia Brizola retorna ao Brasil.  

As vésperas da anistia Brizola se exila nos Estados Unidos e começa a articular dentro e fora do  Brasil um leque expressivo de lutadores e lutadoras sociais e políticos em torno da proposta de  retomada da sigla PTB. Isso resultou no Encontro de Lisboa, em junho de 1979, onde os adeptos  do projeto de refundação do PTB assumiram claramente a perspectiva do trabalhismo como  caminho brasileiro para uma sociedade democrática e socialista. Esta articulação reunia desde  deputados estaduais, federais e senadores do MDB, até militantes oriundos de organizações da  nova esquerda que se envolveram na luta armada contra a ditadura a partir do AI-5, passando por  militantes dissidentes do PCB, do velho PSB, até aqueles oriundos das primeiras tentativas de  resistência armada em Caparaó e Uberlândia.  

O PTB seria um partido que herdaria as tradições do nacionalismo democrático, mas as  modernizaria e as superaria, propondo claramente o socialismo como meta. Um partido popular  que se regeria por princípios democráticos, por militância ativa e permanente e que rejeitaria ser  uma simples sigla eleitoral. 

O perigo de uma sigla com profundo referencial na consciência popular nas mãos de uma  liderança popular como Leonel Brizola, protagonista e liderança das lutas populares pelas  reformas de base fez com que a ditadura militar, através de artifícios jurídicos, entregasse a sigla  para políticos profissionais conservadores, levando Brizola a fundar o Partido Democrático  Trabalhista que assumiu a continuidade do projeto histórico do velho PTB.  

Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro em 1982 e sua primeira administração foi  marcada pelo investimento de cerca de 40% do orçamento para a criação de 500 CIEP’s, os  Centros Integrados de Educação Pública, baseados em um projeto pedagógico integral e  renovador que foram idealizados por Darcy Ribeiro, com prédios projetados por Oscar Niemeyer e  chamados por Paulo Freire de maior projeto educacional da América Latina. Além disso, Brizola  assume uma política de defesa dos direitos humanos das populações pobres do estado e investe  na defesa dos direitos dessas maiorias investindo nas mais variadas políticas públicas nas áreas de  favelas. O povo do Rio de Janeiro apelida esses centros integrados de Brizolões.  

Em 1984, Brizola se engaja na campanha nacional por eleições diretas para a presidência, a  campanha das Diretas-Já, organizando o maior comício dessa campanha no estado do Rio de  Janeiro. O projeto é derrotado em um Congresso Nacional conservador e, apenas em 1989, Brizola  participa da primeira eleição direta à Presidência da República no Brasil desde o golpe militar de  1964, ficando em terceiro lugar, com uma diferença de 0,5% da votação nacional para Lula. No  segundo turno apóia Lula, que foi derrotado por Fernando Collor.  

Com posições firmes em defesa dos interesses do povo trabalhador, sempre defendendo a  soberania nacional e denunciando a concentração dos meios de comunicação de massa, no ano  seguinte, pela segunda vez, Brizola conquista o governo do Rio de Janeiro. Cria a Secretaria  Extraordinária de Programas Especiais retomando a política educacional baseada nos CIEP’s e  apostando no aprofundamento de seu aspecto político-pedagógico. Compromissado com a  formulação e implementação de políticas públicas de combate à discriminação racial e de ação  compensatória na defesa das populações discriminadas cria a Secretaria Extraordinária de Defesa  e Promoção das Populações Negras – SEDEPRON.  

Brizola disputou novamente a Presidência da República em 94, mas desgastado principalmente  por uma campanha difamatória sistemática da Rede Globo - que tem o monopólio dos meios de  comunicação no Brasil - contra seu segundo governo no Rio de Janeiro e pelo ascenso do  pensamento neoliberal, obtém apenas 3,2% dos votos válidos. Seu partido, o PDT, passa por um  processo de lutas internas pelo qual outras lideranças partidárias, influenciadas pelo  neoliberalismo, tentam levar o partido a se “modernizar” em uma perspectiva de ruptura com seu  projeto histórico nacional, popular e antiimperialista e enfrentam a obstinação de Brizola na  defesa desse projeto.  

Após realizar campanha sistemática contra as privatizações e as políticas neoliberais do  Governo Fernando Henrique (1995 a 2002), Brizola foi candidato a vice-presidente na chapa  encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva em 1998. Os eleitores brasileiros conduziram Fernando  Henrique Cardoso à reeleição. Em 2000, aos 78 anos, com seu partido totalmente tomado pelas  lutas internas vê-se obrigado a disputar a importante prefeitura do Rio de Janeiro e é derrotado.  

Nesse período questiona a implantação das urnas eletrônicas no processo eleitoral, pois tendo  sido vitima de uma tentativa de fraude eletrônica na totalização dos votos em 82, espanta-se com  a facilidade com que é aceita a implantação das urnas eletrônicas sem que o voto seja impresso.  Brizola sustenta que a não existência do voto impresso inviabiliza a possibilidade de realizar  efetivas auditorias que garantam a transparência e a lisura do processo.  

Em 2002, critico dos posicionamentos centristas do PT, articula uma Frente Trabalhista como  alternativa às candidaturas de Lula e José Serra e disputa a eleição para o senado no Rio de 

Janeiro, perdendo para o candidato apoiado pelas seitas pentecostais. No segundo turno apóia  Lula de forma entusiasta, mas imediatamente se frusta perante a indicação de Henrique Meirelles,  ex-presidente do Banco de Boston e deputado federal eleito pelo PSDB, para o Banco Central, e  com a continuidade do essencial da política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. No  primeiro semestre de 2003, capitaneado por Brizola, o PDT rompe com o Governo Lula e  aprofunda suas criticas à continuidade do modelo econômico neoliberal.  

No dia 21 de Junho de 2004 Brizola morre de infarto no Rio de Janeiro. Um dia antes articulava  em sua casa apoios à candidatura do PDT à prefeitura do Rio de Janeiro. Em seu enterro  ocorreram manifestações populares massivas de pesar no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul  com palavras de ordem do tipo “Brizola guerreiro do povo brasileiro” ou “Se Cuba tem Fidel, o  Brasil tem Leonel”. Essas manifestações representaram o reconhecimento de um líder nacionalista  de esquerda que, por manter sua biografia fiel aos interesses populares e nacionais, foi cerceado  de todas as formas para não alcançar a Presidência.  

Segundo o jornal espanhol El Pais, “O velho leão da esquerda brasileira morreu na segunda feira no Rio” Na Grã-Bretanha, o jornal The Independent publicou: “Brizola foi o defensor dos mais  pobres entre os pobres do Brasil”. Fidel Castro, lamentou a morte de Brizola: "Em tempos difíceis  como os que a humanidade enfrenta atualmente, Brizola será referência obrigatória para os  lutadores nacionalistas e antiimperialistas", dizendo ainda que Brizola "desde muito jovem se  destacou pelas suas firmes posições nacionalistas e foi, sem dúvida nenhuma, um dos precursores  do avanço político e democrático presente hoje no Brasil".  

A biografia patriótica e revolucionária de Brizola nos torna conscientes de que para romper os  laços que submetem as nações e a população brasileira e latino-americana à exploração e à  opressão do grande capital será inevitável o choque frontal com o imperialismo, e que somente  avançando - e não recuando ou conciliando - poderemos defender e aprofundar as conquistas  populares no Brasil e em todo o continente latino-americano.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O Brasil rumo ao precipício: socialismo ou barbárie * Roberto Bergoci / SP

 O Brasil rumo ao precipício: socialismo ou barbárie

Por Roberto Bergoci


  Com uma taxa de desemprego oficial acima dos 14,6%, a subocupação ultrapassando os 30% da força de trabalho no país, desinvestimentos e fugas de capitais recordes (como no caso da multinacional Ford, mas não só) vemos agravar o desastre social que a cada dia se potencializa no Brasil de Bolsonaro-Paulo Guedes-Militares, deixando patente o verdadeiro fracasso do austericidio neoliberal que tomou conta do mundo há mais de 40 anos, como o regime de acumulação da burguesia "alternativo" ao fracasso da utopia "keynesiana". Somado às consecutivas altas exorbitantes dos preços dos alimentos, gás de cozinha e outros itens básicos de consumo popular, que segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ultrapassou os 16,41% nos últimos 12 meses (maior inflação dos preços de alimentos desde 1992), expressão da estrutura dependente, subdesenvolvida, reflexa e voltada para fora, de nossa economia, certamente entramos em tempos turbulentos do regime burguês brasileiro. O avanço do processo de queima de trilhões das reservas internacionais pelos mafiosos que dirigem a política econômica em beneficio dos grandes magnatas, aumento da divida pública em relação ao PIB e perda de dinamismo da economia, são potentes combustíveis para o alastrar da crise.  A generalização da crise estrutural do capitalismo mundial, que por aqui se expressou pelo fim do “boom de commodities”, estabeleceu um caldo de cultura caótico tanto econômico, como politico e socialmente. As políticas de arrocho neoliberais, posto em marcha por aqui pelo capital financeiro, demais frações oligopólicas  das classes dirigentes dos países imperialistas e as burguesias "brasileiras", desde os anos 1990, baseadas na valorização cambial, elevadas taxas de juros, sucateamento de estratégicas empresas estatais, privatizações, austeridade permanente, enxugamento da máquina pública, sucessivos superávits primários para privilegiar o parasitismo da divida pública, decomposição do mercado interno, etc; tem recrudescido o processo avançado de desindustrialização do país, desestruturação do parque industrial e reprimarização da economia nacional, fazendo o país caminhar para o retrocesso de quase 100 anos em suas forças produtivas e no padrão de acumulação. O Brasil já sofreu períodos históricos de grande vulto, em relação a regressão econômica e social, quando do fim dos ciclos da cana, do minério e do café, algo típico do capitalismo tardio, dependente, de via colonial e atrófico, voltado para complementar os países centrais e sem um projeto nacional autônomo próprio.

 No entanto, a gravidade do atual momento em que vivemos se baseia no fato de que, tal retrocesso em nosso nível industrial e de forças produtivas, se combina com uma sociedade altamente urbanizada, em que as contradições socioeconômicas beiram o insuportável para as massas. Uma coisa é o Brasil de economia primária-exportadora nos primórdios século XX, com uma população predominantemente rural; outra bem diferente, é um país retroceder a praticamente tal estágio econômico quando mais de 84% de seu povo habita os centros urbanos, demandando inserção no mercado de trabalho, serviços públicos, etc., num contexto de maquinização do campo, que impossibilita absorção de grandes contingentes de força de trabalho humana. O resultado disso será inevitavelmente o recrudescimento do pauperismo, decomposição social, proletarização da pequena  burguesia, "lupenização" de vastas parcelas da classe operária e demais trabalhadores, aprofundamento das políticas de repressão policial, encarceramento em massa da juventude periférica e fechamento do regime político, como forma de controle social (o atual projeto de autonomia em relação aos estados, envolvendo as Polícias Militares e Civil é expressão deste fato). 

 Em suma, vivemos no Brasil a combinação dialética de diversos elementos para uma profunda explosão social e das lutas de classes. O preço a se pagar por se manter na esteira da dependência e do subdesenvolvimento, fatores estruturais do capitalismo híper-tardio brasileiro, tem sido alto demais para as massas trabalhadoras. 

 A revolução socialista brasileira é mais do que urgente; de fato, é uma questão de sobrevivência para nosso povo envolto ao agigantamento da barbárie, produto do capitalismo senil. Superar o mero fato existencial de estar na condição de uma "classe em si", como massa bruta para a exploração, e avançar no sentido de se constituir como um sujeito revolucionário independente, com interesses históricos próprios e um programa de transformação radical de nossa sociedade, capaz de nos colocar na condição emancipatória de uma "classe para si", é a missão mais importante de nossa época.  

 Construir uma vanguarda revolucionária no país, que batalhe incansavelmente para se enraizar nas massas trabalhadoras, com um programa da revolução brasileira, manejando a guerra ideológica sem tréguas contra a burguesia; e fortalecer um movimento operário, sindical e popular de base e autenticamente classista, é tarefa para agora, da nossa geração.

 O capitalismo vive um beco sem saída e não tem mais para onde expandir suas forças e nem deslocar suas contradições como no passado. Os atuais acontecimentos que atingem em cheio o regime político em pleno coração do monstro imperialista, ou seja, os EUA, é reflexo dessa crise geral que como um tumor em metástase, se espalha pelo organismo social burguês como um todo. A regra do regime dos exploradores em franca decadência é a destruição em larga escala de massas humanas, forças produtivas, meio ambiente, etc. Diante de atual quadro, somente pode existir dois caminhos para a humanidade trabalhadora: revolução permanente ou barbárie permanente! 

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Um Pouco de Haiti * Observatório Proletários / OP

 UM POUCO DE HAITI



Colombia entre falsos positivos * Sergio Rodrigues Gelfenstein

 Entre falsos positivos, ocultamiento de información y parecerse a la OTAN: La intríngulis de las Fuerzas Armadas de Colombia


| Por Sergio Rodríguez Gelfenstein

La crisis institucional de Colombia es de larga data a un punto tal que ya es parte del sistema político, dicho de otra manera, las élites diseñaron un modelo a través del cual la crisis es vista y aceptada como expresión de democracia. Claro, el resquebrajamiento del Estado tiene límites en tanto no afecte los intereses oligárquicos que controlan ese país desde la independencia.

Las fuerzas armadas no son ajenas a este fenómeno. Fueron creadas para “… la defensa de la soberanía, la independencia, la integridad del territorio nacional y del orden constitucional” según reza el artículo 217 de la Constitución política. Sin embargo, toda vez que los únicos conflictos externos que ha tenido Colombia desde 1948 han sido provocados por Bogotá: la incursión de la corbeta Caldas en 1987 en aguas jurisdiccionales de Venezuela y la invasión a Ecuador en 2008, el estamento castrense ha sido involucrada en una guerra interna -que no han podido ganar en el terreno militar-  por más de 60 años en defensa de ese “orden constitucional” que sirve a las élites y margina al pueblo que se encuentra sumido en altos niveles de pobreza y exclusión.


En el caso de las fuerzas armadas, el más alto grado de descomposición se manifestó a través de la política de falsos positivos mediante la cual el binomio Uribe-Santos prostituyó a una parte importante del componente militar colombiano. Ese delito que según la Corte Penal internacional (CPI) “puede ser catalogado como de lesa humanidad y de guerra” se convirtió en 2012 en política de Estado si se considera que estos asesinatos fueron cometidos para aumentar los índices de éxito militar, transformando la muerte de civiles en instrumento de obtención de mayores recursos internacionales para el logro de sus objetivos


Al respecto, en un informe elaborado en noviembre de 2012, la Corte señaló que:  “Una política de Estado no necesariamente tiene que concebirse en el más alto nivel de la maquinaria estatal, sino que puede ser adoptada por órganos estatales locales o regionales. Incluso una política adoptada local o regionalmente puede ser catalogada como política de Estado”.


Estos hechos que no sólo manifestaron el horror de la guerra que el Estado libra contra el pueblo, fueron expresión de un descontento en ciertos sectores de las fuerzas armadas colombianas que no aceptaban que se les utilizara para formalizar la violación de derechos humanos, habida cuenta la impunidad que en lo interno ha tenido la oligarquía de ese país a través de la historia,  y en lo externo el aval que Estados Unidos le ha concedido para cometer todo tipo de crímenes en nombre de la democracia.


Según el analista político colombiano Juan Carlos Tanus, en su país hay tres sectores dentro de las fuerzas armadas: los que viven del narcotráfico, los que viven de la lucha contra el narcotráfico y un tercero que se opone a vincular a la institución militar con el delito nacional y trasnacional.


Las conversaciones de paz en La Habana entre las Farc y el gobierno colombiano manifestaron un debate en las sesiones oficiales y fuera de ellas entre los líderes guerrilleros y los jefes militares colombianos que formaban parte de la delegación gubernamental. Tal como ocurriera en un evento similar a comienzos de los años 90 del siglo pasado en las negociaciones que culminaron con un acuerdo de paz entre las fuerzas enfrentadas en la guerra civil de El Salvador, la comunicación entre guerrilleros y militares se tornaba fluida y auspiciosa. Solo los que conocen la guerra y han participado directamente en ella aprecian con profundidad el valor de la paz.


Por el contrario, en uno y otro caso, las élites políticas gubernamentales dilataron, torpedearon y menospreciaron el valor del diálogo y la negociación. No obstante, los resultados obtenidos fueron disimiles: en El Salvador, donde desde 1992 impera un ambiente de paz en el que las armas dieron paso a la política, mientras que en Colombia, ello ha sido imposible, incluso cuando desde el gobierno de Iván Duque se ha establecido un permanente bombardeo contra los acuerdos, lo cual ha generado un clima de impunidad que ha provocado el asesinato de alrededor de 250 combatientes, aproximadamente un 4% del total de desmovilizados tras el aparente fin del conflicto. Una cifra similar de dirigentes sociales, campesinos, indígenas y activistas de derechos humanos también han sido asesinados con total impunidad.


No se puede suponer que todas los militares colombianos avalan tal comportamiento. Un sector, como dijo Tanus, cree que hay que darle una oportunidad a la paz. Finalmente, debe pasar por la cabeza de algunos, que esas fuerzas armadas son herederas de las tradiciones de Pantano de Vargas y de Boyacá, saben que el fundador de su ejército fue el Libertador Simón Bolívar, quien en medio del fragor del combate en 1820, fue capaz de comprender e impulsar una negociación con los españoles -en un momento en que la victoria final se oteaba en la cercana- solo para evitar mayores sufrimientos y dolores al pueblo.


Es sabido que en Colombia son los estratos medios los que envían a sus hijos a las academias militares, la oligarquía no manda sus descendientes a la guerra, sino a las universidades estadounidenses para formarse a fin de asumir el poder y controlar la economía del país, así mismo van a los seminarios para formarse como sacerdotes capaces de vigilar el alma de los feligreses y la sacrosanta propiedad privada, son los que persisten en una guerra absurda que utiliza a los hijos de los campesinos como carne de cañón en un conflicto que no les pertenece.


En días recientes se ha sabido como el ex fiscal general Néstor Humberto Martínez, un adalid del belicismo y la confrontación fraguó en alianza con la DEA estadounidense pruebas para incriminar a Iván Márquez y a Jesús Santrich en el narcotráfico, obligándolos a dar continuidad a la lucha armada en resguardo de su vida  y la de miles de combatientes que le dieron una oportunidad a una paz que por segunda vez ha sido traicionada por las élites. El uribismo en Colombia pretende obtener por vía del asesinato y las masacres lo que las fuerzas armadas no pudieron lograr en el terreno bélico.


En este marco también se ha hecho pública la denuncia del Inspector General de la Policía Nacional general William José Salamanca en contra del director de esa instancia general Óscar Atehortúa y otros jefes policiales por la posibilidad de que éste haya intentado borrar información relacionada con investigaciones al interior de la institución.


Así mismo, se han manifestado dudas en la sociedad colombiana respecto de quienes son realmente los autores de las reiteradas masacres a la población, en particular de jóvenes humildes, las que Duque y Atehortúa se han empecinado en responsabilizar a la guerrilla del ELN y a “disidentes” de las FARC, sin que hasta el momento hayan presentado ninguna prueba al respecto. Se sabe que Atehortúa es un protegido del ministro de defensa Carlos Holmes Trujillo quien aspira a ser el abanderado del uribismo en las próximas elecciones, de manera que una vez más se está usando a las fuerzas de seguridad en función de mezquinos intereses de un grupo.


Otro tanto está ocurriendo en el ejército. El 22 de septiembre pasado, el coronel Pedro Javier Rojas Guevara, Director del Centro de Doctrina del Ejército Nacional presentó su renuncia a las fuerzas armadas. Rojas, que cuenta con 33 años de servicio dirige la instancia que se encarga de elaborar la doctrina que sustenta la planificación y ejecución de las operaciones militares. Esta institución es la responsable además desde 2011, de instrumentar el “Plan Damasco”, orientado a producir una modernización del Ejército para hacerlo más acorde a sus pares de la OTAN, alianza a la que Colombia se incorporó en 2013.


En su carta de renuncia dirigida al presidente Iván Duque, Rojas le hizo saber que:  “Debo manifestarle de manera respetuosa pero enfática […] que he perdido absolutamente la confianza en el Alto Mando institucional, encabezada por el señor general Eduardo Enrique Zapateiro, comandante del Ejército Nacional, lo que, sin atisbo de duda no solo me impide continuar bajo sus órdenes sino, además, va contra mis principios cristianos y valores como la lealtad, fidelidad y transparencia”.


Entrevistado ayer 1° de diciembre por el periódico “El Tiempo” de Bogotá, el oficial declaró que: “Hay una crisis de liderazgo interno evidente. Tenemos 25 generales menos de los que debería haber y también han salido oficiales de otros rangos”. Y sobre el Plan Damasco, según El Tiempo, el coronel Rojas señaló “que la siguen matriculando como una doctrina desarrollada por uno de los bandos: el del general Alberto Mejía, ex comandante de las Fuerzas Militares. Y que por ello le han quitado apoyo”.


El militar continúa diciendo que: “Desde 2011, los generales Navas, Mantilla, Rodríguez, Lasprilla, Mejía, Gómez y Martínez apoyaron la evolución doctrinal denominada Damasco en el marco del plan de transformación del Ejército (2011-2030). Lo extraño es que el actual comandante quiera borrar algo que ha sido beneficioso para la institución”. El Tiempo cree que “para Rojas es claro que esa falta de liderazgo y una incompetencia interna no generan confianza en los mandos medios y la tropa”.


Resulta evidente que todo este complicado trance es expresión de la profundización de la crisis interna en la institución castrense. Lo que ha ocurrido es la manifestación de una respuesta pública de un sector militar que vio en los Acuerdos de La Habana una ruta positiva para salir del entrampamiento de la guerra. De esa manera está dando respuesta al grupo más recalcitrante del uribismo guerrerista que no está acostumbrado a develar estos asuntos a la opinión pública, pero que subyace a pesar de lo poco que se ha conocido abiertamente.


La actual cúpula militar, impuesta arbitrariamente por Duque, removió de sus cargos a todos los militares simpatizantes del proceso de paz e inició una “cacería” interna. Lo que ha hecho el coronel Rojas es atreverse a dar la cara para mostrar que hoy existe una alternativa al uribismo y a la guerra. En este sentido, es probable que otros uniformados activos o en situación de retiro apoyen a Rojas, si no es que antes, también sean sometidos a fuertes sanciones y/o a su expulsión de la institución armada.


En un artículo escrito por el periodista Andrés Dávila y publicado por el portal “Razón Pública” el 22 de julio de 2019 se señala que tras las negociaciones de paz: “El Ejército entendió que, aunque en La Habana no se discutieron su tamaño ni sus funciones, tenía que adaptarse y anticipar los cambios que traería el post acuerdo. Desde luego, en organizaciones jerárquicas tremendamente conservadoras, adversas al cambio e inerciales, estos cambios toman tiempo, y producen tensiones, divisiones y debates internos”, Es probable que estas manifestaciones disidentes sean expresión de esas “tensiones, divisiones y debate internos” de los que habla Dávila.


En medio del aprieto, el Ejército se apresuró a refutar al Coronel Rojas en el mismo medio de comunicación en el que el militar hizo sus afirmaciones, diciendo que la Doctrina Damasco está “instaurada, y con base en la misma sigue la capacitación. No es cierto que se vaya a parar”. De igual forma, señaló que en este momento se está trabajando en 30 manuales de instrucción sobre la misma asegurando que: “No es un tema político, son los lineamientos tácticos, operacionales y estratégicos del actuar castrense”, según informó un alto militar que rechazó identificarse.


Curiosamente, como si fuera una olla que se está destapando, en el mismo momento en que se produce este debate público sobre la integridad y las capacidades de las fuerzas armadas, el periódico “El Espectador” de Bogotá en su edición de hoy 2 de diciembre da a conocer que el pasado 26 de noviembre,  dando respuesta a la solicitud que había hecho en julio pasado el presidente de la Comisión de la Verdad, Francisco de Roux, las Fuerzas Militares entregaron tres informes sobre la génesis y las operaciones de las Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), negando a priori cualquier vínculo de las fuerzas armadas con el paramilitarismo.


Reconociendo que las juntas de autodefensas se hicieron con el objetivo de “permitir a los ciudadanos la defensa de sus bienes del ataque de las organizaciones guerrilleras”, los militares opinan que dichas estructuras tuvieron “la incorporación de organizaciones de narcotráfico en el escenario nacional” que se convirtieron en grupos armados irregulares como las AUC. A partir de ello, el informe las justifica con el argumento de que en el contexto en que dichas organizaciones fueron creadas “aumentaba la presencia de grupos delincuenciales generando condiciones de inseguridad para muchos de los pobladores de distintas regiones del país”, intentando de esta manera establecer una diferencia inaceptable entre paramilitarismo y AUC como si estas no fueran expresión de lo anterior.


El Espectador opina que: “… aunque en el documento se niega la existencia de acciones sistemáticas entre las Fuerzas Armadas y las Auc, la Corte, hasta septiembre de 2019, había proferido 22 sentencias contra el Estado colombiano por la violación a los derechos humanos: varias de estas por “omisión” a su deber frente a hechos delictivos perpetrados por paramilitares”.


En fin, como se afirma en el argot popular: “si el río suena, piedras trae”. Es evidente que al interior de las fuerzas armadas colombianas están ocurriendo hechos que a la luz de los acontecimientos recientes en el país, son sólo el inicio de acciones de sectores cada vez más amplios (incluyendo de las fuerzas armadas) que intentarán rescatar la decencia y el decoro de la institucionalidad del país.

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Las irmãs Ibanez y las oligarquias colombianas * Observatório Proletários/OP

 LAS IBAÑEZ

FOTO ILUSTRATIVA
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EL VERDADERO ORIGEN DE LA PUTREFACTA OLIGARQUIA COLOMBIANA


Aquí no importa que sean de origen libanes, escoces,  alemán , español, indígena, italiano, etc.

En Colombia los políticos vienen de dos mujeres que se apretaban los senos para resaltarlos y se ponían corsé para aplanar sus estómagos lascivos y sus vientres ávidos, su apellido Ibañez, dos hermanas reputas, putísimas que utilizaron la vagina con fines políticos y dejarnos esta escoria de mandatarios que nos gobiernan por años .


Miren esto: JUAN MANUEL SANTOS, Rafael Pardo Rueda y Clara López Obregón tuvieron en común algo más que su deseo de ocupar la primera magistratura de la nación, los tres son tataranietos de dos de esas hermanas Ibáñez que enloquecieron a Bolívar y Santander, desabrochados que murieron tísicos de tanto sexo con ellas y con otras. 


Nicolasa y Bernardina. He aquí la historia de Colombia entre sabanas, sudores, miasmas y peos;


La descendencia (Nicolasa y Bernardina) de Miguel Ibáñez Vidal y Manuela Jacoba Arias es un poderoso clan familiar por el que los colombianos hemos votado desde hace siete generaciones para elegirle seis presidentes, ministros, gobernadores, alcaldes de Bogotá y muchos congresistas.


Originaria de Ocaña, Norte de Santander, esta es una de las familias con mayor vocación de poder político en Colombia.


Como oportunistas en un nido en su seno conviven las ideologías más dispares,

encarnadas en el fundador del Partido Conservador, José Eusebio Caro, hijo de Nicolasa y en su tataranieto, el ex presidente del Partido Liberal Colombiano,

Rafael Pardo Rueda.


Su tataranieta Clara López Obregón ,mujer burgués, sobrina de Alfonso López Michelsen , milita en la izquierda como presidenta del Polo Democrático, y más a la izquierda el cofundador del M.19, disfrazada de comunista para conseguir el poder ayudada de las masas.


Pero ¿quiénes eran Nicolasa y Bernardina, las integrantes más famosas de la familia?


Nicolasa Ibáñez tenía 19 años, en 1813, cuando coloca en Ocaña sobre

las sienes de Bolívar la que será su primera corona de laurel, ya estaba comprometida en matrimonio con el realista Antonio José Caro, preso en Mompóx por las tropas patriotas de Bolívar, quien lo libera y el matrimonio se efectúa.


No sin antes Bolívar cobrar la noche de pernada. Bolívar no era marica.


AHORA, Nicolasa Ibáñez. En 1815 aparece en Ocaña el Coronel Francisco de

Paula Santander de 23 años, jefe de los ejércitos del Norte y se convierte en amante de Nicolasa.


Los celos de Santander por Nicolasa fueron comidilla pública y generaron muchos

escándalos, entre ellos,uno muy grave cuando era Presidente de Colombia.


Nicolasa, todavía hermosa cumplía 41 años, su cabello y sus senos abultados atrajeron al vicepresidente José Ignacio de Márquez, quien le llevó un regalo hasta su casa.


El General Santander ( como en novela mexicana) apareció y por poco mata al vicepresidente, quien en venganza se le opone en las elecciones del 37 y lo vence, el episodio se considera como el origen de los dos partidos políticos corruptos tradicionales de Colombia. Nacidos esos partidos no en idearios sino en los cucos sucios, manchados y apetecidos de esta gran puta.


Nicolasa fue amante del presidente Santander, abuela del presidente Miguel Antonio Caro, abuela política del presidente Carlos Holguín y bisabuela política del presidente Roberto Urdaneta.


Su hermana Bernardina Ibáñez nace en 1803.


En 1819 fue escogida por su belleza para colocar a Bolívar la corona de laurel

después de la Batalla de Boyacá. Bolívar tenía 36 años, Bernardina 16 y el guerrero desde ese instante la asedió con sus requiebros afrancesados amorosos.


Le levantó la falda en el patio y le hizo el amor en la alcoba de la guardia luego de hacer huir a los centinelas. Bolívar prendado de su juventud y pasión le escribe:

“No pienso más que en ti y en cuanto tiene relación con tus atractivos. Te escribo mil veces, pero tú ingrata no me respondes”.

Bernardina, violada y con dudosa virginidad  desdeñó a Bolívar porque estaba enamorada del joven coronel Ambrosio Plaza.


Dicen que para separarlos, Santander por orden de Bolívar lo mandó al frente de combate y lo mataron en la batalla de Carabobo el 24 de junio de 1821.


El incidente la hizo odiar a Bolívar. Años más tarde, Bernardina, como puta refinada y damisela Se rinde al seductor más reconocido de la época y supuesto progenitor de 180 nietos, el multimillonario Miguel Saturnino Uribe Uribe Santos, socorrano,

pariente de Antonia Santos.


De esa unión nace Carmen Uribe Ibáñez, a quien como fruto del pecado se le encerró en el convento de monjas de la calle 17 con 7ª en Bogotá, bajo la protección de su padre.


Para lavar la honra de Bernardina, el procurador General de la Nación, Florentino González la desposa.


Al paso de los años Carmen Ibáñez casará con el cónsul danés Carl Michelsen.

Su nieta María desposa con Alfonso López Pumarejo y la harán bisabuela del presidente Alfonso López Michelsen.


Muchos son los presidentes de la familia, pero el resto de parentela no es desconocida, entre ellos el Gran Maestro de la Logia Masónica de Colombia,

Álvaro López Holguín; María Mercedes López, codirectora del Banco de la República; la canciller María Ángela Holguín; los ex ministros Ángela Montoya Holguín y Miguel Urrutia Montoya; el ex senador Miguel Santamaría Dávila; al ex alcalde de Bogotá Diego Pardo Koppel; el clavicembalista Rafael Puyana Michelsen; el escritor Eduardo Caballero Calderón; el ex presidente de Caracol Pablo Laserna Philips; el periodista Antonio Caballero; el ex presidente del grupo Grancolombiano Jaime Michelsen Uribe; el pintor Luis Caballero.


En fin, el listado sería la serie infinita de bastardos del abolengo criollo, una partida de parásitos que se creen descendientes del testículo de Cristóbal Colón, sin ser más que un vello maloliente y púbico de un par de putas de Ocaña.


Mas historia:

Dos hijas de Miguel Saturnino Uribe, hermanas medias de Carmen Ibáñez: Eloísa Uribe Maldonado y Francisca Uribe casaron dos veces con Manuel Samper Agudelo,

Abuelo de Manuel Ancizar, autor de “Peregrinación de Alpha”, bisabuelo de Alejandro Uribe Castaño, y tío abuelo del presidente Ernesto Samper Pizano.


Para colmo, En 1978 en el Congreso se presentó una propuesta para rendir homenaje a Nicolasa y Bernardina, pero un paisano suyo, el senador Fernando Carvajalino Cabrales, al igual que la nieta de Nicolasa, Margarita Holguín y Caro – que viajó a Ocaña a desaparecer vestigios de la infidelidad con Santander– se opuso aduciendo que la vida de las dos hermosas mujeres no era edificante. Eran unas mujerzuelas que se acostaban en la tolda que tuviera poder político. Variaban de amantes y partidos como los políticos actuales en Colombia, … la genética es un hecho irrenunciable.


Hoy muchos políticos se ufanan de ser sus descendientes y rebuscan en sus ramificaciones genealógicas algún parentesco con ellas.


Los otros hermanos de las grandes putas E hijos de Miguel Ibáñez y Manuela Jacoba Arias tampoco descuidaron sus enlaces matrimoniales.


José Miguel Ibáñez Arias fue alcalde de Bogotá en 1833 y casó con Juana Lozano Lozano, hija del prócer Jorge Tadeo Lozano y nieta del Marqués de San Jorge, primer presidente del Estado Libre de Cundinamarca.


Vicente Ibáñez Arias casó con María del Pilar Caicedo y Sanz de Santamaría, hermana del presidente Domingo Caicedo.


Antonio Ibáñez Arias, casó con Mercedes Nariño Ortega, hija del presidente Antonio Nariño y Magdalena Ortega.


Estas historias de alcoba y política nos reafirman que Colombia no es más el país

del Sagrado Corazón, sino el de los descendientes de unas vagabundas de la historia llamadas las  Ibáñez.


Y que no somos una república democrática, participativa y pluralista como dice la Constitución, sino una democracia hereditaria representada en esta familia presidencial.


En resumen: puede decirse que los descendientes de estas hermanas Ibáñez, son una triple manada de hijos de puta, Vividores oportunistas y saqueadores de los impuestos que recolectan del pueblo colombiano.


Todos a leer y entender la verdadera historia... no mas historias. Ese es la estrategia de las oligarquias para manejar las masas idiotizadas. 

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