Indentitárismo e Ideologia de Classe media
Reinaldo Conceição da Silva/SP
A política de conciliação de classes de modo a se manter como política oficial de muitos partidos que outrora fizeram frente popular produziram, de modo inquestionável uma despolitização sem precedentes, de modo que não se houvesse mais nenhum diretório nacional operário e tão pouco conselhos populares em bairros e microrregiões, de modo com o impulso da retórica instituida pela hegemonia ideológica e estrutural burguesa fizeram paulatinamente que os setores populares perdessem suas credibilidades em suas lideranças representativas são peça chave para o entendimento desse texto. Hoje vamos tratar em rascunhos (embora prometo-lhes um texto mais complementar sobre as pautas principais aqui) sobre os pontos essenciais que fizeram os Partidos de Esquerda perderem aptidão popular para manter uma política que não pode se oficializar de modo nenhum em partidos e/ou movimentos de origem popular. Uma vez que a guerra dada pela luta de classes é um conflito sociológico estabelecido pela dinâmica instituinte.
Não adianta reclamar comigo. Só os advirto a meus caros leitores que líderes populistas não vivem sem medidas populistas. Essas são as marcas que carismatizam os feitos do populista para com seus seguidores que de modo nenhum desejam (e nem podem por serem simples personagens em nossa história) se explorar ao fundo e as bases estruturais de seus palcos de atrações. Getúlio Vargas, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro são personagens tão somente de um palco desenvolvido estruturalmente para cada situação específica. Pessoal eu sei que esse blog se pretende a ter anplitidão internacional uma vez que o Marxismo também é, porém o Brasil vai ser nosso palco de experimentos hoje.
A política de conciliação de classes do PT não trouxe amplitidão hegemônica intelectual as esquerdas mesmo quando tinham veículos disponíveis, os diretórios populares foram minguando e o Partido perdeu sua democracia interna e acima de tudo forneceu correntes ideológicas a Direita com a retórica do próprio PT de Anti-corrupção. A Democracia não foi expandida com mecanismos estruturais dispostos aos setores populares de modo a sempre privilegiar o capital nesse processo onde a prosperidade só era um fator pendente da situação sócio-estrutural e econômica do mundo naquela época. Bolsonaro está fazendo uma política de conciliação de classes também (ao contrário do PT que valorizava os setores populares pelo menos, este em versão piorada só tem olhos a Burguesia pelo Capitalismo financeiro).
Bolsonaro vai cavalgar na reforma tributária do Guedes com uma brecha populista. Que brecha é essa ??? A Brecha do Renda Brasil que visa substituir o Bolsa família. O Renda Brasil privilegiará a classe dominante nacional desonerando folhas de pagamento desestruturando direitos trabalhistas pendentes valorizando então espaço no mercado onde não existe mais a mercadoria como produto.
Nesse processo se aumenta a taxa tributária sobre consumo em processamento virtual como compras on-line ou em consumo de dados processuais (que quando implementado de forma sistemática se torna um novo modelo de extração tributária).
Pesado Imposto progressivo sobre as grandes propriedades... Nem pensar !!!
O Renda Brasil vai tirar do pobre para dar ao pobre com base de pagamento em nível decrescente porém com maior amplitude de atuação que o Bolsa família. E o pior... O simples trabalhador aceita, uma vez que não foi politizado sobre sua condição estrutural sistemática e só enxerga política de acordo com aquilo que a ele foi modulado. Como da vez que Adolf Hitler fez um experimento depenando uma galinha viva e ela o seguia quando o mesmo fornecia a ela uma fila de grãos de milho e sementes. Hitler considerou que esse método deve conduzir o povo alemão.
*Ver meus primeiros textos
-Financeirização Sistemas de Crédito e Juros
-Midia Genealógica do Entretenimento informativo Ideológico
- Crítica ao Programa de Paulo Guedes na CNN Brasil.
Agora vamos a um ponto dissuasivo crucial que nosso texto expõe ao relatarmos o processo progressivo de afastamento dos movimentos de esquerda das reais condições estruturais dos setores populares.
* Indentitárismo (o autoritarismo infiltrado denegrindo minorias)
O movimento identitário de "libertação" se desenvolveu na segunda metade do século XX como movimento que se mostrava a esquerda se opondo a burocracia Soviética se articulando com diversas ramificações culturais ganhando espaço de atuação na sociedade global. Ele também é muito recorrente em eventos artísticos e em movimentos próprios caracterizados por sua peculiaridade única.
O movimento identitário é pautado no auto reconhecimento grupal de elementos de uma mesma base minoritária por puro reconhecimento grupal, de caráter individualista na qual não se prossegue a partir daqui, porque o indentitárismo não se preocupa com a inserção dos grupos minoritários em um regimento universal de modo a minar qualquer reação nociva sócio-cultural a esses grupos, mas sim de utilizar de sua situação minoritária impondo sua condição sobre os outros de modo autoritário, deturpando qualquer movimento conjunto de inserção social desses grupos. As Feministas como exemplo são vítimas recorrentes do indentitárismo as associando as FemiNazi, o movimento LGBTQI+ também é outro recorrente a grupos identitários tornando insuportável qualquer relação harmoniosa conjunta com um. Infelizmente o indentitárismo corroe até o movimento negro, utilizado pela Direita como racismo dos negros ou movimento de Negros racistas ou afins...
O que os identitários não querem entender é que os movimentos de inserção social a grupos sócio-culturais étnicos, religiosos, raciais e de qualquer seguimento tido como minoria segundo as configurações sócio-culturais de uma civilidade regional só existem para desenvolver mecanismos regimentares de inserção conjunta desses grupos em uma conjuntura universal de modo a produzir regimentos estruturais de convívio harmonioso tendo como foco extinguir qualquer efeito nocivo reativo a esses grupos específicos pelas configurações sócio-culturais antecedidas. Por isso a importância das cotas a negros, ciganos e índios em meios de inserção. A questão relativa aos negros ganha fator de gravidade. A questão da identidade ou do perfil de identidade regimentado é característico aos gostos e desejos de cada indivíduo como indivíduo.
Isso não pode ser imposto ao coletivo como uma característica específica de um movimento. O Discurso identitário não tem nenhum nexo e não desenvolve programas estratégicos de modo a inserir conjuntamente seu grupo em um regimento universal em uma civilidade específica. Nesse processo o reconhecimento da identidade minoritária (e não o movimento das minorias como um todo) é um reconhecimento burguês por duas frentes: A primeira é embasada na pura exposição publicitária como método de garantir seguridade estrutural de visibilidade e manutenção abstrata do capital de modo a proporcionar condições regimentares a sua auto-valorização pela adoção de adeptos e pela sofisticação estrutural de cada governo a esses impulsos culturais característicos do capital. A história da Thammy com a Natura é um exemplo...
Episódio que forneceu a Natura uma valorização em 200% em suas ações.
O indentitárismo abafa a luta de classes porque para reconhecer a configuração específica de cada grupo específico em termos gerais se é analisada o processamento progressivo da divisão internacional do trabalho e dos conhecimentos que são desenvolvidos nesse processo em uma dinâmica sistemática que se globalizou ao longo de um processar histórico.
Podemos dizer por análise que esses grupos se gladiam pela divisão processual do trabalho para manter suas condições estruturais de manutenção da vida também conduzidas pela proporcionalidade de exploração do trabalho pelo capital.
A questão do Brexit no Reino Unido que popularizou o discurso do Boris Johnson, o Nacionalismo anti-homossexual xenofóbico da Rússia pós Soviética de Vladimir Putin, A negação do poder da mulher regimentada estruturalmente em paises Árabes e no Norte da África por um Fundamentalismo religioso sem precedentes, a Guerra comercial protecionista dos Estados Unidos contra os Chineses para proteger as bases de serviços da velha indústria americana comparada ao avanço tecnológico internacional embora a Wal Street garanta seguridades jurídicas de aplicações e investimentos no Dólar, são processamentos dialéticos conjuntos de modo que pela divisão estrutural do trabalho que regimenta grupos específicos um povo não se sobreponha ao outro. De modo que pela dinâmica instituida do capital um não tome os meios de vida do outro.
Criando nacionalismos.
Então a configuração específica de grupos minoritários em conjecturas específicas e até sobre processos de atração é repulsão de consensos culturais não podem estar fora de vista de uma visão das co-relações materialistas conjunturais sobre um fator histórico. Sem o Marxismo como ciência fundamentada não há como !!!
* Ideologia de Classe média, termos básicos de formulação.
Qualquer marxista que se preze sabe que a sociedade capitalista é modelada por dois grupos elementares, os burgueses (aqueles que detém os meios de produção e gerenciamento da vida material) e o proletariado (aqueles que não detém esses meios, sobrevivem através de sua força de trabalho como forma de produto/mercadoria).
A classe média não é uma classe definida em regimento estrutural materialista de modo tão específico então ela tecnicamente não existe nesses termos porque ela pode agregar pequenos empreendedores que se auto exploram para manterem sua própria força de trabalho, passando por funcionários públicos como professores, médicos, advogados políticos e policiais que advogam serviços não produtivos uma vez que o Estado não cria valor, até trabalhadores capatazes de grandes transnacionais que só são admitidos pelos conhecimentos adquiridos pela sua posição processual em divisão estrutural do trabalho.
A Classe Média principalmente a classe média baixa é mais sensitivel a uma ideologia desenvolvida exclusivamente a ela baseada em suas condições processuais de vida que lhe permitem desenvolver um pequeno a médio empreendimento em escala o caracterizando como pequeno burguês.
Para manter suas condições estruturais como classe média eles nominalmente apelam para políticas de subsídios as suas zonas particulares de atuação econômica desenvolvendo projeções de aplicações na bolsa como políticas econômicas assistencialistas e para não dizer em sua real situação encalacrada na luta de classes atribuem todo o mal político na corrupção.
É da classe média que vemos as narrativas favoráveis à chamada meritocracia (coisa que não pode ser processada no Capitalismo mas isso é tema a um outro texto) e na Anti-corrupção como política oficial.
Veja o exemplo do nosso querido Marreco de Maringá Sérgio Moro.
A classe média não pode falar de Luta de Classes porque se falar, suas condições de engajamento político estrutural são empurrados ao grosso dos Trabalhadores (principalmente em momentos constantes de crise do capital) em luta contra os grandes oligopólios financeiros de modo a correr os mesmos riscos de deteriorização estrutural de manutenção da vida com o grosso do operariado mais precarizado.
Por isso que as políticas que se referem a classe média são embasadas em assistencialismo barato, (para se afastar estruturalmente das condições de manutenção da vida dos Trabalhadores mais precarizados) e na Anti-corrupção (de modo a utilizar de processamentos políticos legais ou não) para se afastar do grosso estrutural dos Trabalhadores de modo que o poder coercitivo do capital os influencie de modo menos agressivo a suas condições pessoais de vida comparados com os trabalhadores pela dinâmica do capital.
Para finalizarmos aqui quero complementar que todas essas manobras articuladas nominalmente burguesas foram introduzidas a boa parte dos partidos de esquerda e pela retórica Anti-corrupção (na qual boa parte dos próprios também foram corruptos) para manter políticas de conciliação de classes e afastar as reivindicações populares. O ano de 2013 foi uma prova. Dilma Rousseff e as Burguesia juntos estrangulando as reivindicações populares em prol de uma política oficial que naquele tempo já tinha se rasgado.
Reinaldo Conceição da Silva/SP
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro