Militarismo utilitário e as Escolas de preparação Doutrinárias
PARTE 1
De uns tempos para cá tive vislumbre a uma ampla rede sistematizada de propagação do conceito militar de essenciabilidade moral, sobre as doutrinas implementadas com base em uma especificidade de segurança nacional através da segurança necessária dos valores que "nos unem" como sociedade.
A ampla gama que reveste as doutrinas das forças armadas de diversos países tem origens napoleônicas que nos remetem a Revolução Francesa, portanto como expus aqui em meu texto anterior (A Questão do fim dos Impostos. Abolição do peso monetário sobre consumo) a Revolução Francesa é uma Revolução de acordo com as caraterísticas estruturais e com as dinâmicas sociológicas que se desenvolveram na época, uma revolução vinda dos burgos e das comunidades financeiras que com a expansão intelectual e característica do iluminismo, nesse processo desenvolvendo abertura ao fim definitivo do modo de organização da sociedade feudal com o mercantilismo base de fomentação do capital.
O Estado Burguês é essencialmente um centro de reuniões diplomáticas de negociações da própria classe capitalista como meio de garantias de seguridades a suas respectivas operações. Então como eu havia dito o imposto é uma característica desse processo. Assim a classe capitalista em suas reificações liberais desenvolveram estruturalmente novas configurações que possibilitasse estruturalmente a aquisição de forças armadas com uma metódica especifica em aquisição doutrinária... As novas concessões constitucionais napoleônicas que nos digam !!!
Para resumir de modo bem simplório, as forças armadas só existem para proteger e manter seguras as operações da classe capitalista e o movimento operacional do capital.
As Religiões são um mecanismo de domínio sobre a classse trabalhadora em processamento psiqco-emocional portanto também se tornam meios utilitários da classe dominante dentro do modo de organização social capitalista. Mas como esse texto tem como foco de analise a aquisição das doutrinas militares por hora deixarei a questão religiosa de lado.
- Militarismo Utilitário, Populismo e Doutrina de Segurança Nacional na periferia do sistema Capitalista.
Aqui esboço conteúdo a partir de fontes coletadas em amplo processamento de pesquisas (embora em um curto espaço de tempo), então colocarei o Brasil como nosso objeto temporário de analise.
O período que se estendeu de 1930-1964 foi caracterizado no Brasil pelo fenômeno do populismo, que teve como característica do bloco de poder do Estado a conciliação entre as oligarquias agroexportadora, setor até então hegemônico econômica e politicamente, e a nascente burguesia industrial. Além destes, as classes medias e o setor bancário também incorporam esta trama de conciliações efêmeras (Dreifuss 1987, p 22) e interesses conflitantes.
Texto de Bruno Bruziguessi Bueno (Universidade Federal de Juiz de Fora-MG)
O Populismo é caracterizado por ações, medidas, retóricas e afins... tudo politicamente direcionado para uma visibilidade conjunta durante um dado período de tempo específico. São medidas para unicamente garantir visão publicitaria e garantir seguridades de interesses, o Lulismo foi mestre nisso.
Portanto o populismo desenvolvimentista na época da guerra fria foi um método utilitário dos algozes do capital e seus agendamentos de poder para não acirrar a luta de classes em países subdesenvolvidos latino-americanos de modo que de acordo com o que estava em jogo naquela época não fizesse que o capital incorporado pelo chamado imperialismo Norte-Americano não perdesse espaço para a retórica Soviética. As necessidades dos setores burgueses em escala consistia em manter segura as operações do capital em um amplo processo fabril expansionista incorporados ao padrão de vida material estadunidense com base em especulações monetárias embasadas no padrão ouro.
Os setores militares de toda a América Latina passaram por um processamento inspensionário de treinamento de combate intensivo com uma programação doutrinária especifica para deter de forma agressiva motins e rebeliões populares independente se essas rebeliões tinham ou não orientação marxista. A DSN ou Doutrina de Segurança Nacional foi elaborada e desenvolvida para esse processo desde meados dos anos 40. Para combater a chamada ameaça comunista e os chamados elementos infiltrados para a defesa dos valores consagrados nacionais... (qualquer semelhança estrutural com o Nazi-Fascismo não é mera conhecidencia - tirando os elementos raciais em questão).
No âmbito militar as doutrinas de aquisição de combate são absolvidas e reprogramadas sistematicamente nas academias e escolas militares dependendo do grau de influencia de tal doutrina no âmbito militar de cada país. Isso é perfeito para o capital portanto tal doutrina não permite nenhum aporte de aparato social, a doutrina militar não presa por esse aspecto e aqui ela se torna nociva as classes operárias civis como um todo,e as reivindicações de diversos âmbitos.
essa critica deve ser mais expansiva no próximo quesito que tratarei aqui.
2. Escolas militares, Doutrinação e a falsa promessa de um conteúdo abrangente
Agora lançarei pontos reflexivos sobre o método de atuação das escolas cívico-militares que tem por base tais doutrinas apresentadas, na qual não abrem espaço para nenhuma compreensão sociológica profunda, não pelo conteúdo pedagógico que pode ser trabalhado ali, mas sim pela doutrina de atuação sistêmica ali aplicada que portanto não abrem espaço para uma aptidão sociológica profunda.
Doutrinas essas fomentadas com o intuito de garantias de estabilidade de domínio do capital.
Dizem que o método de adequação pedagógica nas escolas militares é bem mais sofisticada que as escolas publicas do ensino médio como exemplo, isso incorre em erro por duas vertentes que colocarei em questão aqui: A primeira esta na própria aptidão pedagógica frente as configurações da organização divisória do trabalho em escala que configurou o Brasil a ser um fornecedor de serviços, exportador de commodites e simples operações comerciais de base. Situação essa que se agravou depois dos anos 1990 com o neo-liberialismo e com a desindustrialização massiva de setores inteiros, e sua financeirização progressiva e continua levou a novos métodos de programação pedagógica que se especializasse as novas configurações do mercado de trabalho. Ou seja ..serviços que já não exigem mão de obra especializada.
Lógico que sistematicamente com isso, o conteúdo dos programas pedagógicos se precarizou, método para acelerar a vinda de novas gerações de proletários ao mercado precário de trabalho.
Ahhh O grande Capital avido por explorar e sugar o mais rápido possível até a alma, toda a força de trabalho existente no planeta !!!
A Segunda questão a ser relatada nesse texto que ainda esta em sua primeira parte é relacionada a própria hierarquização pautada na doutrina militar que não possui nenhum nexo com uma compreensão expansiva das reais necessidades sociológicas e humanas a um todo analizadas, tanto é que os militares em sua aquisição doutrinária não possui nenhum compromisso social.
(Também não esperaria por menos, as forças armadas de boa parte dos países subdesenvolvidos atuaram sempre contra seu próprio povo).
O Objetivo fundamental de um centro educacional, é unicamente preparar cognitivamente as novas gerações as exigências sociologicamente estabelecidas, independente das vontades e desejos individuais. Isso é feito e desenvolvido continuamente como nosso eterno patrono da educação Paulo Freire diz... A Aprendizagem é conduzida de forma coletiva sendo os alunos o centro de atenção a esse evento, tal como ela só pode ser conduzida estando todos nós juntos e ombreados.
E não de forma a deduzir uma hierarquia doutrinária na qual toda a metodologia de ensino e subjugada a tal na qual hierarquias são desenvolvidas para essa finalidade como um centro religioso.
Só para ter uma ideia para finalizarmos aqui esse primeiro texto, formandos civis em avaliações finais realizam seus testes em alas distintas separadas daqueles que exercem seus cursos em escolas cívicos-militares, sendo o programa pedagógico similar.
Reinaldo Conceição da Silva/SP
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro