quinta-feira, 16 de junho de 2022

Ratanabá, os Conspiracionistas e os Neopositivistas * Guilherme Monteiro Jr. / ES

 Ratanabá, os Conspiracionistas e os Neopositivistas

Guilherme Monteiro Jr. / ES


Eu realmente não iria sequer escrever este artigo, mas lendo a entrevista do Arqueólogo no site G1, eu vi que isso é necessário. Como vocês já devem saber, a teoria da Ratanabá, é mais uma teoria da conspiração feita pela Dakila Pesquisas e pela Dakila Ecossistema, a qual é uma instituição que além de promover teorias da conspiração que passam bem longe de serem verdade, já que tem sim teorias da conspiração que foram provadas verdade, mas isso não é o tema do artigo, também promove coisas como “Amazônia não queima”, “Pantanal não queima” entre outras coisas que ajudam a legitimar, de alguma forma, o governo do Bolsonaro e o regime da direita alternativa no Brasil e no mundo.


Contudo, uma outra falha quem vem junto disso e de toda a questão do conspiracionismo, é a questão do neopositivismo, e do cientificismo, fanatismo científico, antiteísmo, misoteísmo e afins. Tais como o uso de termos como “delírio”, “evidência científica” e afins. Delírio é algo bem complicado de se dizer, e que hoje em dia literalmente significa “algo que a pessoa discorda demais” na maioria dos casos, e que também é utilizado como forma de deslegitimar outros pontos de vista, crenças e grupos sociais. Apesar que no contexto o termo “delírio” faz até um pouco de sentido. E o termo “evidência científica” deixa bem claro o neopositivismo dos mesmos, onde que tudo, literalmente tudo, tem que ser baseado em “evidência científica”, quero deixar bem claro aqui que evidência científica não prova nada, apenas que “x se relaciona com y”, e que evidência científica apenas serve, única e exclusivamente para as ciências duras e para as ciências naturais. Se fossemos ver o conceito de “evidência científica” a risca, daria para literalmente colocar marxismo, socialismo, comunismo, sociologia, filosofia, ciências sociais, ciências espirituais, ciências políticas, religião, espiritualidade e afins no mesmo patamar que Terra Plana, negacionismo de clima e afins, isso é algo muito complicado mesmo, existem vários outros tipos de evidência além de “evidência científica”. E isso mostra muito bem como que hoje em dia a tão dita “ciência”, além de uma mercadoria, é também uma ideologia e uma religião. Algo ser científico ou não ser científico, não quer dizer que algo é verdadeiro ou falso, como eu disse no caso do marxismo, socialismo, comunismo, sociologia, filosofia, ciências sociais, ciências espirituais, ciências políticas, religião, espiritualidade e afins. E eu até poderia falar como que o conceito de “delírio”, “evidência”, “prova”, “fato”, “verdade”, “mentira”, “verdadeiro”, “falso” e afins são bem relativos e subjetivos, mas não vejo que isso seja necessário, pelo menos agora.


Outra questão também, relacionada a isso, é falar que teorias como Ratanabá e Antigos Astronautas são racistas, eles falam que são racistas, e são racistas mesmo, mas eles esquecem do quão misoteístas e antiteístas elas são e até mesmo atacam o racismo das mesmas de forma misoteísta e antiteísta, como que se os deuses e seres espirituais nunca existiram e ainda equiparam a existência de Deus, deuses e seres espirituais a coisas como Ratanabá e Antigos Astronautas. Eu até diria que isso faz parte da unidimensionalidade sistêmica dos humanos ou mesmo parte da hegemonia do neopositivismo hoje em dia. E posso dizer que faz parte mesmo, isso é um exemplo claro de unidimensionalidade sistêmica, onde que a “ciência” e as “evidências científicas” são uma verdade absoluta acima de quaisquer críticas ou questionamentos, e tudo que está fora das mesmas, é “falso” e “delírio”.


Eu realmente não vejo necessidade de falar sobre o fanatismo científico, fundamentalismo científico e totalitarismo científico dos mesmos, que tudo se resume ao neopositivismo, que consegue ser tão delirante e tão racista, manipulador, ingénuo e charlatão quanto coisas como Ratanabá e Antigos Astronautas, eu entendo bem isso pois sou um anunnakistas que pratico sim a religião dos Anunnaki e até mesmo converso com eles praticamente todos os dias, então eu sei bem do que estou falando. E eu também não sou nenhum tipo de “negacionista científico” que nega vacinas ou que “nega” a “ciência” por completo, nem um “aceitacionista científico” que acredita em tudo que os “experts” e “divulgadores científicos” falam de forma absoluta sem nenhum tipo de censo crítico, pensamento crítico, livre pensamento ou questionamento, e é engraçado como que eles falam sobre “pensamento crítico” e “livre pensamento” sendo que eles fazem o oposto disso, enfim, mais uma forma de unidimensionalidade sistêmica claramente visível, “pensamento crítico apenas quando eu discordar” e “livre pensamento apenas quando eu discordar”, é isso, basicamente.


É claro que devemos defender a ciência e todas as conquistas da mesma, mas o que não podemos é colocar a ciência e as evidências científicas como uma religião e uma ideologia, igual como que os antiteístas e ateus militantes fazem. Igual o exemplo que eu dei, a uns dias e semanas atrás sobre a ciência™, que é exatamente isso, a ciência™ como mercadoria, religião e ideologia. Que leva exatamente ao neopositivismo e a várias questões sobre o positivismo e neopositivismo que não vejo necessário abordar neste artigo. E não podemos esquecer do quão neopositivista a direita alternativa é também. E não podemos esquecer que Urandir Fernandes de Oliveira, além de direita alternativa, ele também é, mesmo que de forma indireta, um antiteísta e neopositivista, que por mais que ele tenha boas ideias relacionadas a pesquisa e a cidade que o mesmo construiu, a Zigurats, que poderia muito bem servir para uma sociedade comunista se utilizada de forma correta, ele é de direita alternativa e defende antiteísmo e neopositivismo de forma indireta. É claro que poderiam me comparar a Urandir na questão religiosa e espiritual, mas já possuo várias diferenças com o mesmo, tais como eu mantenho as minhas crenças, sentimentos e experiências com os Anunnaki apenas para mim mesmo e para quem entende sobre o mesmo, mas claro que tem muita diferença entre dizer “Anu é o céu, Enki é as águas, Enlil é o vento e o tempo/clima, Utu é o sol e a luz, Nammu é os átomos e o subatômico etc” para dizer coisas como Rutanabá e Antigos Astronautas, claro que os antiteístas e neopositivistas sempre vão falar a mesma coisa, afinal são os evangélicos do ateísmo e da ciência. Nesse caso aqui, evidência científica não quer dizer nada, e sim entra a área das ciências espirituais, que, infelizmente, não é tão explorada assim, mas que dá boas explicações para essa questão do neopositivismo, antiteísmo, e da ciência como uma mercadoria, religião e ideologia. E também como que essa questão de “evidência científica”, neopositivismo e antiteísmo leva as coisas como eugenia cognitiva, cientificismo cognitivo, neuroeugenia, neurocientificismo, psicoeugenia, psicocientificismo, política “baseada em evidências”, eugenia do século XXI, eugenia do terceiro milênio, fanatismo científico, fanatismo ateu, fanatismo secular e de como os mesmos são completamente favoráveis a direita alternativa, a ditadura do Big Tech, e até mesmo a criação de um mundo como a Ordem Mundial das Nações Unidas (TUNWO), mas também não vejo necessidade de falar sobre os mesmos agora.


Eu escrevi este artigo como um marxista do século XXI e como um marxista do terceiro milênio, além de um crítico da ciência de um ponto de vista do marxismo do século XXI, do marxismo do terceiro milênio e das ciências espirituais. É claro que eu poderia falar de como que a sociedade hoje em dia é antiteísta, misoteísta, especista, xenoespecista, teoespecista e neopositivista, seja na questão científica, seja na questão das teorias da conspiração ou seja na questão da cultura popular, da tecnologia e da Internet. Mas não vejo isso como algo necessário de se falar agora, pelo menos neste artigo.


Enfim, a conclusão que eu chego é que sim, precisamos combater o conspiracionismo da direita alternativa, do antiteísmo e do neopositivismo, assim como combater a direita alternativa, o antiteísmo e o neopositivismo. Fazendo a crítica de todos, assim como a crítica da ciência, de forma que nem caiamos em negacionismo científico onde simplesmente rejeitamos o conhecimento científico por completo, nem como o aceitacionismo científico onde acreditamos cegamente nos experts e divulgadores científico sem nenhum censo crítico, pensamento crítico ou livre pensamento e tratamos a ciência como uma religião, ideologia e mercadoria, e onde que questionamentos ou críticas a ciência são simplesmente vistas como “negacionismo”, e até mesmo coisas válidas como marxismo, socialismo, comunismo, religião, espiritualidade, ciências espirituais, ciências sociais e afins são vistas como “negacionismos”. E até poderia falar como que isso de “evidência científica” não prova nada, como no caso de multiverso, números complexos, geometria 4D, existência de deuses e de seres espirituais, existência de formas de vida pós-física/extrafísica, existência de vida após a morte, economia como um todo, ciências socias como um todo, humanas como um todo, ciências políticas como um todo, ciências espirituais como um todo, extrafísica, metafísica, teologia e afins, mas não penso que isso seja necessário por enquanto.


Enfim, o recado que eu quero deixar é que sim, teorias como Rutanabá e gente que propaga a mesma são tão iguais quanto gente que defende neopositivismo e coloca a ciência como uma religião, ideologia e mercadoria. E que sim, teorias como Rutanabá além de serem racistas, são bem misoteístas e antiteístas, assim como o neopositivismo e a ciência e as evidências científicas como algo absoluto e objetivo, quando a ciência e as evidências científicas não são nem absolutas nem objetivas. Enfim, precisamos muito do marxismo do século XXI, do marxismo do terceiro milênio e das ciências espirituais hoje em dia, e talvez isso seja uma questão de tempo, de alguns anos, até que tenhamos os mesmos de forma bem comum por aí.


E também, quero deixar bem claro que devemos sim lutar pela criação da República Socialista Mundial e pela revolução comunista a nível mundial, mas sempre lembrando do espiritual, dos deuses e das nossas origens, sejam elas histórias, arqueológicas, espirituais, religiosas ou divinas. Que é algo que todos tem, mas é apenas uma questão de entendimento e de experienciar os mesmos.

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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro