segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Militarismo Utilitário e Escolas de Preparação Doutrinárias PARTE 2 * Reinaldo Conceição da Silva / SP

Militarismo Utilitário e Escolas de Preparação Doutrinárias
 PARTE 2
Na parte 1 desse texto me empenhei em esboçar as conjunturas históricas e as configurações sócio-estruturais específicas nesse alinhamento histórico que projetaram base para a formulação da doutrina militar de contigenciamento e a Doutrina de segurança nacional, lembramos que a doutrina militar de atuação tem origens liberais positivistas Francesas nas guerras napoleônicas, amplamente difundida no ocidente pela sua gene Liberal.
 Em análise sistêmica trabalhamos no primeiro texto dessa obra com um necessário procedimento de compreensão sobre essas doutrinas e suas bases de implementação, ou seja... Nas Academias e escolas Civil-Militares, compreendemos que o alimento a aplicação sistêmica dessas doutrinas é claramente observável pelos métodos operacionais base da burguesia nacional frente as configurações que o capital projeta dentro das institucionalidades do Estado burguês. Ainda na parte 1 desta obra já demonstramos que as escolas Cívicos-militares jamais garantirão uma melhor performance pedagógica frente as escolas públicas. Agora nesse texto trabalharemos com a hegemonização social, as consequências sociologicas desse processameto em conversão da Doutrina militar em senso comum.  Até porque diferente das objetivações de esquerda, a Direita sempre vive do senso comum.
  1. Hegemonização sócio-cognitiva do militarismo, o Crepúsculo da civilidade.
O Capital sempre projeta no Estado sua base de articulações onde toda a burguesia se reúne como classe, independente se elas competem entre si em suas ramificações de atividades em atuação econômica de modo a atentar seus objetivos contra a classe trabalhadora de acordo com as condições específicas do cenário dessa luta de classes e das disputas de poder sobre o gerenciamento de respectivas articulações materiais, também relativas as configurações estruturais especificas sobre processamento temporal.
 Claro que diferentemente da classe trabalhadora a Burguesia possui mecanismos de dissuação, de modo a desvirtuar os trabalhadores de sua condição social nessa luta, veículos midiáticos, religiões, programas de entretenimento, jornalismo factual porém ideológico, toda uma gama na qual o pensamento burguês se hegemoniza ao ponto de se converter em senso comum. As possibilidades de hegemonização de um pensamento com base popular existem, porém são relativas as necessidades de um acirramento da própria luta de classes em suas porpoções e exigem um longo processo de compreensão intelectual para formalizar conciência de classes. E isso exige o domínio progressivo da compreensão sobre as articulações sociais complexas que nos condicionam as configurações estruturais e factuais que estamos inseridos e os riscos inerentes. O Pensamento burguês evita essas complexibilidades e contando com os mecanismos que a classe capitalista dispõe, o pensamento burguês se dinamiza ao ponto de se tornar o senso comum da vez.  Como a Direita e a Extrema Direita se aproveitaram de condições estruturais específicas que a luta de classes lhes porpocionou acoplados ao fato da ineficácia dos partidos e movimentos de Esquerda sobre uma tentativa continua de conciliação, o consenso de Anti-corrupção (ideologia de classe média) se propagou a tal modo a trazer de volta uma necessidade de uma prerrogativa de segurança cívica. Base para a efetivação e consolidação de poder daqueles que tem essa prerrogativa como base Política e econômica de atuação.
 E claro... Aqueles que dependem dessa prerrogativa uma vez inseridos no poder precisam fazer de tudo para que essa prerrogativa se sustente de modo a manter seguridades de bases operacionais do próprio capital em suas projeções.
 Por isso em nosso caso como exemplo a importância das escolas Cívicos-militares. Não para trazer uma pedagogia sofisticada mas sim para efetivar uma Doutrina obsoleta !!! 
 Eles mesmos que acusavam a Esquerda de promover Doutrinação ideológica....

       2.  Consequências factuais. A sócio-cognição da Besta !!!

 O militarismo Utilitário brasileiro tem e possui um forte aparato dogmático em suas doutrinas, e estabelecem hierarquias para que essas doutrinas sejam mantidas a qualquer custo, desde humilhações vexatórias até treinamentos cujo o fundamento está na humilhação humana. E isso de longe está para um treinamento tático de combate.
 Até porque as doutrinas militares instituídas existem para fortificar hierarquias e as hierarquias existem para manter tais doutrinas. É um ciclo vicioso !!!  Isto repassado sistematicamente as escolas de atendimento civil mas administradas por militares de modo sistemático, desqualificam qualquer fundamento sociologicamente instituido a um centro educacional.  A Doutrina toma para si o fundamento da instituição o desviando de sua objetivação fundamental. Porque o importante não é o conteúdo desenvolvido, mas sim a obediência a doutrina.  Resultado disso ??? Desqualificação do processo pedagógico, porém rigidez de comandos específicos. Desnecessários porque claramente a maioria dos alunos jamais terá função militar. 
 O Brasil não tem estrutura para suportar uma guerra e suas condições dadas pela divisão organizatória do trabalho em escala internacional condicionadas pelo capital não abrem margem desse tipo ao Brasil.  Como o Prof. Paulo Ghiraldelli diz... As escolas e academias militares formam um monte de gente burra vestidas de azeitona.

    3. Burrice Generalizada o Gozo dos Sacanas.

Com a constante desindustrialização, predominante no Neo-liberialismo, insulflando programas pedagógicos mais básicos para uma mão de obra cada vez mais precoce e precarizada notamos uma capacitação pedagógica e intelectual cada vez mais escassa.  Com a aquisição de escolas Cívicos-militares o quadro se agrava, até porque o programa pedagógico perde relevância, uma vez que o mercado de trabalho não exige mais mão de obra técnica especializada. Empurrados para a Direita política devido a doutrina implementada nas academias e escolas Cívicos-militares baseadas no modo conservador de programação doutrinária de base os militares acabam adquirindo um consenso antiquado da sociedade, mesmo seu índice educacional ser relativamente alto.
 Portanto índice educacional relativamente alto não quer dizer conteúdo crítico avançado !!!
 Até porque como dito devido a fatores mencionados na parte 1 e nesse texto, o programa pedagógico não precisa de um conteúdo sofisticado.
 Porém com um processo crítico escasso sobre a condução histórica da sociedade e seus modos específicos de organização tal compreensão sociologica baixa serve como base de atuação de maus intencionados e descarados que da situação se aproveitam para lambuzar o capital de forma grosseira e ilegal.  Assim como as milícias em grupos que vem de regimentos militares (não generalizando os militares aqui) que da situação econômica estrutural e histórica lançam mão em novas áreas de empreendimento ilegais e as Igrejas Evangélicas, principalmente as Neo-pentecostais que exploram as fragilidades psíquico-emocionais e a falta de senso crítico profundo de seus fiéis com teologias elaboradas de modo a desenvolver novas áreas de processões automatizadas, articulatórias do capital de modo imoral, desprezível e ilegal.

Reinaldo Conceição da Silva/SP

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro