quinta-feira, 1 de julho de 2021

Por Um Ensino Revolucionário * Guilherme Monteiro Jr/ES

 Por Um Ensino Revolucionário


No mundo capitalista, vemos o ensino e a educação sendo utilizadas como forma de promover a hegemonia capitalista e neoliberal dentro da mesma, cada vez mais fica claro como que o positivismo, principalmente o neopositivismo, dentro do ensino servem mais como uma forma de promover o discurso dominante e dar a impressão de que tanto o ensino, quanto a educação, a ciência e a tecnologia são neutros e não fazem parte da política, mas na prática, o que existe é tanto o ensino quanto a educação, a ciência e a tecnologia sendo utilizados como forma de promover o discurso capitalista e o quanto que a neutralidade de ambos os quatro é puramente uma forma dos capitalistas e dos positivistas de legitimarem seus discursos e se hegemonizarem em todas as classes e idades.

 

Uma das principais características do ensino no sistema capitalista é o seu positivismo extremo, que leva as pessoas a aceitarem a ideia de que tanto a educação quanto a ciência são neutros e sempre tentando promoverem o que chamam de “pensamento crítico” e de “livre pensamento”, mas que na prática são racionalizações do pensamento hegemônico e que não conseguem sair disso, nós podemos ver isso muito claramente em vários canais e sites de divulgação científica e pessoas que se dizem serem “céticas” e “livre pensadores”, onde grande parte dos mesmos racionalizam a ideologia dominante, que é o capitalismo e o neoliberalismo, e promovem o mesmo como sendo o correto e o pensamento que representa tanto o ensino quanto a ciência em si.

 

Cada vez mais que os revolucionários veem isso, surge então a necessidade de saber como lidar com estes problemas na via revolucionária e de como evitar que estas racionalizações do pensamento dominante e que o positivismo se torne hegemônico em uma sociedade revolucionária e que eventualmente leve ao retorno do capitalismo em toda a sociedade.

 

Primeiro de tudo, precisamos do desenvolvimento de uma educação revolucionária, de um ensino revolucionário, o planejamento conjunto de um projeto de ensino e educação revolucionário, que vai desde a creche até ao ensino superior, onde que seja feito por vários educadores revolucionários e por revolucionários que são revolucionários o suficiente para verem o quanto que o positivismo, neopositivismo, livre pensamento e o neoateísmo levam a racionalizações da ideologia dominante e eventualmente ao retorno do capitalismo, como dito anteriormente.

 

Alguns conceitos bem importantes dentro do ensino revolucionário, está a ideia da educação revolucionária, que é o ensino de princípios e ideias revolucionárias desde cedo, como introdução ao marxismo-leninismo, ser capaz de questionar o positivismo, ser capaz de pensar e de entender o mundo ao seu redor de forma revolucionária, ensino religioso de forma agnóstica e secular que evite as pessoas a se tornarem fundamentalistas religiosas ou fundamentalistas ateus (neoateus e antiteístas) e evitar o famoso ateísmo de estado que leva ao positivismo e o culto ao estado, ensino dinâmico, ensino que acompanhe a evolução tecnológica da humanidade, ensino profissionalizante e/ou acadêmico desde o ensino médio entre outros pontos que podem ser discutidos no futuro, todos os conceitos aqui citados são passíveis de serem discutidos e poderão ser discutidos na hora de montar o plano de educação revolucionária.

 

Com a ideia do ensino revolucionário e da educação revolucionária em mente, podemos então partir para a ideia de que a ciência e a tecnologia também tem que ser revolucionárias e que a ciência não precisa mais ficar presa nos conceitos do positivismo e do neopositivismo, e sim, tem que ser algo aberto, assim como o ensino não tem que ser burocratizado como os positivistas querem, a ciência tem que ser algo epistemologicamente plural, que possibilite estudos mais amplos e que possibilitem a possibilidade de mais descobertas científicas e não ficar preso as limitações impostas pelo positivismo, e sim ver o mundo de uma forma plural e entender que ainda pode haver muito mais coisas e avanços para se realizar em uma sociedade revolucionária que o positivismo não pode realizar ou não permite realizar. E claro, entender que a ciência é feita por humanos e para humanos, logo, a luta de classes está inclusa nela, também como está inclusa na tecnologia, filosofia, religião, espiritualidade, política entre outros.

 

A ideia que eu quero deixar neste artigo é que o desenvolvimento de um ensino revolucionário é extremamente necessário em uma sociedade revolucionária, não podemos esquecer que a educação é o principal em praticamente qualquer sociedade moderna, e se quisermos criar uma sociedade revolucionária que se consolide no futuro, precisamos, claro, focar e melhorar a educação para que a mesma seja revolucionária e cumpra os objetivos da revolução e o futuro da revolução também.

 

Guilherme Monteiro Jr/ES

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro