quinta-feira, 30 de setembro de 2021

ATÉ QUANDO A FARSA DA FARROUPILHA * Juremir Machado da Silva / RS

 ATÉ QUANDO A FARSA DA FARROUPILHA


Até quando vamos endeusar a revolução farroupilha?

Até quando a rebelião dos proprietários será apresentada como uma revolução de todos?


Até quando?


Todo os anos eu me pergunto: até quando?


Sim, até quando teremos de mentir ou omitir para não incomodar os poderosos individuais ou coletivos?


Até quando teremos que tapar o sol com a peneira para não ferir as suscetibilidades dos que homenageiam anualmente uma “revolução” que desconhecem? Até quando teremos de aliviar as críticas para não ofender os que, por não terem estudado História, acreditam que os farroupilhas foram idealistas, abolicionistas e republicanos desde sempre? Até quando teremos de fazer de conta que há dúvidas consistentes sobre a terrível traição aos negros em Porongos? Até quando teremos de justificar o horror com o argumento simplório de que eram os valores da época? Valores da traição, do escravismo, da infâmia?


Até quando fingiremos não saber que outros líderes – La Fayette, Bolívar, Rivera – outros países – Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia – e outras rebeliões brasileiras – A Balaiada, no Maranhão, por exemplo – foram mais progressistas e, contrariando “valores” da época, ousaram ir aonde os farroupilhas não foram por impossibilidade ideológica? Até quando a mídia terá de adular o conservadorismo e a ignorância para fidelizar sua “audiência”?


Até quando deixaremos de falar que milhões de homens sempre souberam da infâmia da escravidão? Os escravos. Até quando minimizaremos o fato de que a Farroupilha, com seu lema de “liberdade, igualdade e humanidade”, vendeu negros para se financiar? Até quando deixaremos de enfatizar que os farrapos prometiam liberdade aos negros dos adversários, mas não libertaram os seus? Até quando daremos pouca importância ao fato de que a Constituição farroupilha não previa a libertação dos escravos? Até quando deixaremos de contar em todas as escolas que Bento Gonçalves ao morrer, apenas dois anos depois do fim da guerra civil, deixou mais de 50 escravos aos seus herdeiros? Até quando?


Até quando?


Até quando adularemos os admiradores de um passado que não existiu somente porque as pessoas precisam de mitos e de razões para passar o tempo, reunir-se e vibrar em comum? Até quando os folcloristas sufocarão os historiadores? Até quando o mito falará mais alto do que a História? Até quando não se dirá nos jornais que os farroupilhas foram indenizados pelo Império com verbas secretas? Que brigaram pelo dinheiro? Que houve muita corrupção? Que Bento Gonçalves e Neto não eram republicanos quando começaram a rebelião? Que houve degola, sequestros, apropriação de bens alheios, execuções sumárias, saques, desvio de dinheiro, estupros, divisões internas por causa de tudo isso e processos judiciais?


Até quando, em nome de uma mitologia da identidade, teremos medo de desafiar os cultivadores da ilusão? Até quando historiadores como Décio Freitas, Mário Maestri, Sandra Pesavento, Tau Golin, Jorge Eusébio Assumpção, Spencer Leitman e tantos outros serão marginalizados? Até quando nossas crianças serão doutrinadas com cartilhas contando só meias verdades?


Até quando a rebelião dos proprietários será apresentada como uma revolução de todos? Até quando mentiremos para nós mesmos? Até quando precisaremos  nos alimentar dessa ilusão?


Até quando viveremos assim?


By Juremir Machado Da Silva 

https://youtu.be/tZcsKCLdR0I

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55236674

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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Anita Novinsky, a historiadora que revelou as origens judaicas do Brasil * Antonio Silvio Lefèvre / SP

Anita Novinsky, a historiadora que revelou as origens judaicas do Brasil
 
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O Estado de S. Paulo21 Sep 2021
Antonio Silvio Lefèvre*

Em 20 de julho deste ano, aos 98 anos, faleceu a historiadora Anita Waingort Novinsky, a judia de origem polonesa que foi a primeira a descobrir e a revelar a origem judaica de grande parte dos portugueses que vieram para o Brasil para escapar do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, instituição da Igreja Católica que perseguia, julgava e punia os judeus de Portugal. Muito especialmente aqueles que se converteram em “cristãos novos” para tentar escapar das suas garras.

Anita chegou ao Brasil com seus pais, aos dois anos de idade. Quando ainda estudante de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP), foi aconselhada pelo professor Lourival Gomes Machado a pesquisar o papel da Inquisição na história do Brasil – assunto que os livros de História de então simplesmente omitiam ou pouco falavam.

Anita debruçou-se inicialmente sobre os livros dos historiadores que haviam estudado o tema, em especial A História dos Judeus em Portugal, de Meyer Kayserling (1829-1905), em que o autor já revelava o funcionamento do Tribunal da Inquisição, o drama vivido pelos convertidos e o silêncio do mundo ante os festivos autos-de-fé, aonde a população eufórica ia assistir às fogueiras em que os “bons cristãos” queimavam os judeus. E relatava o drama dos judeus que procuravam escapar, migrando para países onde pudessem ser eles mesmos, entre os quais o Brasil.

Porém Anita logo percebeu que quase nada se sabia sobre quem eram estes judeus, convertidos ou não, que haviam escolhido o Brasil como destino. Para saber mais, era necessário ter acesso aos arquivos da Inquisição, mantidos secretos por décadas na Torre do Tombo, em Lisboa.

Pois para lá foi Anita no início dos anos 1960 e, com muita perseverança e com a ajuda de Lourival Machado, então diretor cultural da Unesco em Paris, conseguiu ter acesso aos arquivos inéditos. Em 1965, quando eu estudava Sociologia em Paris, mantive intenso contato com Anita, que se revezava entre Lisboa, onde pesquisava, e Paris, onde se aperfeiçoava em seus estudos com os mestres franceses.

Fui, então, testemunha de seus primeiros relatos sobre as atrocidades da Inquisição, que Anita revelava, com nomes e sobrenomes dos judeus perseguidos, alguns dos quais haviam se refugiado no Brasil e conseguido “driblar” e, em alguns casos, se vingar dos seus algozes.

Essas descobertas foram sendo o tema dos muitos livros de Anita Novinsky, desde Cristãos Novos na Bahia até os mais recentes, como Viver nos tempos da Inquisição

e Os judeus que construíram o Brasil. Em seus livros, artigos e entrevistas, Anita revelou as origens judaicas de personagens dos quais nem o mais experiente inquisidor suspeitaria, como a do Padre José de Anchieta, fundador de São Paulo, cuja mãe era judia, “cristã nova”, ou seja, convertida à força ao catolicismo, e cujo tataravô fora queimado pela Inquisição.

Outra revelação de Anita, a de maior impacto histórico, foi a da origem judaica de Raposo Tavares. Anita relatou que Raposo fora criado pela madrasta, Maria da Costa, que foi presa pela Inquisição e confessou, sob tortura, o seu judaísmo secreto. Pois foi este judeu secreto, o bandeirante Raposo Tavares, que em 1647 partiu para a gigantesca expedição que permitiu conhecer, pela primeira vez, a extensão da América do Sul e ampliou várias vezes o território brasileiro. Júlio de Mesquita Filho o caracterizou como “o herói de uma das mais famosas façanhas de que guarda memória a história da humanidade”.

Anita Novinsky contou em detalhes a história dos bandeirantes, que eram quase todos de origem judaica e, por esse motivo, combateram as Missões dos jesuítas, que obedeciam às ordens da Inquisição de Lisboa, algoz dos “cristãos novos” no Brasil. Em todos os seus artigos e entrevistas, Anita sempre defendeu ardorosamente os bandeirantes, que, mais do que perseguidores de índios e de padres – como virou moda acusá-los –, eram eles os perseguidos pela Inquisição, por causa do “pecado” do seu judaísmo secreto.

Muitas famílias brasileiras descobriram suas origens judaicas por intermédio das revelações de Anita. Tanto em razão das “fichas” dos seus antepassados quanto, segundo Anita, pela simples observação dos prenomes adotados nas gerações mais recentes. A família de Julio de Mesquita Filho, do Estadão, foi uma das primeiras a ser reconhecida por Anita como de origem judaica. “Basta ver os nomes das irmãs Mesquita, Esther e Lia, típicos nomes judaicos, para ver com o que se identifica a família”, dizia Anita. E o mesmo raciocínio ela fez ao assegurar que toda a família de Monteiro Lobato é de cristãos-novos, portanto judeus convertidos.

Pelas muitas descobertas de Anita Novinsky sobre o importante papel dos judeus na História do Brasil, antes dela praticamente desconhecido ou propositalmente ignorado, podemos afirmar que esta intelectual judia, nascida na Polônia, foi uma redescobridora do país para onde veio ainda criança, o Brasil.

✽ SOCIÓLOGO, EDITOR E LIVREIRO
Antes dela, o papel dos judeus na história do País era praticamente desconhecido

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Con el micrófono al lado del fusil, así nació la AVN * Xin Chao

Con el micrófono al lado del fusil, así nació la AVN


Hace 77 años

*La agencia de noticias VNTTX*

*nació bajo el fuego imperialista*  


El 15 de septiembre de 1945, a dos semanas de que el Presidente Ho Chi Minh proclamara la Independencia de Vietnam en la Plaza Ba Binh de Hanoi, fue trasmitida desde la estación radiodifusora Bach Mai los textos completos de esa histórica declaración en vietnamita, inglés y francés por sus siglas en vietnamita VNTTX (Việt Nam Thông Tấn Xã”), VNA (Vietnam News Agency) y AVI (Agence Vietnamien D’Information).


Esos anuncios al mundo sobre el nacimiento de un nuevo Vietnam constituyeron las primeras noticias de la actual VNA, de tal manera que así surgió la primera agencia informativa del país indochino, rompiendo así el unilateralismo de las noticiosas occidentales, y el 15 de septiembre se conmemora como el Día de Fundación de la Agencia. 


Por otra parte, la Agencia Informativa de la Liberación, la voz oficial del Frente de Liberación Nacional del Sur de Vietnam y el Gobierno Revolucionario Provisional se fundó el 12 de octubre de 1960. Después de la reunificación nacional en 1975, las dos instituciones revolucionarias se fusionaron según la Decisión 84/UBTVQH del Comité Ejecutivo de la Asamblea Nacional bajo el título “Thông Tấn Xã Việt Nam” (la VNA), la única de su tipo en el país. 


De esa forma, el proceso de desarrollo de la VNA desde su fundación está ligado a la causa revolucionaria de liberación y construcción nacionales del pueblo vietnamita. Durante la resistencia por la independencia nacional, los periodistas de la Agencia Vietnamita de Noticias también fueron soldados. 


Con más de 260 mártires por la Patria, la VNA es el medio de noticias que tiene el mayor número de periodistas caídos en el país. Durante el transcurso de siete décadas de trabajo y lucha, la VNA es el primer órgano periodístico del país que ha recibió tres títulos de “Héroe”: Héroe de las Fuerzas Armadas Populares (dos veces) y Héroe del Trabajo en el Período de Renovación. También fue condecorada dos veces con la Orden Estrella Dorada (la máxima distinción del Estado vietnamita), la Orden Ho Chi Minh,y la Orden Independencia en Primera Clase.

(Xin Chao - +84 90 175 54 53 )

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

El pájaro revolucionario * Oscar Alfaro / Bolivia

 100 años del natalicio de nuestro Camarada Óscar Alfaro,

poeta de los niños, poeta de la revolución.

El Pájaro Revolucionario

Versos de Óscar Alfaro


Ordena el cerdo granjero:

-¡Fusilen a todo pájaro!

Y suelta por los trigales

Su policía de gatos.


Al poco rato le traen

un pajarillo aterrado

Que aún tiene dentro del pico

Un grano que no ha tragado:


-¡Vas a morir por ratero...!

-¡Si soy un pájaro honrado,

de profesión carpintero,

que vivo de mi trabajo!


-¿Y por qué robas mi trigo?

-Lo cobro por mi salario,

que usted se negó a pagarme.

Y aún me debe muchos granos.

Y lo mismo está debiendo

A los sapos hortelanos,

A mi compadre el hornero,

Al minero escarabajo,

A las abejas obreras,

¡Y a todos los que ha estafado!

¡Usted hizo su riqueza

robando a los proletarios...!


-¡Qué peligro!...

¡Un socialista! ¡A fusilarlo en el acto!

¡Preparen!... ¡Apunten!... ¡Fuego!


¡Demonio...si hasta los pájaros

en la América Latina

se hacen revolucionarios...!

***

domingo, 12 de setembro de 2021

NÃO CONSEGUIMOS ENCONTRAR O FIO DE ARIADNE * Dalton Rosado / CE

 NÃO CONSEGUIMOS ENCONTRAR O FIO DE ARIADNE

 QUE NOS INDIQUE A SAÍDA DESTE LABIRINTO DE CRISES DEVASTADORAS 

Parte 1

GETÚLIO (militares), JÂNIO (militares), COLLOR,
 BOLSONARO (militares)... E DEPOIS LULA. ATÉ QUANDO?

"Fazei-o discorrer sobre política e o nó górdio do
caso ele deslinda, tão facilmente como o faz com a
jarreteira"(William Shakespeare, na peça Henrique V)

Há uma percepção generalizada entre a população, e em todos os níveis
do conhecimento e nos vários estratos sociais, de que o grande
problema das crises e desgastes governamentais se deve à corrupção.

Não é, e o buraco está bem mais embaixo. Mas é assim que os
bravateiros da moralidade administrativa conseguem eleger-se, passando
a ideia de que com eles a corrupção acaba e tudo melhora.

Getúlio Vargas era considerado o pai dos pobres por ter regulamentado
a exploração capitalista pelo trabalho com base na Carta del Lavoro do
fascista Mussolini (tais relações eram ainda mais draconianas antes
dele).

Mas estava encurralado por um ultimato militar que exigia sua imediata
renúncia, sob a acusação de ter permitido a existência de um mar de
lama no seu governo (argumento trombeteado  principalmente por Carlos
Lacerda). Conseguiu abortar o golpe cometendo suicídio e deixando uma
carta-testamento contundente que provocou uma reação popular.

Eis outros episódios e personagens marcantes:

— Jânio Quadros tinha como símbolo de campanha a vassourinha que iria
varrer a corrupção. Queixando-se de forças terríveis que não estariam
permitindo que ele governasse como pretendia, renunciou após sete
meses e alguns dias de governo;
— Fernando Collor cultivava a imagem de um caçador de marajás, baseada
em algumas medidas que tomara como governador de Alagoas, confrontando
usineiros e funcionários públicos cujos salários eram muito elevados.
Queria governar como se elegeu, sozinho e tendo como tesoureiro (e
testa-de-ferro) o energúmeno e corrupto PC Farias. Renunciou na
iminência do impeachment e seu serviçal foi vítima de uma óbvia queima
de arquivo;
— Jair Bolsonaro se fez passar por representante da Operação Lava-Jato
na eleição presidencial de 2018 (farsa que ganhou verossimilhança com
o apoio que obteve de Sergio Moro, prometendo fazer dele um
superministro e depois indicá-lo para uma vaga no STF, mas a patranha
logo se evidenciou insustentável) e empunhava armas que significariam
a restauração da ordem social e proteção contra uma violência urbana
que hoje chega às raias de uma guerra civil não declarada. Hoje ele e
sua turba de incendiários descerebrados estão cada vez mais isolados e
politicamente impotentes.

Tudo era mentira, e como a mentira tem pernas curtas, todos nós
conhecemos o resultado. Só que, sendo curta a memória popular, o ciclo
de bravateiros populistas se repete com certa regularidade: de Getúlio
para Jânio, 30 anos (1930 a 1960); de Jânio para Collor, 30 anos (1960
a 1990); e de Collor para Bolçalnaro, o ignaro, 28 anos (1990 a 2018).
Parafraseando o grande Plínio Marcos, no inventário de culpas por
termos chegado ao
 pesadelo atual, é enorme a responsabilidade destes dois perdidos numa
eleição suja.
Não nos esqueçamos que todos esses governos sempre estiveram sob uma
tutela militar, que no Brasil existe desde a implantação da República
por uma quartelada, seja como ameaça ou mesmo como governo (Getúlio
ascendeu ao poder político civil com um golpe militar tenentista, e os
militares posteriormente se voltaram contra ele, depondo-o duas vezes,
em 1945 e 1954).

É o que chamo de pêndulo da ineficácia, tal qual aquele do relógio de
parede que vai de um lado para outro (no caso direita absolutista
militar e democracia burguesa inepta) e não sai do mesmo lugar.

A antiga miséria ultimamente só aumenta, sob a forma de inflação;
desemprego; falência do Estado; exploração salarial a que submete os
ainda empregados, levando-os a admitirem o ruim por medo do péssimo,
etc.

E sua causa não é apenas a corrupção com o dinheiro público (que
existe e aumenta cada vez mais sob a égide do centrão, afora outras
maracutaias que vieram à tona com as investigações da CPI da Pandemia
e da justiça).

A origem principal dessa barbárie social, para ambos os lados dos
projetos pendulares acima referidos, é a base sobre a qual se dá a
mediação social que agora entrou em contradição irresolúvel entre
forma e conteúdo, prenunciando o caos.


NÃO CONSEGUIMOS ENCONTRAR O FIO DE ARIADNE 
QUE NOS INDIQUE A SAÍDA DESTE LABIRINTO DE CRISES DEVASTADORAS 
Parte 2

A causa-mor de atual situação é a falência do capitalismo.

Trata de um modo de mediação social que se desenvolve desde o
surgimento rudimentar sob a forma valor na Grécia antiga (há cerca de
3 mil anos, o dinheiro era usado entre as ilhas gregas na troca de
mercadorias) e que sempre foi segregacionista.

Agora, no momento em que atinge o seu limite interno de expansão,
torna-se inviável, o que se evidencia nos seguintes pontos básicos:
— desemprego estrutural;
— déficit na necessária reprodução aumentada do valor, o que causa a
redução da massa global do dito cujo (ou seja, do dinheiro);
— falência estatal;
— falência empresarial;
— emissão desmesurada, por parte dos países do G7, de moeda sem
lastro, que é exportada para a periferia do capitalismo (a qual não
pode emitir suas próprias moedas);
— inflação, e
— agressão ecológica derivada de um modo de produção predatório da
natureza, que mata e retroalimenta a crise econômica pelo aquecimento
global.

Diante disso tudo, o que se apresenta como propostas de saídas do
impasse é uma polaridade entre, de um lado, a ditadura militar
golpista que tenta manter, pelas armas, a população submissa aos
retrocessos civilizatórios; e, do outro, a democracia burguesa e suas
instituições que nada podem resolver e caem em descrédito, servindo
como trunfos retóricos para os pretensos salvadores da pátria.

Há, contudo, proposições fora desta polaridade de falsas soluções.

Por que somos obrigados a nos privar da nossa imensa riqueza material,
 que nos coloca como celeiro do mundo, enquanto o brasileiro passa
fome, e é obrigado a voltar a cozinhar com carvão na periferia das
cidades porque o gás de cozinha já está caro demais para ser comprado
com seu parco salário, agora corroído pela inflação?

Por que somos sempre obrigados a aceitar a democracia burguesa, que é
social e economicamente antidemocrática, por medo da ditadura militar
capitalista que é ainda pior, ao invés de discutirmos uma forma de
produção social e organização jurídico-constitucional que nos assegure
o acesso às nossas próprias riquezas materiais?

Se convergíssemos para uma constituinte que levasse em conta tais
pressupostos, certamente estaríamos mais próximos do que se reivindica
como realização do ideal democrático.

Estamos numa encruzilhada e não conseguimos encontrar o fio de Ariadne
que nos indique a saída deste labirinto, um verdadeiro emaranhado de
crises devastadoras (crises econômica, social, política e ecológica).

Tal qual Alexandre, o grande, que ao passar pela Frígia acabou (por
meio de um golpe de sua espada) com o mito da impossibilidade do
desate do nó górdio que mantinha ali o poder estatuído, teremos de
desatar o nó górdio do nosso impasse atual mediante a adoção de
medidas que fogem do cardápio tradicional.
Tais medidas de salvação popular poderão ser viabilizadas a partir:
— do uso dos nossos próprios recursos materiais para trazer a
tranquilidade de abastecimento para o nosso povo;
— da adoção de cânones jurídicos que questionem a injustiça da
concentração da riqueza e da propriedade nas mãos da elite; e
— do estabelecimento de uma hipoteca social que incida sobre a
propriedade da riqueza fundiária, industrial, comercial, bancária,
imobiliária, enfim, que promova a distribuição equânime da riqueza
abstrata, abolindo sua concentração e adotando critério de produção
social e de organização jurídico-constitucional que lhe seja
consentânea.

Sei que para muitos a minha proposição parecerá utópica ou fora da
realidade e da realização do possível. Mas devemos pensar o
impensável, devemos fazer o impossível!

A surrealidade do que está posto é bárbara, genocida e ecocida Então,
tal qual um ser humano que se vê ameaçado de morte e lhe é facultada a
legítima defesa da vida, a nós deve ser concedido o benefício de
propormos uma saída viável, ainda que a superestrutura de poder
político e econômica diga que é absurda.

Getúlio (militares), Jânio (militares), Collor, Bolsonaro
(militares)... e depois Lula. Até quando?
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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

INDEPÉNDENCIA DE CENTROAMERICA I

 INDEPÉNDENCIA DE CENTROAMERICA I

Prof.- José Antonio Benítez Buais / Bolivia


Desde el punto de vista de los intereses económicos, en la primera década del siglo XIX, las autoridades coloniales españolas, realizaron una serie de medidas fiscales y económicas que limitaban aún más el desarrollo de las Oligarquías criollas centroamericanas, como el aumento de tributos y la consolidación de deudas estatales, para financiar las guerras europeas de la Corona española.


Estas medidas acrecentaron el sentimiento pro independencia entre diferentes sectores criollos. A esta situación le sirvió como detonante y catalizador la Invasión Napoleónica a España en 1808, que significó el colapso temporal de la autoridad real y el inicio del proceso de independencia mexicano y centroamericano. En el período de 1808 a 1814, se produjeron alzamientos en el territorio de la Intendencia de San Salvador: El Alzamiento del 5 de noviembre de 1811, conocido como el Primer Grito de Independencia, fue encabezado por José Matías Delgado, Manuel José Arce y los hermanos Aguilar en San Salvador.


Se extendió en los días siguientes del mes de noviembre a las ciudades de Santiago Nonualcos, Usulután, Chalatenango, Santa Ana, Tejutla y Cojutepeque. Hubo dos alzamientos relacionados con éste que adquirieron relevancia, el del 20 de diciembre de 1811, ocurrido en Sensuntepeque, y el del 24 de noviembre de 1811, ocurrido en la ciudad de Metapán. Este último fue vencido en diciembre de 1811. El Alzamiento de 24 de enero de 1814, ocurrido en San Salvador, no tuvo éxito y la mayoría de los líderes independentistas fueron arrestados; siendo uno de ellos, Santiago José Celís, fusilado por las autoridades españolas. En este movimiento hubo una amplia participación popular.


En mayo de 1814, Fernando VII regresó a España como rey, e inmediatamente restableció el absolutismo, derogando la Constitución de Cádiz. Los efectos de las medidas reales se hicieron sentir en Centroamérica, donde el Capitán General de Guatemala, José de Bustamante y Guerra, desató una persecución en contra de los independentistas y los defensores de las ideas liberales, que se prolongaría hasta su destitución en 1817.


Es en esta situación de aparente retroceso de las luchas independentistas que en 1820 se produce la Revolución de Riego, en España, la cual restableció la vigencia de la Constitución de Cádiz y “…provocó la reacción de la aristocracia criolla, el alto clero y la burocracia peninsular…”puestas a la aplicación de las leyes liberales españolas y preocupados por las demandas de comercio e intercambio libre con los comerciantes ingleses en Belice, lo cual perjudicaba sus intereses monopólicos con relación al comercio.


El Capitán General de Guatemala, Carlos Urrutia, juró la Constitución en julio de ese año y poco después se convocó a elecciones para elegir ayuntamientos y diputaciones provinciales, además de permitirse la libertad de prensa en el territorio del Reino de Guatemala. En junio de 1821, el Capitán General Urrutia fue sustituido por Gabino Gaínza. En agosto llegaron a Centroamérica las noticias de la Independencia de México, bajo los términos establecidos en el Plan de Iguala de Agustín de Iturbide. Ante esta nueva realidad, Gaínza convocó a la reunión de notables del 15 de septiembre.


Desde febrero de 1821, Agustín de Iturbide [2] había proclamado el Plan de Iguala, que dispuso la independencia de los territorios que hasta 1820 habían formado el Virreinato de Nueva España. Nació entonces el Imperio Mexicano, en un intento de monarquía que lo mantuviese bajo una bandera única, católica y conservadora, opuesta a las medidas liberales que se implementaban en España. El Congreso mexicano de 1822 proclamó Emperador a Iturbide como Agustín I. Para entonces, gran parte de Centroamérica, incluyendo a la Provincia de Guatemala, había proclamado su anexión a México.


El 15 de septiembre de 1821, en una reunión en la Ciudad de Guatemala, los representantes de las provincias centroamericanas declararon su independencia de España y conformaron una Junta Gubernativa provisional, presidida por el antiguo Capitán General español, Gabino Gaínza. La noticia de la independencia llegó a San Salvador el 21 de septiembre. Destacamos que en momentos que los sectores más radicales apoyados por la gran masa de campesinos se inclinó por la inmediata independencia y la adopción del sistema republicano, es que se declaró formalmente el texto redactado por José Cecilio del Valle, siendo en estas condiciones que la propia Declaración de Independencia expuso que ocurría “…para prevenir…las consecuencias que serían temibles en el caso que las proclamase de hecho el mismo pueblo…” Clásico ejemplo del temor de la oligarquía criolla a cualquier cambio de su preponderancia en cualquier terreno.


Al concretarse la independencia centroamericana, se dieron tres opciones a la naciente unión de provincias: primero, conservar la unidad de las provincias; segundo, independizarse en naciones bien definidas; o tercero, anexarse al Imperio Mexicano de Agustín de Iturbide. Opción esta última que cobró gran fuerza entre la aristocracia conservadora guatemalteca, encabezada por el Márquez de Aycinena, como opción para frenar a los republicanos y como forma de defender los privilegios económicos de los sectores más reaccionarios.


Por lo tanto, la noticia de la independencia desconcertó a la mayoría de los grupos conservadores en las distintas provincias y ayuntamientos de Centroamérica. La preocupación de los sectores, temerosos de perder sus privilegios, se tranquilizó cuando las autoridades de Guatemala recibieron una carta de Iturbide, quien se había proclamado Emperador de México, invitando a Centroamérica a unirse al imperio, como garante de sus interese económicos. La Junta decidió consultar a los ayuntamientos y respondieron dos tercios de ellos, de los cuales 168 aprobaron la anexión, y dos, San Salvador y San Vicente, rehusaron unirse a México.


La Junta de Guatemala declaró la anexión a México el 5 de enero de 1822. Iturbide envió tropas mexicanas al mando del general Vicente Filisola para someter a las provincias rebeldes de San Salvador y San Vicente. El general Filisola entró con sus tropas a San Salvador en febrero de 1823, luego de derrotar a los salvadoreños en los combates de Guazapa y Guayabal y tras varios meses de resistencia. Cuando Filisola regresó a Guatemala, recibió la noticia de que Iturbide había sido derrocado y que México se había constituido en República, entonces Filisola le pidió a la Junta de Guatemala que convocara a los diputados centroamericanos para que tomaran una decisión. La Asamblea Centroamericana proclamó, el 1 de julio de 1823, la independencia de España, de México o cualquier otra nación y se constituyeron las Provincias Unidas de Centroamérica. 


Tarija, 06 de septiembre del 2021


LIC. ADMINISTRACIÓN EDUCATIVA

PROF. JOSÉ ANTONIO BENÍTEZ BUAIS/BOLIVIA

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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

LIBRE POR LA PALABRA LIBRES * César Martínez / El Cortamortaja.

 LIBRE POR LA PALABRA LIBRES

César Martínez / El Cortamortaja.

Hoy 31 de agosto de 2021.


SE APAGARON LOS BRAMIDOS DE PATRULLAS Y SIRENAS DE LA MUERTE Y VOLVIERON LOS GRITOS DE LA REBELDIA, SIMPLEMENTE PORQUE LES ASISTE LA RAZÓN.


En aquellos tiempos, comenta mi abuela, todo se hacía de madrugada, ahí tienes que para que dieran la novia, y cerrar compromisos, debías ir en la madrugada, cuando todo mundo está dormido y que los pasos fueran muy queditos, pues…

Algunos ocupan la noche para cosas malas, continua mi abuela. Así no debe de ser. Los procesos revolucionarios, también así han sido, por solo recordar algunos acontecimientos, te diría del movimiento revolucionario de 1810 o de la madrugada de 1994 en los Altos de Chiapas. Cosas de la historia.

La última novedad fue la madrugada del 27 en agosto de este año 2021, ahí estaban desde la noche del 26 planeando qué hacer y cómo hacerlo, ya mucho tiempo frente al Palacio de Gobierno en la plaza de la Constitución, en el D.F., esperando a que el Jerarca diera la cara para un resolutivo definitivo y nada.


Y ahí estaba la oportunidad, llegó a territorio chiapaneco, o sea a casa, así que se dieron los comentarios y finalmente la decisión. Todo esto en la noche para ejecutar la acción en madrugada.

Esperar a que saliera del hotel y caerle, y así fue, no era mucho, pero costó bastante, sacar el compromiso de liberación absoluta de nuestros compañeros estudiantes de nuestra querida y bien amada Mactumactza, y todo esto, debemos decirlo; se lo debemos al pueblo.

__Oye Román, le dije: Ni la Sección XXII logró lo que hicieron los chavos de la Mactu., y en eso, va mi reconocimiento. 

El regocijo dentro de mí, no paró ahí, busqué dentro de los grandes revolucionarios del siglo pasado, a alguien que, de verdad amara en el *dicho* y en el *hecho* a los maestros y encontré a uno de los grandes, quizás el único, JOSÉ DOROTEO ARANGO ARÁMBULA, más conocido como PANCHO VILLA, y es único, porque los grandes hacendados y la gente rica, que a fuerza de más de  30 años en el poder había hecho Porfirio Díaz, dijeron que era un bandolero y de ahí en la actualidad quiénes se precian de tener un cierto nivel económico, apodan a los estudiantes de Mactumactzá y de las demás Escuelas Normales Rurales que pertenecen a la FECSM como “ *vándalos* ”.

Para Pancho Villa; la educación era la mejor arma para sacar de la miseria a los pobres. Y sostenía; yo prefiero primero a un maestro y después a un general. Andrés Manuel López Obrador dice que apoya y que quiere mucho a los maestros, yo sostengo que es una de las más grandes mentiras que tiene en el nicho de su arrogancia. Vean como llena de militares a nuestro país con el membrete de Guardia Nacional, que a final de cuentas hacen lo mismo.


Y hablando de represión y haciendo un comparativo, vemos con claridad la continuidad de la represión en el régimen priísta con el morenista, en la pasada administración de Enrique Peña Nieto, la desaparición de 43 estudiantes de Ayotzinapa, Gro.  En la presente administración dice el Jerarca que no son iguales y que ahora es diferente, el mes de mayo de este año, tomaron preso a 95 estudiantes de Mactumactzá, Chiapas., más el crimen cometido a dos estudiantes mujeres de Teteles Puebla, pregunto: ¿cuál es la diferencia? y la agresión es para las Normales Rurales pertenecientes a la FECSM, en el mismo hilo de las preguntas, señor presidente Andrés Manuel López Obrador. ¿Para cuándo se abre la Normal Rural del Mexe, Hidalgo? Es broma lo que prometió o de verdad le va a ser honor a su investidura como máxima representación del pueblo mexicano.  


Y yo sostengo; que hoy más que nunca el sistema neoliberal, toma más fuerza, para fregar al más jodido y al rico apapacharlo con mejores prebendas.

Y eso de comparar a la CNTE con FRENA, y meterlos en un mismo costal, es otra de sus ocurrencias de mal gusto señor presidente. 


La CNTE tiene historia, principios y congruencia, FRENA Y MORENA ¡no!


Por hoy, que retiemble sus centros la tierra, que suenen tambores y cornetas, que venga una diana cargada de alegría y hagan llorar las maderas de la marimba, han vuelto los 95 a casa, en la puerta, los recibe mi general Pancho Villa. No por nada en la entrada principal de la Normal Rural Mactumactzá, se inscribe: LIBRE POR LA PALABRA LIBRES.

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