O país que herdamos e o Brasil que queremos
Saibamos nós que nosso pai europeu emprenhou nossa mãe indígena ou preta à força e, com extrema violência, fato que nós marcou como Nação patriarcal, patrilinear, machista.
Procedeu dessa forma por ordens d' Ele Rei, portugueses eram poucos e as terras, tomadas dos povos originários era imensa, rica e indispensável para os interesses da Coroa Portuguesa.
A violência do homem, pai, chefe, administrador, oficial, donatário ou mesmo um simples empreendedor patrício, era política de Estado, importava ocupar amplamente o território colonial.
Política de Estado era, portanto, submeter a mulher e sua prole ao trabalho forçado, ao estupro cotidiano, à produção de gente para fazer mais gente. O gentio sabia querem era sua mãe, mas não sabia, muita das vezes, quem era o pai!
O europeu e sua descendência, reconhecida como sua família, foi donatário, proprietário de toda e qualquer riqueza produzida pela Nação.
A perversidade foi tão incomensurável que não sabemos medir sua extensão senão pelos textos e desenhos descritivos de naturalistas estrangeiros, que documentação fartamente a vida cotidiana do Brasil colônia, Brasil Império...o estrago estava feito, as distorções se consolidaram e se transformaram num modelo, numa forma de realidade construída à ferro, fogo, sofrimento, pobreza e ignorância da imensa maioria do povo brasileiro, já miscigenados na carne e no sangue, porém, separados à força daqueles que tomaram para si todas as formas de riquezas fruto do trabalho ou das riquezas naturais encapsuladas sob o regime de propriedade privada.
Eis o Brasil que herdamos e o país que entregaremos aos nossos filhos e netos.
A morte é o destino de todos, todavia, importa é como se vive a vida, isso é o que interessa...
Como cultivar esse desejo profundo de tudo mudar aos nossos filhos e alunos igualmente deserdados do necessário para viver e prosperar para fazer deste grande país perverso e hostil contra sua gente, um país fecundo e gentil para todos poderem trabalhar, progredir, produzir para si, sua família e para a Nação?
Prof Marcos Zarahi/RJ
Filosofia
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Nasce preocupado com os caminhos do proletariado em geral, porém, especialmente, com o brasileiro