domingo, 19 de maio de 2024

O SURGIMENTO DAS FARC * German Castro Caycedo/Youtube - Felipe Andrés Pérez Cabrera

O SURGIMENTO DAS FARC
MARQUETALIA RAÍZES DA RESISTÊNCIA
A guerrilha na Colômbia

Por: Felipe Andrés Pérez Cabrera.

Com o passar dos anos, quando um projeto é iniciado, os propósitos podem se diluir se não for realizada uma campanha permanente de doutrina política. Das guerrilhas da Colômbia, a mais antiga é a FARC-EP, nasceu em 1964, de dois grandes líderes, Manuel Marulanda Vélez e Jacobo Arenas. Manuel Marulanda Vélez era um agricultor, abusado pelo governo colombiano, seus animais e terras foram roubados, ele foi expulso de sua querida região cafeeira, tudo isso ocorreu no marco da repressão do governo conservador contra os liberais. Marulanda, junto com um grupo de camponeses, tinha tendência liberal. Fundaram diversas repúblicas independentes, que diante da traição de um setor da liderança liberal e além da chegada de intelectuais como Jacobo Arenas, começaram a mudar. seu pensamento em relação ao comunismo. As FARC-EP como tais nasceram como uma guerrilha comunista, Jacobo Arenas foi o seu ideólogo, membro do Partido Comunista, que escreveu vários livros e textos com a história desta rebelião na Colômbia, além do seu pensamento político, um dos estes livros denominados: “Cessar Fogo, uma história política das FARC”, é uma obra necessária para compreender a história recente do nosso país.

Um camponês e um intelectual, com liderança conjunta, foram a força motriz daquela que seria a maior força insurgente do mundo no final do século XX. Com o governo Duque, que, como dizia o próprio Uribismo: “rasgaria o acordo de paz com as FARC”, iniciou-se um rearmamento de um setor da guerrilha, é preciso dizer que o Uribismo não se sente confortável com a paz, seu discurso de ódio baseia-se no confronto, sem o qual o seu dogma de morte não pode ser alimentado. É verdade que a frente Dagoberto Ramos em Cauca cometeu uma terrível injustiça, assassinando o líder indígena em praça pública, mas também é verdade que não podemos continuar a alimentar as forças reaccionárias do nosso país e o seu discurso de ódio.

Nenhum líder uribista tem filhos no exército, porém a guerrilha e o exército são formados pelos filhos da Colômbia. Os chamados dissidentes das FARC-EP, neste caso o autoproclamado Estado-Maior Central da EMC, devem compreender que devem entrar num diálogo permanente, enquanto estiverem presentes as condições de um governo algo democrático. Entendo quem diz que o atual governo não resolverá a terrível crise de desigualdade, de valores éticos e econômicos, que se geram ao colocar o capitalismo em prática, porém é hora de repensar a estratégia. Porque o Uribismo rearmou os dissidentes das FARC-EP, lembremos que se você quer saber o que pensa o embaixador dos EUA, veja o que pensa o Uribismo, já que são estes que ditam o seu dogma das trevas. El Uribismo (el imperialismo) rearmo las FARC porque son una fuerza política de ocupación, el objetivo es seguir dividiendo nuestro país, desde el golpe de Estado contra Simón Bolívar, que les salió bien tras la muerte del libertador, aprendieron a generar continuas protestas y enfrentamientos entre los colombianos, para dividirnos y no permitir nuestro progreso, la doctrina con la que fue fundada Colombia, de unir toda Latinoamérica en un solo país debía ser destruida de la faz de la tierra, así ellos se convertirían en la potencia mundial indiscutida de hoje em dia. Se o projeto do libertador Bolívar tivesse sido realizado, hoje a Colômbia seria o centro do mundo, mas dividiram ainda mais o nosso país, tiraram-nos o Equador com lacaios imundos, com Flores à frente, tiraram-nos a Venezuela com Páez e o Panamá, países que nasceram da traição e da cuspida no legado de Bolívar, na verdade estes três países hoje nem sequer têm independência económica na gestão do dólar, como moeda de circulação nacional.

Se Petro é um patriota, pelo menos como afirma, deve derrotar esta política separatista do imperialismo, o diálogo com as insurgências deve ser permanente, porque deve haver uma centralidade nas armas, na recuperação da nação, faz parte do trabalho de ter um único exército patriota, uma única força armada, aqueles que estão aptos a portar armas, deve estar com o Estado. Petro não pode deixar-se influenciar pelo coro de lacaios do imperialismo, que procuram mais mães colombianas chorando e enterrando os seus filhos numa guerra fratricida. O facto de a actual guerrilha ter sido rearmada pelo imperialismo não implica que controlem toda a sua liderança. Acredito que Iván Márquez, assim como Iván Mordisco, sejam verdadeiros líderes da Colômbia, que tiveram de regressar às montanhas para evitar. sendo assassinado, que As armas são gringos, é outra coisa, mas elas estão aí para sobreviver aos assassinos, Petro ainda precisa se cuidar, o exército colombiano deve proteger muito bem o chefe de estado, o inimigo está à espreita para gerar caos e confronto de qualquer lado, como aconteceu com a morte de Gaitán.

No âmbito dos diálogos de paz, todas as falhas devem ser resolvidas, teria sido bom que o Presidente Petro solicitasse na mesa de diálogo a rendição das duas pessoas que atiraram no líder indígena, conforme solicitado pelo sistema de justiça indígena, sem gerando esse verdadeiro banho de sangue em que Cauca e Valle del Cauca estão se transformando. Presidente Petro, o senhor diz que a Colômbia é uma potência de vida e de turismo, seguir a política de confronto armado de Uribestia não alcançará nenhum dos seus dois objetivos. Com o amor que tenho por você e por meu país, peço que reconsidere, Presidente.
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro